Essa situação pode ser ilustrada pela dor ressentida após uma queimadura por exposição ao sol, onde um simples toque na pele produz uma sensação dolorosa. Nesse caso, o impulso nervoso das fibras não-nociceptivas é interpretado como dor.
O segundo neurônio fará conexões com o córtex por intermédio do tálamo. Porém, antes de atingir os centros superiores, esse neurônio faz conexões com o tronco cerebral (núcleo rafe magno e substância cinzenta periaquedutal), onde ativa os mecanismos de controle inibitório difuso nociceptivo (CIDN)(39) (
figura 1, região 3). Esse mecanismo descendente de inibição da dor é ativado por um estímulo nociceptivo. Ao ser ativado, fibras noradrenérgicas e serotoninérgicas favorecem a liberação de encefalinas nos cornos posteriores da medula espinhal. Essa liberação de encefalinas inibe a percepção da dor de forma difusa(40-42).
Déficit nos mecanismos endógenos inibitórios de controle da dor, ou seja os CIDN, tem sido apontado como possível causa de alguns tipos de dor crônica(43,44). Pesquisas recentes confirmam a hiperalgesia de pacientes com fibromialgia e apontam o déficit na ação do CIDN. Através do protocolo de somação espacial da dor(45), Julien et al.(46) observam que, ao contrário dos sujeito sadios e de pacientes com lombalgias que demonstram redução da dor após imersão de todo o membro superior em água quente(46) ou fria(47) , nos fibromiálgicos há não há redução significativa da dor, havendo em alguns casos exacerbação desta. Essa ausência de ação dos mecanismos endógenos de controle da dor também tem sido observada em pacientes com cefaleias do tipo tensional(44). Acredita-se que esse déficit em pacientes com dores crônicas seja promovido pela baixa concentração de serotonina e noradrenalina no SNC.
Nos centros superiores, o estímulo nociceptivo é enfim interpretado como dor (
figura 1, região 4), onde sua componente sensório-discriminante (localização e intensidade da dor) é interpretada na região somatossensorial primária e secundária. A componente afetiva da dor é interpretada em diversas estruturas límbicas, sobretudo no córtex insular e córtex cingular anterior(48). Nesse estágio, a percepção da dor é influenciada pelas experiências anteriores, pelas crenças e pelo contexto em que o indivíduo se encontra no momento da lesão.
Estudos recentes demonstram que as expectativas de efeito nocebo e placebo influenciam a modulação da dor, podendo tanto inibir quanto facilitar a ação dos mecanismos endógenos de controle da dor, como a teoria do portão (
figura 3)(49) e o CIDN (
figura 1)(50).
Dentre outras alterações fisiológicas e neurofisiológicas observadas no contexto de dores persistentes, há alterações na resposta ao estresse, desequilibro do SNA e a hiperalgesia por uso contínuo de opioides. Resumidamente, os mecanismos de resposta ao estresse se caracterizam pela perda do feedback inibitório da hipófise, inibindo a liberação de cortisol e adrenalina(51,52). O desequilíbrio do SNA se manifesta sobretudo pela predominância da atividade simpática nos indivíduos com dores crônicas(53,54). O uso de farmacológicas analgésicos, como os opioides, também pode induzir adaptações pró-nociceptivas(55).
Embora sejam excelentes analgésicos nos pacientes com dor crônica(56) o uso a longo prazo pode também induzir hiperalgesia, que parece ser dependente dos receptores NMDA, pois a administração simultânea de antagonistas ao NMDA (ex.: Ketamina) parece prevenir esse efeito.
ANALGESIA INDUZIDA PELO EXERCÍCIO
O fenômeno da analgesia induzida pelo exercício (AIE) é sobretudo observado em atletas. Os primeiros relatos descrevem bailarinas que continuavam a atividade mesmo havendo sofrido lesões graves e afirmavam não terem ressentido dor durante a execução dos movimentos. Essa característica se manifesta sobretudo no contexto competitivo. O primeiro a demonstrar esse fenômeno foi o médico Black, em 1979; em seu experimento, houve aumento no limiar de dor imediatamente após uma corrida de 40 minutos. Quase 30 anos após esse primeiro estudo, os mecanismos envolvidos ainda são desconhecidos, embora haja tendência a aceitar a ação do sistema endógeno opioide(28).
