Seja Bem Vindo ao Universo do Fibromiálgico

A Abrafibro - Assoc Bras dos Fibromiálgicos traz para você, seus familiares, amigos, simpatizantes e estudantes uma vasta lista de assuntos, todos voltados à Fibromialgia e aos Fibromiálgicos.
A educação sobre a Fibromialgia é parte integrante do tratamento multidisciplinar e interdisciplinar ao paciente. Mas deve se estender aos familiares e amigos.
Conhecendo e desmistificando a Fibromialgia, todos deixarão de lado preconceitos, conceitos errôneos, para darem lugar a ações mais assertivas em diversos aspectos, como:
tratamento, mudança de hábitos, a compreensão de seu próprio corpo. Isso permitirá o gerenciamento dos sintomas, para que não se tornem de difícil do controle.
A Fibromialgia é uma síndrome, é real e uma incógnita para a medicina.
Pelo complexo fato de ser uma síndrome, que engloba uma série de sintomas e outras doenças - comorbidades - dificulta e muito os estudos e o próprio avanço das pesquisas.
Porém, cientistas do mundo inteiro se dedicam ao seu estudo, para melhorar a qualidade de vida daqueles por ela atingidos.
Existem diversos níveis de comprometimento dentro da própria doença. Alguns pacientes são mais refratários que outros, ou seja, seu organismo não reage da mesma forma que a maioria aos tratamentos convencionais.
Sim, atualmente compreendem que a síndrome é "na cabeça", e não "da cabeça". Esta conclusão foi detalhada em exames de imagens, Ressonância Magnética Funcional, que é capaz de mostrar as zonas ativadas do cérebro do paciente fibromiálgico quando estimulado à dor. É muito maior o campo ativado, em comparação ao mesmo estímulo dado a um paciente que não é fibromiálgico. Seu campo é muito menor.
Assim, o estímulo dispara zonas muito maiores no cérebro, é capaz de gerar sensações ainda mais potencialmente dolorosas, entre outros sintomas (vide imagem no alto da página).
Por que isso acontece? Como isso acontece? Como definir a causa? Como interromper este efeito? Como lidar com estes estranhos sintomas? Por que na tenra infância ou adolescência isso pode acontecer? Por que a grande maioria dos fibromiálgicos são mulheres? Por que só uma minoria de homens desenvolvem a síndrome?
Estas e tantas outras questões ainda não possuem respostas. Os tratamentos atuais englobam antidepressivos, potentes analgésicos, fisioterapia, psicoterapia, psiquiatria, e essencialmente (exceto com proibição por ordem médica) a Atividade Física.
Esta é a parte que têm menor adesão pelos pacientes.
É dolorosa no início, é desconfortante, é preciso muito empenho, é preciso acreditar que a fase aguda da dor vai passar, trazendo alívio. Todo paciente precisa de orientação médica e/ou do profissional, que no caso é o Educador Físico. Eles poderão determinar tempo de atividade diária, o que melhor se adequa a sua condição, corrige erros comuns durante a atividade, e não deixar que o paciente force além de seu próprio limite... Tudo é comandado de forma progressiva. Mas é preciso empenho, determinação e adesão.

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quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Medicina clínica da dor

 

