Seja Bem Vindo ao Universo do Fibromiálgico

A Abrafibro - Assoc Bras dos Fibromiálgicos traz para você, seus familiares, amigos, simpatizantes e estudantes uma vasta lista de assuntos, todos voltados à Fibromialgia e aos Fibromiálgicos.
A educação sobre a Fibromialgia é parte integrante do tratamento multidisciplinar e interdisciplinar ao paciente. Mas deve se estender aos familiares e amigos.
Conhecendo e desmistificando a Fibromialgia, todos deixarão de lado preconceitos, conceitos errôneos, para darem lugar a ações mais assertivas em diversos aspectos, como:
tratamento, mudança de hábitos, a compreensão de seu próprio corpo. Isso permitirá o gerenciamento dos sintomas, para que não se tornem de difícil do controle.
A Fibromialgia é uma síndrome, é real e uma incógnita para a medicina.
Pelo complexo fato de ser uma síndrome, que engloba uma série de sintomas e outras doenças - comorbidades - dificulta e muito os estudos e o próprio avanço das pesquisas.
Porém, cientistas do mundo inteiro se dedicam ao seu estudo, para melhorar a qualidade de vida daqueles por ela atingidos.
Existem diversos níveis de comprometimento dentro da própria doença. Alguns pacientes são mais refratários que outros, ou seja, seu organismo não reage da mesma forma que a maioria aos tratamentos convencionais.
Sim, atualmente compreendem que a síndrome é "na cabeça", e não "da cabeça". Esta conclusão foi detalhada em exames de imagens, Ressonância Magnética Funcional, que é capaz de mostrar as zonas ativadas do cérebro do paciente fibromiálgico quando estimulado à dor. É muito maior o campo ativado, em comparação ao mesmo estímulo dado a um paciente que não é fibromiálgico. Seu campo é muito menor.
Assim, o estímulo dispara zonas muito maiores no cérebro, é capaz de gerar sensações ainda mais potencialmente dolorosas, entre outros sintomas (vide imagem no alto da página).
Por que isso acontece? Como isso acontece? Como definir a causa? Como interromper este efeito? Como lidar com estes estranhos sintomas? Por que na tenra infância ou adolescência isso pode acontecer? Por que a grande maioria dos fibromiálgicos são mulheres? Por que só uma minoria de homens desenvolvem a síndrome?
Estas e tantas outras questões ainda não possuem respostas. Os tratamentos atuais englobam antidepressivos, potentes analgésicos, fisioterapia, psicoterapia, psiquiatria, e essencialmente (exceto com proibição por ordem médica) a Atividade Física.
Esta é a parte que têm menor adesão pelos pacientes.
É dolorosa no início, é desconfortante, é preciso muito empenho, é preciso acreditar que a fase aguda da dor vai passar, trazendo alívio. Todo paciente precisa de orientação médica e/ou do profissional, que no caso é o Educador Físico. Eles poderão determinar tempo de atividade diária, o que melhor se adequa a sua condição, corrige erros comuns durante a atividade, e não deixar que o paciente force além de seu próprio limite... Tudo é comandado de forma progressiva. Mas é preciso empenho, determinação e adesão.

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quinta-feira, 5 de abril de 2018

A síndrome fibromialgia no dia-a-dia da medicina ocupacional

Marcelo Cruz Rezende
Chefe do Serviço de Reumatologia da Santa Casa de Campo Grande, MS 


O diagnóstico de LER/DORT continua sendo freqüente em todos os níveis de atendimento da patologia ocupacional. 

Apesar das várias evidências científicas de que não se trata de uma doença, assim continua sendo considerada, não só pelos pacientes como também por médicos e serviços de medicina de trabalho. Isso denuncia o despreparo de profissionais que , tendo contato com tais pacientes, elaboram maus diagnósticos e indicam tratamentos inadequados, resultando em um péssimo prognóstico. 


Ocorre certa confusão no âmbito das funções relativas aos três níveis de atendimento ocupacional. Sendo assim, é fundamental ter-se em mente que: 

1- O médico assiste, diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, e sim acreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendo então o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento que considere mais indicado. Caso considere o paciente incapacitado para o trabalho, deve emitir um atestado médico; caso haja suspeita de causa ocupacional, deverá constar: "possível causa ocupacional", "solicito avaliação de causa ocupacional". Mesmo sem perda da capacidade laborativa, deverá ser prontamente emitido um atestado pela avaliação causal. 