POPULAÇÃO SAUDÁVEL E ATLETASDurante um evento importante na carreira, o atleta pode se lesar durante a execução de uma atividade, sem, no entanto, perceber a dor. Havendo, nesse caso, aumento nos limiares de percepção e tolerância da dor. Embora casos esportivos de lesão ocorrida durante a competição com percepção tardia da dor possam ser citados, a justificativa neurofisiológica dessa inibição nas vias de dor permanece desconhecida. Um dos mecanismos indiretamente envolvidos, no contexto competitivo, é a analgesia induzida pelo estresse, pela ação do eixo hipotálamo-hipofisário liberando cortisol e adrenalina(52,57-59), ou, ainda pela componente psicológica no controle da dor(48,50,60). Contudo a analgesia induzida pelo exercício também é relatada em outras situações, como, por exemplo, na ausência de qualquer estresse aparente, ao repouso; observa-se que atletas têm limiar à dor experimental significativamente e clinicamente superior ao de não atletas(61).
Algumas hipóteses são propostas para explicar o aumento do limiar da dor em atletas ou em pessoas ativas comparados com os sedentários. Como mencionado acima, a hipótese neurofisiológica mais explorada e aceita em seres humanos é, sem dúvida, a analgesia induzida pela liberação de opioides(62). Segundo Koltyn(28), o estímulo constante das fibras descendentes neuromotoras favoreceria a liberação de opioides endógenos. aumentando assim o limiar de dor, pela redução da excitabilidade da membrana plasmática do neurônio, sobretudo das fibras aferentes do tipo Aδ. Dessa forma, quanto maior o nível de atividade do individuo, maior a liberação deβ-endorfinas e met-encefalinas (peptídios opioides endógenos)(63) que permitem a redução da percepção da dor. A maioria dos estudos que observou esse fenômeno AIE relata dependência do nível de atividade física, o qual teria que ser em intensidade extrema para ter a ação analgésica.
Porém, recentemente, Bement e Sluka(64) observaramm que atividade de intensidade moderada, como a marcha, induz a analgesia pela ação opioide em ratos. Estudo semelhante foi realizado com seres humanos, observando-se que a AIE depende da intensidade do exercício, devendo ser superior a 50% do VO2max (corrida) e a atividade deve durar mais que 10 minutos(65). Outro fato demonstrado há alguns anos é a liberação de betaendorfinas no sangue e a regularidade da prática de exercício. Observa-se uma curva exponencial. Para uma mesma intensidade e duração de exercício, aqueles que praticam regularmente a atividade física liberam exponencialmaente mais endorfinas que sedentários(63).
Embora, a ação dos opioides seja a mais aceita, sendo frequentemente observado o aumento da atividade opioide endógena com o exercício(66,67) em nível sanguíneo(63,68) como no liquor cefalorraquidiano(67), com aumento de betaendorfinas no tálamo, hipotálamo ventral e substância cinza periaquiducal)(28). Alguns estudos(62,69) observam que o fenômeno não depende (apenas) da ação dos opioides, pois há alteração nos limiares de dor de atletas mesmo com a administração de naloxona intravenosa (antagonista opioide). A duração média dessa analgesia induzida pela atividade aeróbica é de 15 a 30 minutos(69,70), podendo variar conforme as características de intensidade, duração e tipo de exercício.
Outros estudos observam o aumento das catecolaminas (dopamina e noradrenalina) durante o exercício(29,69). A dopamina vem sendo apresentada nos últimos anos como um neurotransmissor protetor da dor no SNC e está vinculada ao prazer e a motivação(71), porém, o aumento na concentração de dopamina após o exercício pode estar simplesmente associado ao estresse produzido pela atividade (Howells et al., 2005)(72). A noradrenalina também aumenta após o exercício(73) e pode influenciar a AIE pela sua participação na modulação da dor, entre outras. na ativação das vias descentes de inibição da dor(74), da mesma forma que o aumento na concentração de serotonina após o exercício(73). O hormônio de crescimento, cuja secreção está diretamente dependente da carga e da frequência do exercício, também participa da modulação da dor e pode induzir a AIE(75). A carência de sono, por sua vez, reduz a concentração de secreção do hormônio e pode causar dores difusas similares às percebidas por indivíduos com fibromialgia(76). A ação gaba, cuja secreção espinhal também é influenciada pelo exercício(77), parece agir no processo da AIE, reduzindo a intensidade da dor pela liberação de gaba no SNC.