11 DE JANEIRO DE 2021

 Óleo de cannabis rico em THC mostra potencial como terapia de fibromialgia. Um óleo de cannabis rico em tetraidrocanabinol (THC) melhorou significativamente os sintomas e a qualidade de vida em pacientes com fibromialgia, de acordo com um ensaio clínico randomizado, duplo-cego, controlado por placebo (Pain Med 2020; 21 [10]: 2212-2218).
Os pesquisadores acreditam que os fitocanabinóides “podem ser uma terapia de baixo custo e bem tolerada para reduzir os sintomas e aumentar a qualidade de vida dos pacientes com fibromialgia”, mas pediram mais pesquisas para determinar se os benefícios são duráveis.
Os pesquisadores estudaram os efeitos de uma gota (aproximadamente 1,22 mg de THC e 0,02 mg de canabidiol) por dia de óleo de cannabis rico em THC (24,44 mg / mL de THC e 0,51 mg / mL de canabidiol) em 17 mulheres residentes de um bairro em Florianópolis, Brasil.
A dose de tratamento pode ser aumentada com base nos sintomas. Oito participantes foram randomizados para tratamento com cannabis e nove compunham o grupo de controle. Ambos os grupos tiveram pontuações basais semelhantes no Questionário de Impacto da Fibromialgia (FIQ).
Foi readministrado cinco vezes ao longo do período de estudo de oito semanas. O grupo de tratamento ativo experimentou uma redução significativa das pontuações do FIQ basal após a intervenção (P <0,001) e também em comparação com as pontuações do grupo de placebo (P = 0,005).
Especificamente, foram observados ganhos significativos no grupo de óleo de cannabis no FIQ para os itens "sentir-se bem", "dor", "trabalhar" e "fadiga". Melhorias significativas nos escores de depressão no FIQ foram relatadas no grupo de placebo. Sem efeitos colaterais graves foram relatados em nenhum dos grupos.
“Estudos maiores e mais longos, acessando extratos integrais de cannabis com concentrações variadas entre os fitocanabinóides e incluindo um período de washout devem ser feitos para aprimorar nosso conhecimento sobre a ação da cannabis na fibromialgia”, de acordo com os pesquisadores, que afirmaram que, segundo eles, o ensaio randomizado é o primeiro a mostrar os benefícios do óleo de cannabis para a Fibromialgia.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Dia histórico: ONU reconhece oficialmente as propriedades medicinais da cannabis após 60 anos

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O consumo recreativo/adulto continua a ser proibido pelas regulamentações internacionais. No total, foram 27 votos a favor, 25 contra e uma abstenção. Brasil apresenta atraso na visão geral sobre o assunto.

Por Thiago Ermano | 02 de dezembro de 2020

Organização Mundial da Saúde (ONU)  reconheceu, nesta quarta-feira (2), as propriedades medicinais da Cannabis, durante uma votação histórica em Viena, na Áustria, da Comissão de Entorpecentes – órgão executivo das Nações Unidas para as políticas de drogas.

Com 53 votos simples, os Estados que compõem a Comissão decidiram que a cannabis saia de uma lista de drogas perigosas para uma categoria abaixo, que permite estudos e melhor observação sobre a planta e suas propriedades químicas, para uso terapêutico. A resina da cannabis também sai da lista IV da Convenção sobre Drogas de 1961 – o que significa que a utilidade médica desta planta é oficialmente reconhecida. O uso recreativo/adulto continua a ser proibido em regulamentos internacionais. No total, foram 27 votos a favor, 25 contra e uma abstenção.

Praticamente todos os Estados da União Europeia – com exceção da Hungria – e muitos países das Américas conseguiram uma vitória para aprovar a mudança – uma das mais importantes sobre drogas nas últimas seis décadas. Enquanto isso, uma grande parte do países asiáticos e africanos se opôs, mas não conquistaram os votos necessários.

Nessa Convenção, a cannabis é classificada nas listas I e IV, estas últimas reservadas às drogas mais perigosas e sob o mais estrito controle, como a heroína, e as quais é concedido pouco valor medicinal ainda. Essa mudança vai facilitar a pesquisa com a cannabis, que apresenta resultados promissores no uso de seus princípios atívos para tratamentos de Parkinson, esclerose, epilepsia, dores crônicas e câncer.

Outras recomendações

Depois de aprovar a Recomendação 5.1 nesta quarta-feira, os Estados membros passaram a votar nas cinco propostas restantes:

  • A recomendação 5.2 para mover o THC da convenção de 1971 para o tratado de 1961 não foi aprovada pela comissão, tendo 23 votos a favor, duas abstenções e 28 votos contra.
  • As recomendações 5.3 e 5.6 foram vinculadas à aprovação da recomendação 5.2. Como o 5.2 foi rejeitada, essas duas foram, automaticamente, rejeitadas e sem a necessidade de votação.
  • A recomendação 5.6 era sobre colocar certas preparações farmacêuticas de THC no Anexo III do tratado de 1961.
  • A Recomendação 5.4 – uma proposta para excluir “extratos e tinturas de cannabis” do tratado de 1961 foi rejeitada por 24 votos a favor, duas abstenções e 27 contra. Mas, de acordo com a explicação da OMS sobre a recomendação, o objetivo é simplesmente eliminar a duplicidade e não visa “diminuir o nível de controle de qualquer substância relacionada à cannabis ou estreitar o escopo do controle”.
  • A recomendação 5.5 foi rejeitada com seis votos a favor, quatro abstenções e 43 contra. Esta recomendação representa uma oportunidade perdida de esclarecer a situação legal confusa para os preparativos da CDB com vestígios de THC. A proposta foi redigida de forma ambígua e as respostas da OMS às perguntas dos Estados membros sobre essa recomendação nos últimos dois anos aumentaram a confusão.