2- O médico do trabalho caracteriza o nexo técnico. De posse do atestado, far-se-á a perícia ocupacional, onde uma causa específica no trabalho deverá ser encontrada. Somente com isto o diagnóstico nosológico (tendinite, tenossinovite, síndrome do túnel do carpo, etc.) poderá ser denominado DORT, pois, por definição, ela é ocupacional. Deve-se então emitir prontamente a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho). 

3- O médico perito do INSS homologa o nexo técnico e avalia a capacidade laborativa do paciente. Se o afastamento indicado pelo médico assistente ultrapassar 15 dias, a partir do 16º dia torna-se necessária a perícia junto ao INSS, que irá homologar administrativamente o afastamento, assim como o nexo ocupacional, com todos os direitos e deveres decorrentes. 

Sem esta separação de funções, certamente haverá ingerências no diagnóstico, tratamento e evolução do quadro clínico, que acabarão por cronificar a sintomatologia, o que poderá provocar no paciente desconfiança e insegurança, sentimentos que o levarão a buscar soluções milagrosas ou mesmo o caminho da justiça para reparação daquilo que não compreendem muito bem. 

Não haveria dificuldade se todos os casos fossem de diagnóstico comprovável, como tendinite, tenossinovite, etc., onde um exame complementar demonstraria a lesão ou a doença. 


No entanto, se analisarmos os trabalhos de Helfenstein e de Batista (figuras 1 e 2) veremos que o porcentual de pacientes com lesões/doenças "verdadeiras" não chega a 20%, ou seja, existe uma multidão de "doentes de LER" que necessita de melhor avaliação médica, não só para um tratamento específico, mas sobretudo para evitarmos o crescimento desta "epidemia". 

Não podemos esquecer que mesmo os doentes com lesões também padecem de sintomatologia dolorosa crônica, que não melhoram simplesmente com afastamento do trabalho e fisioterapia, ou seja, dependem de uma visão mais ampla de seu problema. 

Com isto, os diagnósticos de síndrome da fibromialgia e miofascial se sobrepõem, acarretando uma série de complicações pela existência de uma doença crônica preexistente, não ocupacional. Será que o simples diagnóstico afasta qualquer possibilidade de nexo técnico? Com perda de direitos trabalhistas, instauração de possível processo judicial e demissão? 

Na verdade, acreditamos que não. Se avaliarmos todas as possibilidades veremos que o fato de existir uma doença de base, facilitadora de dor, irá, na verdade, facilitar ou perpetuar um quadro iniciado por uma causa ocupacional, ou seja, a crise pode ter um fator precipitante específico, devendo assim ser aberta a CAT se for o caso, tal qual um acidente de trabalho. Da mesma forma, o fato de o trabalho piorar uma dor preexistente também dever ser considerado ocupacional e, portanto, também aberta a CAT. 

Estes fatores de precipitação da síndrome dolorosa freqüentemente não são muito visíveis, nem para o paciente tampouco para o médico, como um esforço físico, trauma, etc. Devemos considerar uma conjunção de causas, principalmente as psicológicas. 

Normalmente o paciente estará sob estresse psíquico, o que manterá acesa a possibilidade de sofrer dor. Todo o ambiente de trabalho estará contra ele: os colegas não acreditam, a chefia prioriza o nível de produção, e com isso o doente se sente coagido a manter seu ritmo de trabalho, sob pena de agravar seu estado de saúde, pois, não havendo lesão visível, não tem como comprovar a todos - nem a si mesmo! - a sua debilidade física. 

Cria-se então um círculo vicioso, onde doente com dor a esconde de todos (estigma?!), provocando mais dor para manter seu posto de trabalho (medo?!), aumentando o estresse (tensão muscular?!), piorando sua qualidade de vida, de sono, causando-lhe ainda mais dor. 

Por isto a função do médico assistente é fundamental. A relação médico-paciente forte fará com que o doente acredite em sua doença, veja a necessidade de fazer parte do tratamento, assim como sua parcela de culpa nas crises. 

A interação com o médico do trabalho terá sua importância se ela realmente existir, pois na maioria das vezes essa comunicação não ocorre, prejudicando toda a programação de tratamento e retorno ao trabalho. 

Assim, o conhecimento destas patologias - fibromialgia e miofascial - para a medicina ocupacional torna-se de suma importância, pois está no dia-a-dia do médico do trabalho. Saber identificá-las é a ordem do dia. 