O SNA também parece influenciar a modulação da dor, com sua ação simpática (opioide) e a parassimpática (não-opioide e dopamínica)(78). Durante o sintoma doloroso, observa-se predominância do SNA simpático (SNS), sobretudo nos homens(53), havendo desequilíbrio do SNA pela predominância do SNS. Há evidência dos opioides como inibidores parciais da atividade do SNS, assim como inibição do SNS pode ser observada após o exercício físico(79). Dessa forma, acredita-se que o exercício possa auxiliar no reequilíbrio do SNA e no controle da dor.
Segundo a teoria da rede neural(49) a interpretação da dor está longe de ser compreendida dentro de um contexto linear. A interação entre os diferentes neurotransmissores, as vias inibitórias e excitatórias da dor, as características motivacionais, psicológicas e contextuais influenciam continuamente a interpretação e percepção do sintoma álgico; além disso, uns influenciam os outros, formando uma complexa rede de comunicação. Por exemplo, os peptídios opioides interagem com a liberação hormonal da glândula pituitária e das catecolaminas. Esses neurotransmissores, dopamina, serotonina e noradrenalina, participam na modulação da dor; suas concentrações e proporções entre eles podem favorecer a analgesia, assim como a algesia(74). A modulação da dor não é determinada por um simples mecanismo ou neurotransmissor, mas pela interação de vias e interneurônios no SNC(74).
Cabe lembrar que o exercício também induz, paradoxalmente, hiperalgesia. Esse outro fenômeno é descrito tanto em atletas(80) quanto em pacientes com dores(81). Esse fenômeno, ao contrário da AIE, foi mais estudado e é melhor compreendido. A manutenção de uma contração muscular (seja durante o exercício ou por um mecanismo de proteção autônomo, compensatório para a "inibição"da dor pela inibição do movimento) aumenta a pressão intramuscular (pela atividade continua das fibras musculares, há redução no aporte sanguíneo (hemoglobinas e logo redução do aporte em oxigênio nesta região). Com a redução do aporte de O2, há predominância do metabolismo anaeróbio sobre o aeróbio, o que produz alterações químicas na região, como aumento das prostaglandinas, do glutamato, da serotonina e do piruvato e acido lático na periferia(81).
O aumento na concentração das três primeiras está correlacionado com a intensidade de dor percebida. Dessa forma, há redução no limiar de ativação dos nociceptores(81,82). Porém, o paradoxo da hiperalgesia induzida pelo exercício (HIE) é um fenômeno que ocorre somente no SNP e não no SNCl, onde o mecanismo é relativamente menos complexo e mais compreendido. Com o repouso e retorno do fluxo normal da circulação, HIE é aliviada(80).
POPULAÇÃO COM DOR CRÔNICA
A dor crônica, ao contrario da dor aguda, consiste em uma patologia em si, sendo reconhecida como tal pela 10ª Revisão do Código Internacional das Doenças - Organização Mundial de Saúde. Estima-se que 19% da população brasileira sofram de dores crônicas devido a doenças reumáticas, com predominância em mulheres, adultos jovens (idade média 37 + 27 anos), desempregados e com nível socioeconômico baixo (classe D)(83). Além das dores crônicas de origem reumática, há também aquelas de origem musculoesquelética, como a lombalgia crônica e cefaleias do tipo tensional; viscerais, como a síndrome do cólon irritável; e neuropáticas, como a dor fantasma (relato de dor no membro amputado).
Seu tratamento é complexo, sendo propostos programas multidisciplinares para combater a plasticidade do SNC formada pela persistência do sintoma álgico. Dentre as características dos programas multidisciplinares, predomina a prescrição de exercícios aeróbicos, de fortalecimento e alongamentos(84,85). Dessa forma, a literatura sobre a dor e a atividade física apresenta-se mais diversificada, observando o efeito dos diferentes tipos de exercícios nessa população.
A atividade física, seja ela cardiovascular, de fortalecimento ou alongamento, está associada ao bem-estar físico, mental e à inclusão social dos indivíduos. Estudos clínicos demonstram que a atividade física reduz a intensidade da dor relatada por pacientes com dores osteoarticulares(17), lombares(86,87), fibromiálgicas(15,88), cervicais(82), entre outras. Embora haja destaque aos benefícios clínicos do exercício reduzindo a intensidade da dor crônica, os efeitos fisiológicos envolvidos ainda são incertos; algumas vezes, o efeito analgésico é contraditório.