A votação acontececeu quase dois anos após uma decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) que reconheceu a utilidade médica da cannabis e recomendou sua remoção da Lista IV.

A mesma OMS propôs ainda manter a cannabis na Lista I, onde os narcóticos estão sob controle internacional devido à sua natureza viciante, mas acessíveis para atividades médicas. Essa é a mesma situação em que outros narcóticos se encontram, como é o caso da morfina.

Essa recomendação – adotada agora – foi baseada no primeiro estudo crítico da OMS sobre a cannabis, a droga mais popular do mundo, consumida de várias formas por mais de 200 milhões de usuários pelo mundo, de acordo com estimativas da ONU.

A OMS é responsável por avaliar cientificamente para a Comissão as possíveis propriedades terapêuticas e os danos gerados pela dependência química sob controle internacional, e suas recomendações costumam ser adotadas sem muita controvérsia.

No entanto, a votação foi precedida por um grande debate e por vários adiamentos nos últimos dois anos, devido às divergências entre os Estados a favor da mudança e os que exigiam a manutenção do “status quo”. Países da UE – exceto Hungria – junto com outros como Argentina, Canadá, Colômbia, EUA, México, Uruguai e Equador, entre outros, têm apoiado seguindo os critérios científicos da OMS.

Cerca de 50 países lançaram diferentes programas de cannabis medicinal e esta decisão das Nações Unidas, previsivelmente, promoverá tais políticas, bem como pesquisas com a planta. Recentemente a Argentina já decidiu em novembro legalizar a autocultura de maconha para uso medicinal e vai permitir a venda de óleos, cremes e outros derivados da planta para fins terapêuticos, com base na recomendação da OMS agora oficialmente adotada.

Até agora, a pesquisa médica com a cannabis era possível de forma limitada, já que a inclusão na Lista IV funcionou como um freio para muitos laboratórios devido às restrições e aos diferentes critérios legais aplicados em cada país.

Brasil e EUA (ainda) são contra

Os estados que votaram contra a mudança, liderados pela Rússia, China, Brasil e Paquistão, consideram que relaxar o controle da cannabis enviará a mensagem errada, em um momento em que alguns países, como Canadá ou Uruguai, legalizaram a maconha e, segundo esse grupo, “violam tratados internacionais”.

Os Estados contrários a qualquer mudança, incluindo Cuba e Venezuela, consideram que esta decisão banaliza o uso da cannabis e minimiza os danos à saúde que ela produz, como o aumento de certos transtornos mentais.

Essa grande mudança e justiça histórica sobre a planta da cannabis, seu grau de periculosidade como droga e outras mudaças ocorrem no momento em que diversos países, como Canadá, Uruguai e uma dúzia de estados dos EUA legalizaram oconsumo da maconha; e outros como México, Luxemburgo ou Israel, que têm iniciativas legais em andamento e no mesmo sentido de uma legalização, com menores restrições.

Registros de mais de 5000 anos indicam não haver relacção direta entre consumo de cannabis e mortes. No caso da vitória para o setor mundial da Cannabis, quem vence são pacientes e representantes do mercado canábico global.

* Com informações da Agência ONU

 

texto original: https://greensciencetimes.com/legislacao/dia-historico-onu-reconhece-oficialmente-as-propriedades-medicinais-da-cannabis/

 

 

terça-feira, 22 de setembro de 2020

Uso de cannabis comum em pacientes com doenças reumáticas

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A cannabis para uso médico está se tornando cada vez mais popular entre pacientes com doenças reumáticas e musculoesqueléticas como forma de controlar a dor, especialmente em estados onde a cannabis é clinicamente legal, de acordo com novas descobertas.

 

Pesquisadores da CreakyJoints, uma organização de defesa e pesquisa, entrevistaram 1.059 adultos (idade média [DP], 57 [11] anos; 88% mulheres; 92% brancos) com doenças reumáticas e musculoesqueléticas diagnosticadas por médicos. Os participantes foram retirados do registro de pesquisa ArthritisPower.

A pesquisa online de 77 itens incluiu perguntas sobre o uso, atitudes e percepções da cannabis medicinal e produtos de canabidiol.