Conclusivamente, o médico do trabalho deve ter em mente que: 

1- nenhuma dor deve ser ignorada; 

2- a perícia ocupacional é fundamental para a caracterização do nexo técnico; 

3- a existência de doença de base não invalida a causa ocupacional da crise; 

4- o grau de incapacidade do trabalhador deve ser avaliado, para que a falta de restrição não provoque uma reinjúria; 

5- a avaliação para o retorno deve ser feita o mais precocemente possível. A auto-estima é preponderante no seu tratamento; 

6- se houver mais de um caso naquele setor medidas de avaliação e prevenção devem ser tomadas; 

7- nunca deve negar a abordagem multidisciplinar para os casos mais rebeldes; 

8- acima de tudo, o paciente "portador de LER/DORT" não é um "incapaz ou inválido". Deve, sim, ser orientado a adequar seu ritmo, tipo e forma de trabalho à sua capacidade física. 





Referências: 

Hass D: Employee Perceveid stress. Relationship to the development of symptoms. AAOHNJ 45:115-123. 

Helfenstein M: tese para doutoramento. A prevalência de síndrome de fibromialgia em pacientes com LER, 1997. 

Fonte: Revista Brasileira de Reumatologia - volume 42 - número 5 - set/out 2002


Fonte: https://www.fibromialgia.com.br/novosite/index.php?modulo=medicos_pvista&id_mat=4

quinta-feira, 29 de março de 2018

Laser e ultrassom conjugados combatem sintomas da fibromialgia


 - 28/03/2018

Laser e ultrassom conjugados combatem sintomas da fibromialgia


Nas crises de dor, muitos não conseguem iniciar exercícios físicos e hidroterapia, tratamentos indicados para a condição


Por Redação - Editorias: Ciências da SaúdeTecnologia


Em estudo de caso, protótipo desenvolvido no Grupo de Óptica viabilizou a obtenção do melhor resultado do laser e do ultrassom, simultaneamente – Foto: Divulgação

Após a aplicação de um protótipo que conjuga o uso de laser com ultrassom nas palmas das mãos de uma paciente de 61 anos que tem fibromialgia, pesquisadores do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP notaram o desaparecimento das dores que acometiam 15 regiões do corpo da voluntária.

Antonio Eduardo de Aquino Junior, coordenador da pesquisa, explica que o diagnóstico de fibromialgia somente pode ser positivo quando são descartadas as possibilidades de o paciente ter osteoartrite, lúpus, gota e psoríase sistêmica – doenças que também causam dores semelhantes às provocadas pela fibromialgia.

Segundo o pesquisador, a fibromialgia pode ser tratada com exercícios físicos e hidroterapia (prática de fisioterapia dentro da água), reeducação nutricional e acompanhamento psicológico. Muitas vezes, além de analgésicos, são receitados remédios para ansiedade e depressão.

Entretanto, segundo Aquino, em virtude de crises agudas de dor, muitos pacientes não conseguem iniciar exercícios físicos e hidroterapia, porque as dores impedem a realização dessas ações. Os sintomas então podem ser combatidos com o uso de medicamentos “pesados” que amenizam dores e relaxam os músculos. As aplicações da técnica seriam uma alternativa para os fármacos.

Das mãos para o resto do corpo

De acordo com o coordenador da pesquisa, normalmente as aplicações de ultrassom e laser são feitas diretamente nos pontos em que o paciente sente dor (locais chamados de pontos gatilho ou tender points), e a ideia de se aplicar luz e ultrassom conjugados apenas nas palmas das mãos foi baseada em um artigo no qual se relatava que essas regiões de pacientes com fibromialgia continham um número maior de células sensoriais em relação às de pacientes que não tinham a doença.

Após dez sessões de aplicação de laser e ultrassom (três minutos em cada palma), realizadas duas vezes por semana, as dores da voluntária que participou desse estudo de caso cessaram em todos os pontos e a qualidade de vida da paciente teve uma melhora significativa.

Resultados da pesquisa foram publicados no Journal of Novel Physiotherapies – Foto: Arquivo pessoal

Em uma escala de 0 a 10 (sendo que 10 representava o grau máximo de dor), no início do tratamento, a paciente classificou suas dores com nível 9; no final, a sensação de dor caiu para 0 – os resultados da pesquisa foram publicados noJournal of Novel Physiotherapies, trazendo a assinatura de Aquino, do professor Vanderlei Salvador Bagnato (docente do IFSC e orientador do estudo) e dos fisioterapeutas da unidade, Daniel Franco e Juliana Amaral.