Estudos recentes associam a redução da dor à prática da atividade cardiovascular(19;21); a intensidade da atividade demonstra-se fundamental para o sucesso do tratamento. Comparando o efeito da atividade física de alta e baixa intensidade em pacientes com fibromialgia, van Santen et al.(24) observam aumento significativo no bem-estar global dos pacientes que realizaram 20 semanas de atividade física de alta intensidade e nenhuma melhora nos que praticaram atividade física de baixa intensidade no mesmo período.
Contudo, os pacientes que praticaram exercício de alta intensidade também apresentaram aumento na intensidade da dor (9 milímetros na escala visual analógica). A exacerbação da dor, com exercícios de alta intensidade, é confirmada por outros autores(22,89). Para atingir o efeito analgésico, estudos clínicocientíficos(15,82,90) destacam a importância da adaptação dos exercícios às condições físicas e fisiológicas dos pacientes(91), que, além de favorecer a atividade física sem a exacerbação do sintoma álgico, tendem a reduzir a taxa de abandono da atividade.
Com um programa multidisciplinar que incluía oito semanas de caminhada com uma frequência de três vezes semanais, duração de 20 a 30 minutos, com intensidade de 40-60% frequência cardíaca máxima), demonstramos redução de 26% da dor clínica e aumento de 34% no limiar da dor experimental de pacientes com fibromialgia(85).
O efeito do alongamento é sobretudo fisiológico, onde o aumento do comprimento do músculo ao repouso e o relaxamento proporcionados pelo exercício favorecem o fluxo sanguíneo e reduzem a hiperalgesia induzida pela contração muscular (tensão), como a HIE descrita acima. Valim et al.(90) relatam que o alongamento melhora a saúde mental, além de reduzir a dor clínica dos indivíduos com fibromialgia.
Além disso, o alongamento e o fortalecimento da musculatura também têm um efeito mecânico; eles auxiliam no reequilíbrio musculoesquelético, causa parcial de dores crônicas como as lombalgias, cervicalgias e mesmo fibromialgias.
Finalmente, o exercício aeróbio é o mais descrito e estudado na população sadia e atlética e muito utilizado no tratamento da dor crônica.
Há muitos relatos de redução na percepção da dor após um período de treinamento, em indivíduos com dor crônica(15,17). Os efeitos dos exercícios também são visíveis na lombalgia crônica(86). Embora haja evidências clínicas do efeito do exercício no controle da dor crônica, as alterações nos mecanismos endógenos de modulação da dor podem justificar diferenças no efeito agudo do exercício. Alguns estudos(22,89) relatam aumento importante na dor de indivíduos com fibromialgia durante e após a contração muscular. Além de estudos mais aprofundados para compreender os efeitos neurofisiológicos do exercício na dor cronica, esses relatos devem ser considerados na clínica, onde o exercício terá como efeito agudo hiperalgesia significativamente maior que em outras populações.
Na
figura 4 representamos de forma esquemática como o exercício pode agir em cada nível dos mecanismos endógenos de controle da dor.
1. Le Bars D, Willer JC. Physiologie de la douleur. EMC-Anesthésie Réanimation. 2004;(1):227-66. [
Links ]
2. IASP – Classification of chronic pain. Pain. 1986;Suppl 3:S1-S226. [
Links ]
3. Elliott AM, Smith BH, Penny KI, Smith WC, Chambers WA. The epidemiology of chronic pain in the community. Lancet. 1999;354(9186):1248-52. [
Links ]
4. Gureje O, Von KM, Simon GE, Gater R. Persistent pain and well-being: a World Health Organization Study in Primary Care. JAMA. 1998;280(2):147-51. [
Links ]
5. Kerns R, Otis J, Rosenburg R, Reid C. Veterans' reports of pain and associations with ratings of health, health-risk behaviors, affective distress, and use of the healthcare system. J Rehabil Res Dev. 2003;40(5):371-80. [