Os pesquisadores descobriram que 37% da coorte (n = 387) relatou o uso de cannabis medicinal, atualmente ou no passado, e quase todos os participantes (93%) a usaram para tratar uma condição específica (51% para artrite reumatóide, 46% para osteoartrite e 35% para fibromialgia), com quase 62% dos usuários atuais se envolvendo no uso pelo menos uma vez ao dia.

“Tivemos uma boa quantidade de evidências anedóticas de que o uso desses produtos estava aumentando à medida que sua disponibilidade aumentava”, co-autor W. Benjamin Nowell, PhD, diretor de pesquisa centrada no paciente da CreakyJoints e investigador principal do ArthritisPower registro de pesquisa, disse Pain Medicine News.

 “Queríamos quantificar melhor quem na comunidade da artrite está experimentando esses produtos e como eles são integrados ao plano geral de gerenciamento de doenças, especialmente porque há uma falta de estudos clínicos de alta qualidade para avaliar a eficácia, dose, administração e segurança de [ cannabis medicinal] para artrite ou outras doenças crônicas ”, disse ele.

Prestadores de serviços de saúde deixados no escuro

A legalidade ou ilegalidade da cannabis medicinal desempenhou um papel importante no envolvimento dos entrevistados no seu uso, com a maioria dos usuários (77%) residindo em um estado onde a cannabis medicinal é legal; e entre os 63% de todos os pacientes que nunca se envolveram no uso de cannabis medicinal, perto da metade (40%) citou a ilegalidade como o motivo.

Entre os não usuários, 25% estavam preocupados com o potencial prejuízo, 21% não sabiam onde obter cannabis medicinal e 20% não sabiam como obtê-la.

Mesmo em estados onde o uso de cannabis medicinal é legal, apenas 40% dos pacientes tinham cartões de cannabis medicinal para comprá-la legalmente, e quase um terço (32%) não havia informado seu provedor de saúde sobre o uso de cannabis medicinal.

Os números foram ainda mais preocupantes para aqueles que viviam em estados onde a cannabis medicinal é ilegal, onde mais da metade (54%) não havia informado seu provedor de saúde sobre o uso de cannabis medicinal (P = 0,02).

“Nosso estudo demonstra que as pessoas com artrite estão experimentando e usando cannabis regularmente para o que consideram ser um propósito médico, independentemente da legalidade do estado e das evidências que apóiam seu uso como tratamento complementar”, disse o Dr. Nowell.

“É preocupante que muitos indivíduos deixem de informar seu médico e equipe de profissionais de saúde sobre o uso de [cannabis medicinal], para que possa ser monitorado e rastreado no EHR [registro eletrônico de saúde]”, acrescentou.

Avaliação precisa

Richard J. Miller, PhD, o Professor Alfred Newton Richards do Departamento de Farmacologia da Escola de Medicina Feinberg da Universidade Northwestern, em Chicago, disse que o estudo forneceu uma "avaliação precisa", com descobertas que "parecem perfeitamente razoáveis, mas, por outro lado mão, parece muito intuitivo.

“Apesar da atitude cada vez mais relaxada em relação à cannabis nos dias de hoje, as pessoas certamente são dissuadidas de seu uso em estados onde poderia haver uma penalidade, e este estudo indica isso claramente”, disse o Dr. Miller, que não esteve envolvido no estudo.

Dr. Nowell acrescentou que é “vital que os pacientes e [médicos] mantenham um diálogo aberto sobre o uso e os benefícios e riscos potenciais da [cannabis medicinal]”.

Antonio Giannelli, MsA, PA-C, DFAAPA, PA sênior do Centro de Reumatologia dos Grandes Lagos em Lansing, Michigan, chamou o estudo de "um bom começo" que parece confirmar o que ele percebe na prática clínica. Ele citou várias deficiências, no entanto, “incluindo o fato de que apenas 36% dos usuários atuais / anteriores estão empregados, limitando a aplicação prática no controle da dor das atividades da vida diária no local de trabalho; 41% dos usuários atuais / anteriores não fazem terapia ou usam apenas medicamentos antiinflamatórios não esteróides, e muitos são pacientes com artrite reumatóide. Portanto, eles são subtratados e respondem de alguma forma não confiáveis ​​à intenção do estudo, que presume que algum plano de manejo esteja em vigor.