Segundo Aquino, a aplicação de ultrassom e laser conjugados culmina na ampliação do potencial anti-inflamatório de ambos os recursos, retomando a homeostase corporal (equilíbrio no organismo) e controlando a dor. Para o pesquisador, até recentemente a aplicação combinando os dois tratamentos era inimaginável por uma questão operacional, pois nenhum equipamento proporcionava a associação dessas aplicações. No entanto, de acordo com o pesquisador, o protótipo em questão, que foi desenvolvido no Grupo de Óptica, viabilizou a obtenção do melhor resultado do laser e do ultrassom, simultaneamente.

Para os próximos passos, o objetivo é verificar qual metodologia pode fornecer melhor ação no tratamento. Aquino tem comparado resultados de aplicações que às vezes são feitas apenas com o uso de laser e que em outros momentos são executadas somente com ultrassom.

Rui Sintra e Thierry Santos / Assessoria de Comunicação do IFSC

Mais informações: (16) 3373-9810 (ramal 242); e-mail antonioaquino@ifsc.usp.br


fonte: https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/laser-e-ultrassom-sao-conjugados-para-combater-sintomas-da-fibromialgia/



segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Eu não consigo melhorar... Será que aderi ao tratamento como deveria?

Poucos pacientes com fibromialgia aderem aos regimes de tratamento, revela o estudo

NOVEMBER 3, 2017 
Por Alice Melão



Few Fibromyalgia Patients Adhere to Treatment Regimens, Study Reveals

A adesão ao tratamento é muito fraca entre os pacientes com fibromialgia (FM), de acordo com um estudo realizado em um ambiente da vida real que foi publicado no The Journal of Rheumatology (O Jornal de Reumatologia).  Apenas 9,3 por cento dos pacientes seguiram o regime de tratamento prescrito há mais de um ano.
O estudo " Adesão e Persistência com Farmacoterapia entre Pacientes com Fibromialgia: Dados de uma Organização de Manutenção Total da Saúde" foi conduzido por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Tel Aviv, Israel. O estudo foi apoiado pela Pfizer .
Cerca de 2 a 5% das mulheres em todo o mundo são afetadas pela FM. Sem a cura disponível para a condição, os tratamentos são focados na prevenção da sensação de dor, na restauração do tempo de sono e na melhoria das funções físicas globais.
Estratégias não farmacológicas, como exercícios e terapias baseadas em cognição, são comumente usadas, mas muitos pacientes precisam de tratamento farmacológico de seus sintomas.
A maioria dos medicamentos prescritos para FM foram fabricados para regular como o cérebro e as células nervosas interpretam os sinais (função neuromoduladora). As classes mais utilizadas de drogas são compostos antidepressivos tricíclicos(AT) , inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), antidepressivos de inibidores de recaptação de serotonina / norepinefrina (IRSN) e Lyrica (anticonvulsivante-pregabalina).
Para pacientes com FM, como para muitos outros com doenças crônicas, a adesão à terapia pode ser difícil. Os regimes de administração diária e a intolerância à terapia são alguns dos fatores que contribuem para a não adesão. Mas também o estigma social, a descrença do paciente sobre as terapias e a má comunicação entre paciente-médico podem aumentar o risco de não adesão à medicação.
Agora, pesquisadores avaliaram a adesão à terapia e a persistência em um grupo de 3.932 pacientes diagnosticados com FM de 2008 e 2011, seguidos pela organização de manutenção da saúde Maccabi Healthcare Services em Israel.
Cerca de 41,2 por cento dos pacientes receberam uma receita de medicação para FM no ano anterior ao diagnóstico. Dos pacientes restantes, 56,1 por cento receberam tratamento prescrito no primeiro ano após o diagnóstico e 45 por cento deixaram de tomar pelo menos um dos medicamentos durante esse período de tempo.
No primeiro ano após o diagnóstico, 59,1 por cento dos pacientes receberam AT, 46,7 por cento de antidepressivos (ISRS / IRSN) e 24,1 por cento receberam Lyrica. A combinação de terapias de diferentes classes foi rara nessa população.
Os pesquisadores descobriram que 79,3 por cento dos pacientes que foram prescritos pela primeira vez após o diagnóstico de FM interromperam a terapia no ano seguinte. Após um ano após a iniciação terapêutica com antidepressivos ISRS / IRSN, AT ou antiepilépticos, apenas 26,3%, 18,4% e 9,0%, respectivamente, ainda seguiam o tratamento.
Ansiedade e depressão foram características psicológicas que foram 2,2 vezes mais prevalentes entre os pacientes que receberam tratamento antes do diagnóstico de FM, em comparação com pacientes que não estavam recebendo nenhum medicamento para FM.
Entre os pacientes que receberam terapias prescritas, os pesquisadores descobriram que a proporção média de dias cobertos por qualquer terapia durante um ano foi de 26%. De fato, 60,5% dos pacientes tomaram os medicamentos durante menos de 20% dos dias e apenas 9,3% dos pacientes seguiram o regime de tratamento em mais de 80% do ano.
No geral, esses resultados mostram que "em uma população israelense de vida real "de pacientes com FM, a persistência e a adesão à terapia FM no ano seguinte ao diagnóstico são notavelmente baixas", escreveram os pesquisadores.
Esses achados estão em linha com estudos prévios, além de sugerir que apenas uma pequena minoria de pacientes que obtêm benefício clínico terapêutico com as terapias prescritas, estão dispostos a continuar com esses medicamentos por intervalos superiores a um ano.
"Nossos resultados indicam claramente que existe a necessidade urgente de novas terapias com eficácia aprimorada e maior tolerabilidade para pacientes com FM. Os médicos devem ter em mente a característica problemática da adesão, ao avaliar e tratar pacientes com FM, para que os médicos possam intervir e alcançar aqueles que estão em maior risco de não-adesão ", concluiu a equipe.
Tradução: Google + Abrafibro