Links ]
6. Holtz VV, Stechman Neto J. Epidemiologia da dor em pacientes de Curitiba e região metropolitana. Revista Dor. 2008;9(8):1217-24. [
Links ]
7. Lawrence RC, Felson DT, Helmick CG, Arnold LM, Choi H, Deyo RA, et al. Estimates of the prevalence of arthritis and other rheumatic conditions in the United States. Part II. Arthritis & Rheumatism. 2008;58(1):26-35. [
Links ]
8. Zeller JL, Burke AE, Glass RM. JAMA patient page. Acute pain treatment. JAMA. 2008;299(1):128. [
Links ]
9. Shang AB, Gan TJ. Optimising postoperative pain management in the ambulatory patient. Drugs. 2003;63(9):855-67. [
Links ]
10. Turk DC, Dworkin RH, Burke LB, Gershon R, Rothman M, Scott J, et al. Developing patient-reported outcome measures for pain clinical trials: IMMPACT recommendations. Pain. 2006;125(3):208-15. [
Links ]
11. Faas A. Exercises: which ones are worth trying, for which patients, and when? Spine. 1996;21(24):2874-8. [
Links ]
12. Sewitch MJ, Dobkin PL, Bernatsky S, Baron M, Starr M, Cohen M, et al. Medication non-adherence in women with fibromyalgia. Rheumatology (Oxford). 2004;43(5):648-54. [
Links ]
13. Flor H, Hermann C. Biopsychosocial Models of Pain. In: Dworkin RH, Breitbart WS, editors. Psychosocial Aspect of Pain: A Handbook fot Health Care Providers. Seattle: IASP Press; 2004. 47-75. [
Links ]
14. Bennett RM, Burckhardt CS, Clark SR, O'Reilly CA, Wiens AN, Campbell SM. Group treatment of fibromyalgia: A 6 month outpatient program. J Rheumatol. 1996;23(3):521-8. [
Links ]
15. Barcellos de Souza J, Charest J, Marchand S. école interactionnelle de fibromyalgie : description et évaluation. Douleur et Analgésie. 2007;20:213-8. [
Links ]
16. McCain GA, Bell DA, Mai FM, Halliday PD. A controlled study of the effects of a supervised cardiovascular fitness training program on the manifestations of primary fibromyalgia. Arthritis Rheum. 1988;31(9):1135-41. [
Links ]
17. Lee HY, Lee KJ. [Effects of Tai Chi exercise in elderly with knee osteoarthritis]. Taehan Kanho. Hakhoe. Chi. 2008 ;38(1) :11-8. Ref Type: Abstract [
Links ]
18. Martin L, Nutting A, MacIntosh BR, Edworthy SM, Butterwick D, Cook J. An exercise program in the treatment of fibromyalgia. J Rheumatol. 1996;23(6):1050-3. [
Links ]
19. Sabbag LMS, Pastore CA, Yazbek Jr P, Miyazaki MH, Gonçalves A, Kaziyama HHS et al. Efeitos do condicionamento físico sobre pacientes com fibromialgia. Rev Bras Med Esporte. 2007;13(1):6-10. [
Links ]
20. Padawer WJ, Levine FM. Exercise-induced analgesia: fact or artifact? Pain. 1992;48(2):131-5. [
Links ]
21. Busch AJ, Schachter CL, Overend TJ, Peloso PM, Barber KA. Exercise for fibromyalgia: a systematic review. J Rheumatol. 2008 ;35(6) :1130-44. Review. [
Links ]
22. Vierck CJ Jr, Staud R, Price DD, Cannon RL, Mauderli AP, Martin AD. The effect of maximal exercise on temporal summation of second pain (windup) in patients with fibromyalgia syndrome. J Pain. 2001;2(6):334-44. [
Links ]
23. Schachter CL, Busch AJ, Peloso PM, Sheppard MS. Effects of short versus long bouts of aerobic exercise in sedentary women with fibromyalgia: a randomized controlled trial. Phys Ther. 2003;83(4):340-58. [
Links ]
24. van Santen M, Bolwijn P, Landewe R, Verstappen F, Bakker C, Hidding A, et al. High or low intensity aerobic fitness training in fibromyalgia: Does it matter? J Rheumatol. 2002;29(3):582-7. [
Links ]
25. Rooks DS, Silverman CB, Kantrowitz FG. The effects of progressive strength training and aerobic exercise on muscle strength and cardiovascular fitness in women with fibromyalgia: A pilot study. Arthritis Rheum. 2002;47(1):22-8. [
Links ]