O Sr. Giannelli, que é presidente da Society of PAs in Rheumatology, disse que em sua prática ele é questionado sobre canabidiol ou cannabis medicinal quase diariamente. Ele acrescentou que a maioria dos pacientes está buscando o controle da dor “sem quaisquer outros efeitos sistêmicos, e muitas vezes descontinuam [os anti-inflamatórios não esteroides] assim que começam a usar um produto de cannabis”.

Para estados de doença inflamatória ativa, como a AR, “ainda é responsabilidade do médico controlar primeiro a dor, controlando a inflamação. Para alterações degenerativas poliartríticas crônicas, uma aplicação maior [de cannabis medicinal] parece justificada ”, disse ele. “No entanto, alguns estudos indicam que o bloqueio do receptor de canabinoide além do uso agudo causará diminuição do retorno / controle.”

As recomendações de cannabis medicinal para os pacientes permanecerão limitadas até que as questões jurídicas e clínicas sejam satisfeitas por mais estudos e pela aprovação / diretrizes do FDA, disse ele.

O Sr. Giannelli disse que os PAs “são comunicadores ideais para benefícios / restrições de produtos para os pacientes, uma vez que recebem os parâmetros de uso acordados”.

 

Os resultados foram apresentados na reunião anual de 2019 do American College of Rheumatology / Association of Rheumatology Professionals (resumo 2248).

—Batya Swift Yasgur, MA, LSW

O Dr. Nowell é funcionário da Global Healthy Living Foundation (GHLF), que recebeu apoio financeiro para pesquisa da AbbVie, Amgen, Bristol-Myers Squibb, Eli Lilly, Janssen, Pfizer, Sanofi Genzyme e UCB Pharma. O desenvolvimento do ArthritisPower foi parcialmente apoiado por um prêmio do Patient-Centered Outcomes Research Institute (PPRN-1306-04811). Esta pesquisa da ArthritisPower foi financiada pelo CreakyJoints, a comunidade digital de pacientes do GHLF. Dr. Miller não relatou nenhuma divulgação financeira relevante.

 

texto original

https://www.painmedicinenews.com/Primary-Care/Article/01-20/Cannabis-Use-Common-in-Patients-With-Rheumatic-Diseases/57038?sub=E6C615CF6850A5C7312FFBF2A5A3882FA64EC79FC25564B9BC6AD40542B7611&enl=true&dgid=X3681092&utm_source=enl&utm_content=1&utm_campaign=20200127&utm_medium=title

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Cultivo de broto verde de Adam para tratamento da fibromialgia

 

Um agricultor de West Wight com uma diferença tem como objetivo colocar a Ilha no centro de um grupo líder mundial que trabalha no entendimento e tratamento da fibromialgia e condições relacionadas.

Adam Mawer, 44 anos, está entrando em seu segundo ano de cultivo de plantas de maconha sob licença do Ministério do Interior. Trabalhando com a The Future Clinic em Cowes, especializada no tratamento da fibromialgia, pesquisadores da Universidade de Southampton e dos Laboratórios Cambridge, ele está investigando a ligação entre a debilitante condição de longo prazo e o alívio que os produtos medicinais de cannabis podem trazer.

A causa exata da fibromialgia é desconhecida, mas causa dor intensa em todo o corpo e acredita-se estar relacionada a níveis anormais de substâncias químicas no cérebro e alterações na maneira como o sistema nervoso central transmite mensagens de dor ao redor do corpo.

Após quase quatro anos de dor inexplicável e visitas a vários especialistas, Laurie, a parceira de Adam, foi finalmente diagnosticada com a doença há cerca de dois anos. Adam estava procurando uma alternativa aos vários medicamentos fortes que ela receitou, que trouxeram efeitos colaterais indesejados, e isso levou ao lançamento de uma nova carreira para o empresário da ilha, cuja família vive aqui há mais de 40 anos. 

Laurie descobriu que os canabinóides, naturalmente encontrados nas plantas de cannabis, eram a maneira mais eficaz e natural de gerenciar seus sintomas, mas Adam descobriu que havia pouco entendimento e muito menos pesquisa sobre por que ou como eles funcionavam. O mais preocupante é que mais de 80% dos extratos de maconha usados ​​no Reino Unido são importados da Europa Oriental ou da China, com testes independentes mostrando que a qualidade é altamente variável. A legislação rigorosa sobre drogas no Reino Unido exige padrões constantes e confiáveis, então Adam partiu para fornecer o que era necessário.