O que podemos concluir?
A maioria dos pacientes não conseguem seguir com o tratamento medicamentoso prescrito, por mais de um ano. Que em 365 dias do ano, apenas 20% não mantém o tratamento prescrito, incluindo outras terapias.
Sem dúvida alguma isso gera a instabilidade do quadro, aumentam o número de crises, mantendo o paciente vulnerável aos fatores desencadeadores.
Precisamos ter consciência do nosso papel enquanto pacientes, e manter uma rígida rotina. Ela pode nos trazer alguma garantia de estabilidade e gerenciamento dos sintomas da FM.
É preciso que façamos nossa parte, manter com nosso médico um estreito relacionamento, em que haja a liberdade para discutir o tratamento no sentido real... Cada um cumprindo seu papel. Esta responsabilidade é toda do paciente.



Dor crônica e depressão: Gerenciando dor quando você está deprimido

Viver com dor crônica é um fardo. E mais a depressão - um dos problemas mais comuns enfrentados por pessoas com dor crônica - esse fardo ainda é mais pesado.
A depressão pode aumentar a dor e tornar mais difícil lidar. A boa notícia é que a dor crônica e a depressão não são inseparáveis. Os tratamentos efetivos podem aliviar a depressão e podem ajudar a tornar a dor crônica mais tolerável.

Dor crônica e depressão: uma dupla terrível

Se você tem dor crônica e depressão, você tem muita companhia. Isso ocorre porque a dor e a depressão crônicas são problemas comuns que geralmente se sobrepõem. A depressão é um dos problemas de saúde mental mais comum, que as pessoas que sofrem de dor crônica enfrentam, e muitas vezes complica a condição e o tratamento do paciente. Considere estas estatísticas:
  • De acordo com a American Pain Foundation, cerca de 32 milhões de pessoas em Estados Unidos denunciam dor com duração superior a um ano.
  • Mais da metade dos pacientes que se queixam de dor aos médicos estão deprimidos.
  • Em média, 65% das pessoas deprimidas também se queixam de dor.
  • As pessoas cuja dor limita sua independência são especialmente susceptíveis a ficarem deprimidas.
Como a depressão em pacientes com dor crônica frequentemente não é diagnosticada, muitas vezes não é tratada. Os sintomas de dor e as queixas ocupam o centro das atenções na maioria das visitas dos médicos. O resultado é depressão, juntamente com distúrbios do sono , perda de apetite, falta de energia e diminuição da atividade física - o que pode tornar a dor muito pior.
"A dor e a depressão crônicas andam de mãos dadas", diz Steven Feinberg, MD, professor clínico adjunto da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford. "Você quase tem que assumir que uma pessoa com dor crônica está deprimida e lá começa".

