Uma dor perturbadora. Assim é definida a fibromialgia por aqueles que sofrem dessa doença.
A síndrome que atinge cerca 2,5% da população brasileira, segundo a Sociedade Brasileira de Estudo da Dor (SBED), ainda tem a sua causa não bem estabelecida pela medicina, mas sabe-se que se trata de uma doença caracterizada por dores difusas envolvendo músculos, tendões e ligamentos, acompanhada de fadiga, sono não reparador, rigidez matinal e alterações do humor. Na quarentena, esse sintomas tendem a se acentuar nos portadoras da doença.A doença atinge, predominantemente, mulheres entre 35 e 44 anos. Layss Monteiro, 30, é professora e foi diagnosticada com fibromialgia aos 22 anos. “Ter fibromialgia é, literalmente, viver um dia de cada vez. Você não sabe como vai acordar, se vai acordar sentindo mais ou menos dor. Nesse momento de pandemia, o emocional tem sido muito afetado e quanto mais nervosismo, maiores são os sintomas no meu caso. Antes da pandemia eu fazia pilates, porém com as medidas de distanciamento ficou inviável. Tenho optado por fazer alongamentos em casa”, afirma a professora.
“A fibromialgia é uma síndrome de dor crônica que traz grandes impactos na qualidade de vida do indivíduo. Há uma alteração no sistema modulatório da dor, é como se o sistema cerebral que regula a dor ficasse super sensível aos estímulos externos”, explica o médico especialista em dor crônica, André Félix.
De acordo com o especialista, a dor afeta principalmente a musculatura, trazendo outros sintomas como cansaço, alterações na memória e sintomas de ansiedade e depressão, como também pode ser acompanhada de outras alterações, como intestinais. “Neste período de isolamento social a saúde física e mental necessita de uma atenção especial neste grupo de paciente, todo o estresse provocado, seja pela ansiedade e inatividade física, contribui para novas crises álgicas.”, afirma André.
A boa notícia é que alguns hábitos podem diminuir o aparecimento das dores. “Atividade física, por exemplo, incentiva à liberação de substâncias do próprio organismo que agem como analgésicos naturais, como a endorfina, que dá a sensação de relaxamento e gera bem-estar. Além disso, os exercícios também realocam as fibras nervosas que estão envolvidas na sensação da dor”, recomenda.
No entanto, o médico ressalta que o melhor caminho é combinar a mudança no estilo de vida com o tratamento interdisciplinar, que é composto por vários profissionais, que trabalham juntos em prol da melhora de cada paciente. “Dentro do tratamento interdisciplinar para fibromialgia, recursos como fisioterapia especializada, psicoterapia, dieta anti-inflamatória, atividade física e acupuntura podem trazer ganhos significativos na melhora dos sintomas da fibromialgia” finaliza o especialista em dor crônica.
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