Depois de passar por rigorosas verificações do governo e da polícia, ele finalmente recebeu uma licença em abril do ano passado para cultivar cannabis com baixo teor de THC em sua fazenda de cânhamo na ilha de 60 acres e plantou rapidamente sua primeira colheita. Os vínculos com a Sociedade de Fibromialgia da Ilha de Wight levaram a uma reunião com o Dr. Gary Lee, da Future Clinic, e agora eles colaboraram em uma série de pesquisas para descobrir mais sobre como os canabinóides podem ajudar no tratamento da fibromialgia e condições relacionadas.

Nisto, eles foram apoiados pela empresa local Wight CBD e outros profissionais médicos da Ilha, com o membro da PM da ilha de Wight, Bob Seely, ajudando nas negociações com o Ministério do Interior. Adam está atualmente esperando uma variação em sua licença para permitir que ele não apenas cultive cannabis, mas também fabrique uma variedade de produtos derivados de cannabis. Isso dará total rastreabilidade e controle de qualidade aos extratos que serão utilizados no Reino Unido, além de confiança para a profissão médica e os consumidores.

Uma vez concedida, a licença abrirá o caminho para uma instalação de pesquisa e desenvolvimento de vários milhões de libras, proporcionando emprego durante todo o ano para os ilhéus e, diz Adam, financiamento anual substancial para as boas causas da ilha.

Falando após o lançamento do novo site da Vecticanna, a empresa que ele criou para fabricar os produtos Adam disse: “Este é um momento realmente emocionante para a empresa. A expansão trará oportunidades de emprego significativas e significa que a Ilha pode se tornar um líder mundial na compreensão e tratamento de várias condições relacionadas à dor.

Existem mais de oito milhões de pessoas que sofrem de dores inexplicáveis, portanto o mercado potencial é enorme. O clima e o clima da ilha nos proporcionam uma vantagem geográfica fantástica, da qual queremos aproveitar ao máximo, e estou ansioso para que outros ilhéus façam parte dessa jornada. ”

texto original

tradução pelo Google Tradutor por Ariane Hitos, assessora

segunda-feira, 27 de abril de 2020

"O que dizem as pesquisas que contestam o uso medicinal da maconha"

Imagem ilustrativa.

Ao mesmo tempo em que o Brasil assistiu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permitir o registro e venda de substâncias ditas popularmente como "medicinais" à base de maconha, foi alertado pelo próprio órgão sobre a falta de estudos que assegurem a eficácia das mesmas. Razão essa que fez com que a agência decidisse por classificar esses fármacos como "produtos" e não "medicamentos". O cultivo da planta, além disso, para fim medicinal, foi integralmente vetado pela Anvisa.

A grande quantidade de componentes da planta e as interações complexas entre essas substâncias tornam o estudo da erva uma tarefa complexa. E os efeitos dos tratamentos dependem da concentração de cada composto nos medicamentos, sobretudo do tetrahidrocanabinol (THC), responsável por provocar "euforia" mas que também pode induzir psicoses e outros problemas."


Até hoje, grande parte das pesquisas conceituadas revela que existem, sim, evidências de benefícios, no entanto, os indícios são pouco encorajadores. Alguns estudos, inclusive, classificam os efeitos como "marginais" e, em outros casos, alertam que o uso de medicamentos à base da erva podem ser muito prejudiciais.

Abaixo, três pesquisas que contestam o uso da cannabis para fins medicinais:

1. Cannabis não ajuda contra dependência em cocaína

Para atestar se a cannabis poderia ajudar pacientes durante o tratamento de reabilitação da dependência de cocaína e crack, pesquisadores descobriram que o consumo da planta nessas circunstâncias, na verdade, acaba por piorar o quadro clínico dos pacientes. A análise foi publicada no periódico Drug and Alcohol Dependence.

Alguns dependentes costumam recorrer à maconha com o intuito de amenizar a ansiedade provocada por drogas como o crack e a cocaína, prática já endossada por pesquisadores, mas que foi, recentemente, contestada por membros do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas (GREA) e do Laboratório de Neuroimagem dos Transtornos Neuropsiquiátricos (LIM) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Eles acompanharam 123 participantes, ao todo. Alguns eram dependentes de cocaína e também faziam uso de cannabis, outros, dependentes de cocaína que não consumiam maconha, além de pessoas voluntárias sem histórico de uso de drogas."