Dor crônica e depressão: um ciclo vicioso

A dor provoca uma resposta emocional em todos. Ansiedade, irritabilidade e agitação - todos esses são sentimentos normais quando temos dor crônica. Normalmente, à medida que a dor diminui, a resposta estressante também acontece.
Mas e se a dor não desaparecer? Ao longo do tempo, a resposta ao estresse constantemente ativado, pode causar múltiplos problemas associados à depressão. Esses problemas podem incluir:
  • ansiedade crônica
  • pensamento confuso
  • fadiga
  • irritabilidade
  • distúrbios do sono
  • Ganho ou perda de peso
Algumas das sobreposições entre depressão e dor crônica podem ser explicadas pela biologia. Depressão e dor crônica compartilham alguns dos mesmos neurotransmissores - os mensageiros químicos que viajam entre os nervos. Eles também compartilham algumas das mesmas vias nervosas.
Em pessoas que são biologicamente vulneráveis ​​à depressão clínica, as perdas (como um emprego ou um senso de respeito como pessoa é ativa ou de relações sexuais) podem contribuir para o desenvolvimento da depressão.
Uma vez que a depressão se instala, ela aumenta a dor que já existe. "A depressão acrescenta um duplo golpe à dor crônica, reduzindo a capacidade de lidar", diz Beverly E. Thorn, professora de psicologia da Universidade do Alabama e autora do livro Terapia cognitiva para dor crônica .
A pesquisa comparou pessoas com dor crônica e depressão para aquelas que só sofrem de dor crônica. Aquelas com dor crônica e depressão:
  • relatam dor intensa
  • sentem menos controle de suas vidas
  • usam estratégias de enfrentamento mais saudáveis
Como a dor crônica e a depressão estão tão entrelaçadas, a depressão e a dor crônica são muitas vezes tratadas juntas. Na verdade, alguns tratamentos podem melhorar a dor crônica e a depressão.

Tratando dor crônica e depressão: uma abordagem de "vida global"

Dor crônica e depressão podem afetar toda a vida de uma pessoa. Consequentemente, uma abordagem de tratamento ideal aborda todas as áreas de uma vida afetadas pela dor crônica e depressão.
Devido à conexão entre dor crônica e depressão, faz sentido que seus tratamentos se sobreponham.
O fato de que a dor crônica e a depressão podem envolver os mesmos nervos e neurotransmissores significa que os antidepressivos podem ser usados ​​para melhorar a dor crônica e a depressão.
"As pessoas odeiam ouvir," está tudo na sua cabeça ". Mas a realidade é que a experiência da dor está na sua cabeça ", diz Feinberg. "Os antidepressivos trabalham no cérebro para reduzir a percepção da dor".
Os antidepressivos tricíclicos têm evidências abundantes de eficácia para certos tipos de dor de base neurológica (como nervos comprimidos ou dores de cabeça de enxaqueca). No entanto, por causa de efeitos colaterais, seu uso é geralmente limitado. Alguns antidepressivos mais recentes são prescritos por médicos para tratar certas síndromes crônicas dolorosas e parecem funcionar bem, com menos efeitos colaterais.
Muitas pessoas com dor crônica evitam o exercício. "Eles não podem diferenciar a dor crônica da" boa dor "do exercício", diz Feinberg. Mas, quanto menos você fizer, mais fora de forma você se torna. Isso significa que você tem um maior risco de lesão e piora a dor.
A chave é quebrar esse ciclo. "Agora sabemos que a atividade física suave e regular é uma parte crucial da gestão da dor crônica", diz Thorn. Todos com dor crônica podem e devem fazer algum tipo de exercício. Consulte um médico para criar um plano de exercícios seguro e eficaz para você.
Saúde Mental e Espiritual
A dor crônica afeta sua capacidade de viver, trabalhar e de se divertir da maneira que você está acostumado. Isso pode mudar a forma como você se vê - às vezes pior.
"Quando alguém começa a assumir a identidade de um" paciente com dor crônica incapacitado ", existe uma preocupação real de terem sumido a dor e tornar-se uma vítima", diz Thorn.
Combater esse processo é um aspecto crítico do tratamento. "Pessoas com dor crônica acabam fechadas em si mesmas", o que leva a se sentir passivo, diz Feinberg. "O melhor é que as pessoas se ocupem, assumam o controle".
Trabalhando com uma visão de saúde provedora, e que se recusa a vê-lo como uma vítima indefesa, é parte da fórmula para o sucesso. O objetivo é substituir a identidade da vítima por uma "pessoa de bem com a dor", de acordo com Thorn.