26. Droste C, Greenlee MW. Comments on Padawer and Levine, PAIN, 48 (1992) 132-135. [
Links ] Pain. 1992;50(2):241-3. [
Links ]
27. Pertovaara A, Kemppainen P. Comments on Padawer and Levine, PAIN, 48 (1992) 132-135. [
Links ] Pain. 1992;50(2):239-40. [
Links ]
28. Koltyn KF. Analgesia following exercise: a review. Sports Med. 2000;29(2):85-98. [
Links ]
29. Thoren P, Floras JS, Hoffmann P, Seals DR. Endorphins and exercise: physiological mechanisms and clinical implications. Med Sci Sports Exerc. 1990;22(4):417-28. [
Links ]
30. Cousins M, Power I. Acute and postoperative pain. In: Wall PD, Melzack R, editors. Textbook of pain. 4 ed. Toronto: Churchill Livingstone, 2003 ;447-91. [
Links ]
31. Snijdelaar DG, Dirksen R, Slappendel R, Crul BJ. Substance P. Eur J Pain. 2000;4(2):121-35. [
Links ]
32. Carlton SM. Peripheral excitatory amino acids. Curr Opin Pharmacol. 2001;1(1):52-6. [
Links ]
33. Merrill RL. Orofacial pain mechanisms and their clinical application. Dent Clin North Am. 1997;41(2):167-88. [
Links ]
34. Verne GN, Price DD. Irritable bowel syndrome as a common precipitant of central sensitization. Curr Rheumatol Rep. 2002;4(4):322-8. [
Links ]
35. Staud R, Vierck CJ, Cannon RL, Mauderli AP, Price DD. Abnormal sensitization and temporal summation of second pain (wind-up) in patients with fibromyalgia syndrome. Pain. 2001;91(1-2):165-75. [
Links ]
36. Cervero F, Laird JMA. Review article: Mechanisms of touch-evoked pain (allodynia): a new model. Pain 1996;68:13-23. [
Links ]
37. Melzack R, Wall PD. Pain mechanisms: A new theory. Science 1965;150(699):971-9. [
Links ]
38. Marchand S. Le phénomène de la douleur. Chenelière/McGraw-Hill; 1998. [
Links ]
39. Bouhassira D, Villanueva L, Le BD. Effects of systemic morphine on diffuse noxious inhibitory controls: role of the periaqueductal grey. Eur J Pharmacol. 1992;216(2):149-56. [
Links ]
40. Le Bars D, Dickenson AH, Besson JM. Diffuse noxious inhibitory controls (DNIC). I. Effects on dorsal horn convergent neurones in the rat. Pain. 1979;6(3):283-304. [
Links ]
41. Le Bars D, Dickenson AH, Besson JM. Diffuse noxious inhibitory controls (DINC). II. Lack of effect on non-convergent neurones, supraspinal involvement and theorical implications. Pain. 1979;6(3):305-27. [
Links ]
42. Willer JC, Bouhassira D, Le Bars D. [Neurophysiological bases of the counterirritation phenomenon: diffuse control inhibitors induced by nociceptive stimulation]. Neurophysiol Clin. 1999;29(5):379-400. [
Links ]
43. Julien N, Souza JB, Charest J, Marchand S. Déficits des mécanismes endogènes de contrôle de la douleur dans la fibromyalgie. Congrès de l'Association des Fibromyalgiques 2006. [
Links ]
44. Pielsticker A, Haag G, Zaudig M, Lautenbacher S. Impairment of pain inhibition in chronic tension-type headache. Pain. 2005;118(1-2):215-23. [
Links ]
45. Marchand S, Arsenault P. Spatial summation for pain perception: interaction of inhibitory and excitatory mechanisms. Pain. 2002;95(3):201-6. [
Links ]
46. Julien N, Goffaux P, Arsenault P, Marchand S. Widespread pain in fibromyalgia is related to a deficit of endogenous pain inhibition. Pain. 2005;114(1-2):295-302. [
Links ]
47. Souza JB, Potvin S, Goffaux P, Charest J, Marchand S. The deficit of pain inhibition in fibromyalgia is more pronounced in patients with comorbid depressive symptoms. Clin J Pain. In press 2008. [
Links ]
48. Rainville P, Duncan GH, Price DD, Carrier B, Bushnell MC. Pain affect encoded in human anterior cingulate but not somatosensory cortex. Science ; 1997;277(5328):968-71. [
Links ]
49. Melzack R. From the gate to the neuromatrix. Pain. 1999;Suppl 6:S121-6. [
Links ]