A longo prazo, a associação dessas duas substâncias não ajudou os dependentes a deixar de consumir cocaína, não aliviou os sintomas de ansiedade e ainda piorou seu quadro clínico. Segundo os pesquisadores, os dependentes que já apresentavam déficits neurocognitivos antes de consumir maconha foram ainda mais afetados após fazer uso da erva.

"Um quarto daqueles que não fumou maconha conseguiu controlar o impulso de usar cocaína, enquanto só um quinto não teve recaída entre os que supostamente se beneficiariam da estratégia de redução de danos", disse o pesquisador Hercílio Pereira de Oliveira Júnior, um dos autores da análise, à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). "O uso pregresso de maconha não traz melhoras de prognóstico no longo prazo, o estudo até sugere o contrário".

2. Efeito contra muitas doenças é "marginal"

Uma revisão sistemática e meta-análise de 2015 revelou que não há efeito significativo do uso de medicamentos à base de cannabis, com quantidades idênticas de tetrahidrocanabinol (THC) e canabidiol (CBD), componentes da planta, para o tratamento de doenças ligadas ao sistema nervoso. Um estudo do Centro de Pesquisa de Abuso de Substâncias entre Jovens, da Universidade de Queensland, publicado na revista The Lancet, uma das mais conceituadas de medicina, endossa a revisão."

"A pesquisa classifica os benefícios dos produtos à base da erva como "marginais", e revela que evidências sobre a eficácia desses medicamentos são escassas no Canadá e nos Estados Unidos, pioneiros na permissão de venda de medicamentos feitos a partir da cannabis.

Em pacientes com esclerose múltipla, por exemplo, o uso medicinal da cannabis pode reduzir as dores causadas pela doença, mas o nível da redução é "modesto", diz a pesquisa. Para o tratamento contra a depressão, além disso, evidências de eficácia são "muito baixas", considera."

"Em casos de dores e incômodos (náusea, vômito, dor e sono) enfrentados por pacientes com câncer em cuidados paliativos, são raras as evidências de que remédios à base de maconha podem ajudar, em comparação com placebos - procedimentos médicos não fármacos que atuam de forma "psicológica". São fracas, sobretudo, as evidências de que o THC sintético estimula o apetite perdido por pessoas portadoras da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida  (AIDS).

Os efeitos existem, mas se mostram "marginais" e há escassez de pesquisas, defende o estudo, e, por isso, pesquisadores sugerem que, antes da recomendação de medicamentos à base de cannabis, sejam buscadas outras alternativas com eficiência já comprovada. Médicos canadenses e dos EUA, inclusive, relutam em recomendar medicamentos feitos a partir da erva, pela falta de base científica sobre sua eficácia.

3. Falta de comparação com outros medicamentos

Outro estudo publicado na revista acadêmica de medicina The Journal of Family Practice orienta, como os pesquisadores de Queensland, que medicamentos à base de maconha somente sejam recomendados caso outras opções de tratamento tenham sido totalmente descartadas. Os autores do artigo argumentam que, "embora muitas reivindicações tenham sido feitas a respeito dos efeitos terapêuticos da cannabis, poucas delas têm base científica que as fundamentem"."

"Pacientes que são medicados com fármacos à base de maconha em tratamentos contra náusea e vômito provocados pela quimioterapia, embora se tenha conhecimento sobre a "sedação" como potencial efeito benéfico, são mais prováveis (quando comparados a pacientes recebendo outros antieméticos - remédios que combatem o vômito) a deixar os estudos, devido a efeitos adversos, incluindo tonturas, disforia, depressão, alucinações e paranoia.

"Para as condições que se qualificam para o uso desses medicamentos, de acordo com as leis estaduais norte-americanas, como insônia, hepatite C, doença de Crohn, ansiedade e depressão, entre outros, a evidência [da eficácia de medicamentos de maconha] é de qualidade muito baixa ou inexistente", contesta o estudo. "Uma revisão sistemática de 2014 constatou que canabinoides têm eficácia desconhecida em tratamento de sintomas relacionados à doença de Huntington, síndrome de Tourette, distonia cervical e epilepsia"."


Entre as pesquisas, uma revisão bibliográfica sobre o uso de cannabis contra dor crônica e neuropática descobriu efeitos positivos em vários de seus ensaios. No entanto, esse e a maioria dos outros estudos que defendem o uso medicinal da maconha não comparam, durante as análises, os efeitos da cannabis com outros analgésicos, diz o artigo."


Texto original: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/o-que-dizem-as-pesquisas-que-contestam-o-uso-medicinal-da-maconha/
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