Tratando dor crônica e depressão: psicoterapia cognitiva para dor crônica

Existe tal coisa como "mente sobre matéria"? Você pode "pensar" sua maneira de sentir dor?
Pode ser difícil de acreditar, mas a pesquisa mostra claramente que, para as pessoas comuns, certos tipos de treinamento mental realmente melhoram a dor crônica.
Uma abordagem é a psicoterapia cognitiva. Na psicoterapia cognitiva, a pessoa aprende a notar os "pensamentos automáticos negativos" que cercam a experiência da dor crônica. Esses pensamentos são muitas vezes distorções da realidade. A psicoterapia cognitiva pode ensinar a pessoa a mudar esses padrões de pensamento e melhorar a experiência com a dor.
"Toda a idéia é que seus pensamentos e emoções têm um impacto profundo em como você lida" com dor crônica, diz Thorn. "Há uma evidência muito boa de que a psicoterapia cognitiva pode reduzir a experiência geral da dor".
A psicoterapia cognitiva também é um tratamento comprovado para a depressão. De acordo com Thorn, a psicoterapia cognitiva "reduz os sintomas de depressão e ansiedade" em pacientes com dor crônica.
Em um estudo realizado por Thorn, no final de um programa de psicoterapia cognitiva de 10 semanas, "95% dos pacientes sentiram que suas vidas foram melhoradas e 50% disseram ter menos dor". Ela também diz: "Muitos participantes também reduziram sua necessidade de medicamentos".

Tratando Dor Crônica e Depressão: Como Começar

A melhor maneira de abordar a gestão da dor crônica é fazer a parceria com um médico para criar um plano de tratamento. Quando a dor crônica e a depressão estão combinadas, a necessidade de trabalhar com um médico é ainda maior. Veja como começar:
  • Veja o seu médico de cuidados primários e diga-lhe que está interessado em controlar sua dor crônica. À medida que você desenvolve um plano, tenha em mente que o plano ideal de gerenciamento de dor será multidisciplinar. Isso significa que abordará todas as áreas de sua vida afetadas pela dor. Se o seu médico não for treinado no tratamento da dor , peça-lhe que o encaminhe para um especialista em dor.
  • Considere terapias integrativas; trabalhe com o seu médico para escolher quais são os melhores para você.
  • Encontre um psicoterapeuta cognitivo comportamental perto de você, com experiência no tratamento da dor crônica.

Tradução: Google + Abrafibro

terça-feira, 31 de outubro de 2017

E POR FALAR EM BENEFÍCIO JUNTO AO INSS...

Atestado particular tem legitimidade para restabelecer benefício do INSS


29 de outubro de 2017, 7h23  Por  

A presunção de legitimidade da perícia médica feita pelo Instituto Nacional do Seguro Social pode ser eliminada diante de provas em contrário, ainda que baseadas em atestados e laudos médicos particulares. Por isso, não há impedimento para que a Justiça conceda a antecipação de tutela, implantando ou restabelecendo um benefício, com base em laudo médico produzido unilateralmente pelo segurado.
Com este entendimento, a 1ª Turma Regional Suplementar de Santa Catarina, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, deferiu antecipação da tutela para determinar a implantação do benefício de auxílio-doença, no prazo de 30 dias, a uma costureira afastada do trabalho.
Na 2ª Vara Cível de Timbó (SC), onde tramita a Ação Ordinária para Restabelecimento de Benefício de Auxílio-Doença, por força da competência delegada, o pedido foi indeferido em sede de liminar. Mesmo de posse de documentos médicos atestando a incapacidade da segurada para o trabalho, juiz disse que não pode tirar conclusões sobre a obrigatoriedade deste pagamento antes da apresentação de um parecer técnico emitido pelo perito judicial. Marcou a audiência de conciliação com o INSS para fevereiro de 2018.
Para derrubar a decisão de origem, a segurada interpôs Agravo de Instrumento no colegiado, que acabou acolhido, em decisão monocrática, pelo desembargador Paulo Afonso Brum Vaz. Para o relator do recurso, aguardar e exigir a perícia judicial, sob o pretexto da presunção da validade do laudo administrativo, como queria o juiz de origem, “aniquilam parcialmente” a tutela de urgência.
Para Vaz, a atividade da autora exige esforço físico e está comprometida pelas doenças relatadas nos atestados. Por isso, neste momento, seria temerário não restabelecer o benefício. “Está-se, sem qualquer sombra de dúvida, diante de situação que requer a tutela de urgência, ou diante de uma real colisão de princípios fundamentais — efetividade e segurança jurídica —, em que se deve privilegiar a efetividade, relativizando a segurança jurídica”, ponderou.
Ainda segundo o desembargador, o princípio da razoabilidade diz que o juiz deve “prestigiar, perseguir e atender os valores éticos, políticos e morais”, implícita ou explicitamente, consagrados na Constituição. Afinal, se é compromisso do estado assegurar a vida, a saúde, acabar com a miséria e as desigualdades sociais, e se prestar jurisdição é função do estado, por óbvio, também deve buscar, na exegese da lei, preservar tais valores, sob pena de comprometer a promessa constitucional de “justiça social”.
“A possível irreversibilidade sempre deve ceder ao direito provável e ao perigo de dano. Havendo necessidade de se sacrificar direitos, que recaia o sacrifício sobre o direito menos provável ou sobre o sujeito da relação processual que tenha maior fôlego para suportá-lo. Em outras palavras, é preferível que o juiz erre para obrigar a pagar alimentos aquele que não os deve, do que negar a tutela liminar e privar o alimentando do mínimo existencial”, concluiu na decisão.
Clique aqui para ler o despacho da 2ª Vara Cível de Timbó (SC).
Clique aqui para ler a decisão do TRF-4 que concedeu a liminar.

**Nota da Abrafibro:  Para quem está movendo processo contra o INSS, precisa de TUTELA ANTECIPADA, mostre este artigo ao seu advogado. Ele terá muito interesse nele, e poderá aproveita-lo em seu processo.
Para obter informações de outras ações, em que a Fibromialgia configura no processo, é só acessar: http://www.cjf.jus.br/juris/unificada/  e escrever "FIBROMIALGIA" na pesquisa. Diversos processos irão aparecer, que no "Juridiquês" chamam de JURISPRUDÊNCIA; ou seja, processos mais parecidos com seu caso. Ela é uma das fontes do Direito. Seu advogado poderá usar aquele que obteve a decisão judicial favorável, para fundamentar seu processo. Isso poderá ajudar e muito na decisão do juiz. Mas é bom saber que também existem decisões judiciais, para ações muito parecidas, que não foram favoráveis ao autor. No que diz respeito a Fibromialgia, ainda não há um consenso, ou seja, decisões judiciais iguais. Em Direito, tudo "depende".***
Exemplo:
Processo
AC 00009120820134058102
AC - Apelação Civel - 574252
Relator(a)
Desembargador Federal Geraldo Apoliano
Sigla do órgão
TRF5
Órgão julgador
Terceira Turma
Fonte
DJE - Data::04/03/2015 - Página::90
Decisão
UNÂNIME
Ementa
PROCESSUAL CIVIL. SERVIDORA PÚBLICA, PORTADORA DE FIBROMIALGIA. REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO. POSSIBILIDADE. PERÍCIA MÉDICA REALIZADA POR PERITO REGULARMENTE INSCRITO. DESNECESSIDADE DE REALIZAÇÃO POR JUNTA OFICIAL. COMINAÇÃO DE MULTA DIÁRIA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. POSSIBILIDADE. 1. Apelação interposta em face de sentença que antecipou os efeitos da tutela, reduzindo a jornada de trabalho da autora para 6 (seis) horas diárias, independentemente de compensação e sem a redução da remuneração. 2. Hipótese em que a perícia realizada foi robusta o suficiente para solver as dúvidas quanto à condição de saúde da apelada, portadora de Fibromialgia. 3. Laudo pericial que confirmou a tese veiculada na inicial, atestando que a autora realmente sofre impedimento de longo prazo, com prejuízo de participação plena e efetiva na sociedade, com a necessidade de redução da carga de trabalho para o controle da patologia. 4. Considerando-se o novo conceito interpretativo de pessoa com deficiência, inaugurado pela Convenção Internacional das Pessoas com Deficiência, internalizado com status de norma constitucional, conclui-se que a autora é pessoa com deficiência, pelo menos para o fim de obter a redução da jornada de trabalho, independentemente de compensação e sem a redução da remuneração, para seis horas diárias, conforme o disposto no art. 98, parágrafo 2º, da Lei n. 8.112/1991. 5. A perícia realizada por profissional devidamente inscrito, substitui a realização da mesma perícia pela junta oficial. Precedentes. 6. A aplicação de multa diária tem o condão de coagir a parte à prestação da obrigação de fazer ou não fazer, a qual deveria ter sido realizada espontaneamente. A astreinte não tem caráter punitivo, mas sim coativo, não havendo óbice à sua aplicação face à Fazenda Pública. Não havendo resistência ao cumprimento da pretensão, não haverá a cobrança de multa. 7. Apelação improvida.
Data da Decisão
26/02/2015
Data da Publicação
04/03/2015
Referência Legislativa
LEG-FED DEL-6949 ANO-2009 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - LEG-FED LEI-7853 ANO-1989 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - LEG-FED DEL-3298 ANO-1999 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - LEG-FED LEI-8112 ANO-1991 ART-98 PAR-2 ART-5 PAR-3