50. Goffaux P, Redmond WJ, Rainville P, Marchand S. Descending analgesia - when the spine echoes what the brain expects. Pain. 2007;130(1-2):137-43. [
Links ]
51. Crofford LJ, Pillemer SR, Kalogeras KT, Cash JM, Michelson D, Kling MA, et al. Hypothalamic-pituitaryadrenal axis perturbations in patients with fibromyalgia. Arthritis Rheum. 1994;37(11):1583-92. [
Links ]
52. Crofford LJ. Neuroendocrine abnormalities in fibromyalgia and related disorders. Am J Med Sci. 1998;315(6):359-66. [
Links ]
53. Tousignant-Laflamme Y, Rainville P, Marchand S. Establishing a link between heart rate and pain in healthy subjects: a gender effect. J Pain. 2005;6(6):341-7. [
Links ]
54. Martinez-Lavin M, Hermosillo AG, Rosas M, Soto ME. Circadian studies of autonomic nervous balance in patients with fibromyalgia: a heart rate variability analysis. Arthritis Rheum. 1998;41(11):1966-71. [
Links ]
55. Simonnet G, Rivat C. Opioid-induced hyperalgesia: Abnormal or normal pain? Neuroreport. 2003;14(1):1-7. [
Links ]
56. Vallerand AH. The use of long-acting opioids in chronic pain management. Nurs Clin North Am. 2003;38(3):435-45. [
Links ]
57. Crofford LJ. The hypothalamic-pituitary-adrenal axis in the pathogenesis of rheumatic diseases. Endocrinol Metab Clin North Am. 2002;31(1):1-13. [
Links ]
58. Crofford LJ, Young EA, Engleberg NC, Korszun A, Brucksch CB, McClure LA, et al. Basal circadian and pulsatile ACTH and cortisol secretion in patients with fibromyalgia and/or chronic fatigue syndrome. Brain Behav Immun. 2004;18(4):314-25. [
Links ]
59. Crofford LJ. The relationship of fibromyalgia to neuropathic pain syndromes. J Rheumatol Suppl. 2005;75:41-5. [
Links ]
60. Rainville P, Carrier B, Hofbauer RK, Bushnell MC, Duncan GH. Dissociation of sensory and affective dimensions of pain using hypnotic modulation. Pain. 1999;82(2):159-71. [
Links ]
61. Guieu R, Blin O, Pouget J, Serratrice G. Nociceptive threshold and physical activity. Can J Neurol Sci. 1992;19(1):69-71. [
Links ]
62. Olausson H, Charron J, Marchand S, Villemure C, Strigo IA, Bushnell MC. Feelings of warmth correlate with neural activity in right anterior insular cortex. Neurosci Lett. 2005;389(1):1-5. [
Links ]
63. Bouix O, Najimi S, Orsetti A. Mise en jeu et rôles physiologiques des peptides opioides endogènes dans l'adaptation à l'exercise physique. Science & Sports. 1997;12:26-40. [
Links ]
64. Bement MK, Sluka KA. Low-intensity exercise reverses chronic muscle pain in the rat in a naloxonedependent manner. Arch Phys Med Rehabil. 2005;86(9):1736-40. [
Links ]
65. Hoffman R, Al'Absi M. The effect of acute stress on subsequent neuropsychological test performance (2003). Arch Clin Neuropsychol. 2004;19(4):497-506. [
Links ]
66. Manning EL, Fillingim RB. The influence of athletic status and gender on experimental pain responses. J Pain. 2002;3(6):421-8. [
Links ]
67. Hoffmann P, Terenius L, Thoren P. Cerebrospinal fluid immunoreactive beta-endorphin concentration is increased by voluntary exercise in the spontaneously hypertensive rat. Regul Pept. 1990;28(2):233-9. [
Links ]
68. Janal MN, Colt EW, Clark WC, Glusman M. Pain sensitivity, mood and plasma endocrine levels in man following long-distance running: Effects of naloxone. Pain. 1984;19(1):13-25. [
Links ]
69. Droste C, Greenlee MW, Schreck M, Roskamm H. Experimental pain thresholds and plasma beta-endorphin levels during exercise. Med Sci Sports Exerc. 1991;23(3):334-42. [
Links ]
70. Koltyn KF, Garvin AW, Gardiner RL, Nelson TF. Perception of pain following aerobic exercise. Med Sci Sports Exerc. 1996;28(11):1418-21. [
Links ]
71. Wood PB. A reconsideration of the relevance of systemic low-dose ketamine to the pathophysiology of fibromyalgia. J Pain. 2006;7(9):611-4. [
Links ]
72. Howells FM, Russell VA, Mabandla MV, Kellaway LA. Stress reduces the neuroprotective effect of exercise in a rat model for Parkinson's disease. Behav Brain Res. 2005;165(2):219-20. [
Links ]
73. Sarbadhikari SN, Saha AK. Moderate exercise and chronic stress produce counteractive effects on different areas of the brain by acting through various neurotransmitter receptor subtypes: a hypothesis. Theor Biol Med Model. 2006;3:33. Review. [
Links ]
74. Millan MJ. Descending control of pain. Prog Neurobiol. 2002;66(6):355-474. [
Links ]
75. Godfrey RJ, Madgwick Z, Whyte GP. The exercise-induced growth hormone response in athletes. Sports Med. 2003;33(8):599-613. [
Links ]
76. Moldofsky H, Scarisbrick P. Induction of neurasthenic musculoskeletal pain syndrome by selective sleep stage deprivation. Psychosom Med. 1976;38(1):35-44. [
Links ]
77. Streeter CC, Jensen JE, Perlmutter RM, Cabral HJ, Tian H, Terhune DB, et al. Yoga Asana sessions increase brain GABA levels: a pilot study. J Altern Complement Med. 2007;13(4):419-26. [
Links ]
78. Cheshire WP Jr, Dickson DW, Nahm KF, Kaufmann HC, Benarroch EE. Dopamine beta-hydroxylase deficiency involves the central autonomic network. Acta Neuropathol. 2006;112(2):227-9. [
Links ]
79. Kemppainen P, Pertovaara A, Huopaniemi T, Johansson G, Karonen SL. Modification of dental pain and cutaneous thermal sensitivity by physical exercise in man. Brain Res. 1985;360(1-2):33-40. [
Links ]
80. Cook DB, O'connor PJ, Eubanks SA, Smith JC, Lee M. Naturally occurring muscle pain during exercise: assessment and experimental evidence. Med Sci Sports Exerc. 1997;29(8):999-1012. [
Links ]
81. Rosendal L, Kristiansen J, Gerdle B, Sogaard K, Peolsson M, Kjaer M, et al. Increased levels of interstitial potassium but normal levels of muscle IL-6 and LDH in patients with trapezius myalgia. Pain, 2005;119(1-3):201-9. [
Links ]
82. Andersen LL, Kjaer M, Sogaard K, Hansen L, Kryger AI, Sjogaard G. Effect of two contrasting types of physical exercise on chronic neck muscle pain. Arthritis Rheum. 2008;59(1):84-91. [
Links ]
83. Senna ER, De Barros AL, Silva EO, Costa IF, Pereira LV, Ciconelli RM, et al. Prevalence of rheumatic diseases in Brazil: A study using the COPCORD approach. J Rheumatol. 2004;31(3):594-7. [
Links ]
84. Lemstra M, Olszynski WP. The effectiveness of multidisciplinary rehabilitation in the treatment of fibromyalgia: A randomized controlled trial. Clin J Pain. 2005;21(2):166-74. [
Links ]
85. Souza JB, Bourgault P, Charest J, Marchand S. Long-term efficacy of the Interactional School of Fibromyalgia – a randomized controlled study. Arch Phys Med Rehabil. In press 2008. [
Links ]
86. Macedo LG, Latimer J, Maher CG, Hodges PW, Nicholas M, Tonkin L, et al. Motor control or graded activity exercises for chronic low back pain? A randomised controlled trial. BMC Musculoskelet Disord. 2008;9(1):65. [
Links ]
87. Charest J, Lavignolle B, Chenard J-R, Provencher M, Marchand S. école interactionnelle du dos. Rhumatologie. 1994;48(8):221-37. [
Links ]
88. Sim J, Adams N. Systematic review of randomized controlled trials of nonpharmacological interventions for fibromyalgia. Clin J Pain. 2002;18(5):324-36. [
Links ]
89. Kosek E, Ekholm J, Hansson P. Modulation of pressure pain thresholds during and following isometric contraction in patients with fibromyalgia and in healthy controls. Pain. 1996;64(3):415-23. [
Links ]
90. Valim V, Oliveira L, Suda A, Silva L, de Assis M, Barros Neto T, et al. Aerobic fitness effects in fibromyalgia. J Rheumatol. 2003;30(5):1060-9. [
Links ]
91. Jones KD, Clark SR, Bennett RM. Prescribing exercise for people with fibromyalgia. AACN Clin Issues. 2002;13(2):277-93. [
Links ]
Endereço para correspondência: