Foi formada por pacientes e profissionais voluntários que, trazem informações e orientações de credibilidade a quem queira conhecer mais e melhor a Fibromialgia - CID 11 - MG30.01 Começamos em 2007 no antigo Orkut, encerradas as atividades em março/2023. IMPORTANTE: NOSSAS MATÉRIAS NÃO SUBSTITUEM, SOB QUALQUER PRETEXTO, A CONSULTA MÉDICA.
Recebemos a seguinte pergunta em nosso site: "Porquê a maioria dos remédios são ancioliticos? sendo que a dor que tira o sono, é a dor que nos deixam irritados, é a dor que nos deixam desanimados por doer tanto que não conseguimos nos concentrar, não conseguimos estudar, não conseguimos trabalhar, não conseguimos continuar sendo como antes, assim ficamos dopadas com ancioliticos e a dor não para.". Não citaremos o nome da pessoa, pois ela(e) não se identificou....
Resposta :
"É importante lembrar, antes de tudo, que a dor está associada tanto a um aspecto fisiológico, quanto psicológico e estes dois fatores precisam ser levados em consideração e tratados, pois eles interagem na percepção e na modulação da dor!
Em algumas situações particulares, como no caso de dores crônicas, determinadas áreas do nosso cérebro funcionam exageradamente resultando num estado de ansiedade. Os fármacos que chamamos de ansiolíticos, exercem um efeito contrário, isto é, eles inibem os mecanismos que estavam hiperfuncionantes.
Como conseqüência desta ação, os ansiolíticos produzem uma depressão da atividade do nosso cérebro que pode auxiliar no tratamento da FM diminuindo a ansiedade; induzindo o sono; atuando como relaxante muscular e/ ou reduzindo o estado de alerta.
Já os fármacos antidepressivos, que também são muito usados no tratamento das dores crônicas, regulam os mensageiros químicos cerebrais e têm ação em alguns receptores ligados à dor. Eles atuam tanto em áreas do sistema nervoso relacionadas a emoção, quanto em áreas relacionadas à dor, funcionando como moduladores da dor.
A escolha entre os diversos tipos de antidepressivos , ansiolíticos ou outras medicações, assim como a combinação entre elas e a dosagem a ser usada, é baseada no perfil de cada paciente. As abordagens interdisciplinares na FM, incluindo exercício físico, medicação, psicoterapia…têm demonstrado resultados satisfatórios no alívio da dor, embora ainda apresentem limitação de adesão à longo termo!"
Autora: DraLais Kozminski - Biomédica e Médica licenciada na França E Diretora Científica da Abrafibro. Contato: https://instagram.com/lais.kozminski
Resposta:
"A dor é um fenómeno bastante complexo que vai além dos sintomas físicos. Por isso, deve ser considerada como uma experiência subjetiva e individual. Viver nos dias de hoje é entrar numa correia sem fim, expostos a um enorme stress grande estresse, ansiedade, frustração, preocupação ou ate mesmo tristeza. Todos estes sentimentos/emoções crescem até se instalar algo que nos vai dificultar a nossa vida em todas as suas dimensões, a pressão psicológica. O individuo exposto a pressão psicológica, vai começar a ver a sua parte física também afetada. Surgem os primeiros sinais que atacam o físico, estes problemas têm relação direta com as emoções vão compor os transtornos somatoformes. Eles podem tanto ser uma doença psicossomática (detetada em análises laboratoriais) ou uma somatização (que não apresenta alteração alguma nos exames médicos). Diferentemente da somatização, as doenças psicossomáticas podem ser detetadas por exames laboratoriais. Ou seja, existe uma causa física para os sintomas observados, porém a doença tem origem na mente.
As doenças psicossomáticas apresentam sintomas variados, sendo comuns as alterações de sensibilidade, como dor, formigamento e até sensação térmica incómoda. São muitos os relatos de pessoas que se queixam de problemas intestinais, como constipação, cólica ou diarreia. As doenças psicossomáticas podem se manifestar das seguintes formas: Gastroenterites (úlcera, gastrite, retocolite); Problemas respiratórios (asma, bronquite); Alterações cardiovasculares (pressão alta, taquicardia); Problemas dermatológicos (vitiligo, psoríase, dermatite, herpes, urticária, eczema); Enxaquecas e vertigens e processos inflamatórios nas articulações (como artrite, artrose, tendinite, reumatismos.
Quando vivemos com dor crónica, entramos numa num círculo vicioso segundo o qual evitamos a atividade, sendo que a falta de mobilidade que causa tensão muscular aumenta a dor e dá lugar a reações emocionais negativas que, por sua vez, diminuem a tolerância à dor, parecendo que nos dói cada vez mais. Devido a tudo isto, entramos num processo de isolamento e frustração que pode originar processos de ansiedade ou depressão. As áreas de maior impacto são: Problemas Psicológicos (Ansiedade, depressão, insónias, baixa autoestima); problemas nas Relações Pessoais (Com familiares, como(a)companheiro(a), Isolamento voluntário); Qualidade de Vida (diminuição da atividade física, falta de independência e redução das horas de lazer e entretenimento).
O que fazer?
Ter conhecimento do contexto psicológico da dor é extremamente importante para os doentes, os familiares e os cuidadores. Existem diversas estratégias para encarar estas situações. A primeira e mais importante é falar com o seu médico(s), não apenas sobre a experiência da dor, como esta o faz sentir. Quais os impactos desta na sua vida, etc.
Consulte um psicólogo, este profissional ajudar a diminuir o impacto emocional da doença, contribuir para criar mecanismos de autoajuda para o alivio o alívio da dor e melhorar a sua qualidade de vida."
Autora: Dra Daniela Queiros - Psicóloga Clínica (em Portugal) - Vice Diretora Científica da Abrafibro. Contato @danielaqueiros_psicologia
No AC, pessoas com fibromialgia passam a ter atendimento preferencial — Foto: Divulgação
Por G1 AC — Rio Branco
Pessoas com fibromialgia passam a ter atendimento preferencial nos estabelecimentos comerciais, órgãos públicos no Acre e empresas privadas. A lei com a determinação foi publicada na edição desta quarta-feira (14) do Diário Oficial do Estado.
O projeto, de autoria do deputado Roberto Duarte (MDB), tinha sido aprovado na Assembleia Legislativa do Estado (Aleac) no último dia 23 de junho pelos parlamentares.
A norma prevê que os órgãos públicos, empresas concessionárias de serviços públicos e empresas privadas em todo o estado são obrigadas, durante todo o horário de expediente, a oferecer atendimento preferencial às pessoas com fibromialgia.
No caso das empresas comerciais que recebem pagamentos de contas, a lei determina que estas devem incluir as pessoas com fibromialgia nas filas de atendimento preferencial já destinadas aos idosos, gestantes e pessoas com deficiência.
Ainda segundo a legislação, a identificação dos beneficiários vai se dar por meio de cartão expedido, gratuitamente, por órgão de saúde competente.
A fibromialgia é uma doença que não tem cura e que causa dores no corpo. Segundo estudos, a doença é conhecida como uma síndrome dolorosa crônica, sem uma causa definida. O paciente tem dificuldade em produzir hormônios e neurotransmissores relacionados ao alívio da dor.
“A aprovação da proposta objetiva o reconhecimento das limitações que a fibromialgia condiciona aos seus portadores, além de conscientizar a sociedade sobre o aspecto incapacidade desta doença”, destacava parte do projeto de lei.
A encarregada de serviço geral Creuza Monteiro da Silva, de 47 anos, convive com a fibromialgia há mais de um ano. Em dias com dores muito fortes, Creuza não consegue se locomover direito e não sai de casa.
Para ela, a prioridade vai agilizar o atendimento dos portadores. Sem um tratamento específico, Creuza explicou que o diagnóstico da doença é muito difícil
"Vai ajudar muito. Começo a sentir as dores de repente. Quando entro no ciclo da menstruação ataca mais, tem dia que ando na ponta dos pés porque não aguento andar direito. Dói o corpo todo, e tudo afeta, emocional, estresse. Não tenho como pegar um laudo porque não tem o diagnóstico, os exames não acusam que você tem fibromialgia. Tenho raio-X até dos meus dedos e não acusou nada", lamentou.
A dor pode ser uma grande barreira para uma vida feliz e gratificante. Quando conheço um novo paciente pela primeira vez, costumo informá-lo de que, embora trabalhar no problema da dor em si seja muito importante, meu objetivo principal é quebrar essa barreira e ajudá-lo a ficar saudável e bem de modo geral.
O que exatamente quero dizer com saudável e bem? Acho que nossos corpos devem se mover, nossos corações desejam sentir e amar e nossas mentes desejam crescer e se envolver com o mundo ao nosso redor. Se a dor que sentimos está nos atrapalhando, então precisamos encontrar um caminho que acabe restaurando esses elementos vitais em nossas vidas. Mudar para essa mentalidade pode levar nossas estratégias de gerenciamento da dor a um nível totalmente novo - um em que não estamos apenas nos concentrando em diminuir a sensação de dor a qualquer momento, mas também buscando um plano que ajude a entregar uma versão mais vibrante e realizada de nós mesmos.
Abaixo estão cinco elementos-chave que acredito que você precisa procurar em quaisquer tratamentos, terapias ou medicamentos para a dor que esteja considerando. Mantenha isso em mente ao mapear o caminho que deseja seguir hoje, amanhã e nos dias que virão.
1. Mobilidade . Pense em quanto a sua qualidade de vida depende de quão móvel você é. Quanto mais você se locomove, mais você pode interagir com o mundo. E quanto menos móveis temos, mais desconectados e isolados nos tornamos. Ser capaz de se locomover um pouco melhor pode fazer uma grande diferença quando se trata de ir a lugares, ver pessoas e apenas experimentar o mundo. Melhorar a mobilidade pode significar ser capaz de dar mais passos, mas também pode significar dirigir, usar transporte público ou qualquer outra maneira que você imaginar que o ajude a se locomover. Valorize os tratamentos que o ajudam a ir a lugares.
2. Interação . A qualidade de nossas conexões sociais desempenha um papel vital para nosso bem-estar e felicidade gerais, mas sentir dor pode fazer com que nos afastemos dos outros. Podemos não ter vontade de sair de nossos quartos, muito menos ir para o trabalho ou socializar com aqueles de quem gostamos. E quanto mais nos isolamos, mais para baixo e deprimidos nos sentimos, criando um ciclo vicioso: quanto mais deprimidos nos sentimos, menos queremos interagir com os outros. Procure oportunidades de vínculo social positivo e apoio emocional. Por exemplo, trabalho com um grupo animado de pacientes que mantém um grupo de caminhada semanal em um parque perto do meu centro (enquanto ainda mantém o distanciamento social), e eles usam esse tempo para se conectar e apoiar uns aos outros.
3. Independência . Às vezes, sentir dor pode nos deixar mais dependentes da ajuda de outras pessoas. Embora você possa apreciar receber ajuda em tarefas como preparar refeições ou se vestir quando precisar, tornar-se um pouco mais independente pode ajudar a aliviar a ansiedade, aumentar a autoconfiança e diminuir o impacto que a dor tem em nossas vidas. Procure estratégias de tratamento que possam ajudá-lo a recuperar um maior senso de controle.
4. Validação . Se você é como a maioria das pessoas com dor crônica, provavelmente se sente realmente incompreendido, como se ninguém realmente soubesse o que você está passando, e isso pode incluir seus amigos, cônjuge, família e colegas de trabalho. A dor crônica pode ser uma doença silenciosa que não aparece em raios-X, ressonâncias magnéticas ou exames de sangue, o que torna ainda mais difícil para os outros entenderem como é andar em seus sapatos. E quando os outros simplesmente não acreditam que você está realmente sofrendo, isso pode ser como um soco no estômago. Mas lembre-se, com cerca de 50 milhões de americanos com dor crônica, você definitivamente não está sozinho. A dor é um problema que afeta quase todas as famílias em algum momento, então não deixe que o que os outros digam ou pensem o derrubem.
5. Amor . Minha quinta chave é a mais importante, mas esquecida: amor. A necessidade fundamental mais básica de todos os seres humanos é o amor - receber amor, mas também dar amor aos outros. Para nos sentirmos verdadeiramente realizados, precisamos ter essa troca de energia positiva em nossas vidas. Mas a dor pode tirar o amor de nossas vidas de muitas maneiras diferentes, e isso pode ser mais devastador do que a própria dor. Viver com dor crônica pode significar perder o romance, a intimidade, os laços sociais e as conexões familiares. Eu diria que trazer mais amor é o objetivo mais importante de qualquer plano de controle da dor. Pense em seus tratamentos, seus medicamentos, os médicos que você consulta, o que quer que esteja fazendo. Se não está ajudando a trazer mais amor para sua vida, pense no que precisa mudar.
Considere usar esses cinco elementos-chave como um guia ao criar um plano de controle da dor que o ajude a prosperar.
Fonte do texto original:
A fibromialgia é uma condição crônica e incurável caracterizada por dor musculoesquelética generalizada, fadiga crônica, névoa cerebral e distúrbios do sono que afetam entre três e seis por cento da população global. No entanto, como a fibromialgia foi formalmente reconhecida apenas algumas décadas atrás , muitas pessoas (incluindo médicos) ainda não estão familiarizadas com a doença e a realidade de como ela pode afetar a vida de alguém.
Essas incertezas podem, infelizmente, dar lugar a suposições que não são apenas imprecisas, mas prejudiciais. Muitos ainda acreditam que o fibro não é uma doença “real” e que aqueles que a têm devem simplesmente estar “fingindo” ou “em busca de atenção” - quando isso não poderia estar mais longe da verdade. Entre os sintomas físicos e o impacto emocional de ter uma condição vitalícia, a fibromialgia já pode ser uma doença difícil de controlar. Mas acrescente os estigmas e equívocos que cercam a condição, e navegar pela vida com fibro pode se tornar ainda mais difícil.
Queríamos corrigir alguns dos equívocos em torno da fibromialgia, então pedimos à nossa comunidade Mighty para compartilhar os “mitos” que eles ouviram que tornam ainda mais difícil viver com a doença. Romper esses estigmas não é apenas uma parte importante da promoção da compreensão e da conscientização geral, mas pode levar a mais pesquisas e melhores opções de tratamento para os portadores da doença.
“Só porque eles conhecem alguém que também tem isso não significa que nossos sintomas e problemas sejam os mesmos.” - Kyndra E.
Realidade: Assim como cada pessoa é única, também o é sua experiência com a fibromialgia. Pessoas diferentes podem ter sintomas diferentes, comorbidades diferentes e podem responder de forma diferente aos desafios de sua doença.
“'Só as pessoas mais velhas têm.' Errado! Mulheres e homens jovens têm fibromialgia e podem ser diagnosticados mesmo no início da adolescência. ” - Kristin S.
“ Algumas pessoas parecem pensar que sou 'muito jovem' para estar tão doente, então não pode ser tão ruim. Então, se eu simplesmente parar de ser preguiçoso e fazer exercícios, comer direito e, ah, sim, dizer ao fibro que sou muito jovem para ficar tão doente, tudo ficará ótimo. ” - Bin T.
Realidade: Embora a fibromialgia seja mais comum em mulheres e mais frequentemente seja diagnosticada em pessoas com idades entre 35-45 , a fibromialgia pode afetar homens e mulheres de qualquer idade.
“Como consegui ir até a loja, 'devo estar indo melhor'. Minha família precisa comer e eu tenho uma casa para manter; claro que tenho que fazer algumas compras. Só porque você me viu na Kroger não significa que estou magicamente 'curado' do meu fibro. ” - Jessie.
“Só porque eu funciono significa que 'não pode ser tão ruim' / 'Não posso estar com tanta dor' / 'Não posso estar totalmente exausta.'” - Liselle F.
Realidade: apesar dos sintomas muitas vezes debilitantes, as pessoas com fibromialgia ainda têm vidas e responsabilidades. Só porque você os vê cumprindo tarefas ou tomando café com um amigo, não significa que eles ainda não estejam lidando com os sintomas e efeitos colaterais de sua doença.
“ Definitivamente que estou inventando / que está tudo 'na minha cabeça'. Além disso, quando eu estava em agonia antes do diagnóstico, mas um médico considerou a dor decorrente da minha depressão, apesar de eu ser inflexível, era diferente. ” - Dani S.
Realidade: Pessoas com fibromialgia não estão “inventando” ou “imaginando” seus sintomas. A dor da fibromialgia é real e válida.
“ Tomar Tylenol ou Advil não vai fazer a dor passar. Eu gostaria que as pessoas soubessem que literalmente nada elimina completamente a [minha] dor. É mais sobre se conformar com a redução da dor. ” - Jackie S.
“ Muita gente pensa que, porque há medicamentos para a fibromialgia, posso simplesmente tomar esses remédios e ser curado como um milagre. Na realidade, esses medicamentos não funcionam para muitas pessoas e, se funcionarem, geralmente vêm com alguns efeitos colaterais. Não existe uma pílula mágica e geralmente é preciso muita tentativa e erro para encontrar a combinação certa de tratamentos para alguém com fibromialgia sentir alívio. ” - Victoria DP
“Só porque estou tomando remédios para essa doença, não significa que estou livre de dor e sem sintomas e que ainda não tenho crises significativas.” - Gina F.
Realidade: Embora a medicação possa ajudar a reduzir a dor ou os sintomas, não é uma panaceia e geralmente não fornece 100 por cento de alívio.
“É uma doença crônica real . Eu ouvi, 'oh, não é esse o diagnóstico quando os médicos não sabem o que há de errado?' Ou 'oh, isso não é uma doença real.' As pessoas devem se educar antes de comentar algo sobre o qual nada sabem. ” - Angela BF
“Não é um 'diagnóstico real' ... Tem sido muito difícil para mim aceitar minha vida com fibromialgia porque sinto que ainda estou esperando por uma resposta real ... Mas eu já tenho, e é a fibromialgia.” - Terri DM
Realidade: a fibromialgia é uma doença legítima com seu próprio conjunto único de sintomas.
“Não há sintomas visíveis [para mim], então as pessoas presumem que estou bem. Quando, na verdade, estou mortalmente cansado, minhas juntas estão em chamas e meu corpo inteiro parece muito machucado. Quase passamos todos os dias com a sensação de que acabamos de sofrer um acidente de carro. ” - Traci T.
“ Embora eu esteja sorrindo e parecendo estar curtindo meu tempo, estou realmente com muita dor e não quero 'estragar' um bom tempo / noite. Só porque você não pode ver ou não falo sobre isso, não significa que estou bem. Ou se fui capaz de fazer algo ontem, não significa que posso fazer hoje. Meu descanso e recuperação são muito mais longos do que pessoas saudáveis. ” - Allison M.
“ Eu odeio quando você se esforça para continuar sorrindo e parece que está se divertindo, [então] de alguma forma vai descobrir que você [não] está bem, então o inferno desabou. Eu não saio muito mais. ” - Luke W.
“ Eu não estou gritando, no hospital, estremecendo de dor, então não deve ser tão ruim ... O problema é quando eu exibo minha dor as pessoas chamam de falso ou em busca de atenção. Não há meio-termo para eles. ” - Bay H.
Realidade: a doença nem sempre é "visível". A aparência de uma pessoa não reflete necessariamente sua saúde ou como ela se sente.
“ Embora apreciemos a recomendação de cada erva, exercício e prática que vem junto, por favor ... guarde isso para vocês. Já ouvimos tudo. Não existe cura. Não existe uma solução mágica. Se houvesse alguma cura incrível, acredite em nós, todos nós teríamos compartilhado essas informações uns com os outros. ” - Catherine T.
“ Estou tão cansada de ouvir se eu 'fizer essa dieta' ou 'tentar esse regime de exercícios' ou, meu favorito, 'talvez se você perder peso, seu corpo não doeria tanto'.” - Mallory S.
“Se eu tomar essa vitamina, beber essa bebida, usar esse suplemento, tudo estará resolvido. Se fosse assim tão fácil." - Jody W.
Realidade: embora muitas pessoas possam proclamar certos remédios naturais ou terapias alternativas como “curas milagrosas”, não existe cura mágica para a fibromialgia. Gerenciar os sintomas geralmente envolve uma variedade de tratamentos diferentes e muitas tentativas e erros.
“Que eu sou 'preguiçoso'. Não posso nem contar às pessoas sobre isso ou os muitos sintomas e condições que podem vir com ele, sem ridículo ou piadas. Eu trabalho e fico muito cansado mesmo depois de algumas horas, então é difícil ficar até tarde e as pessoas pensam que sou apenas preguiçoso. ” - Eloise T.
“ O mais frequente que ouvi é a afirmação: 'Você está fingindo. Você é apenas preguiçoso. Vá se exercitar mais! ' A realidade é que a maioria de nós tem uma ética de trabalho notável, a maioria de nós se exercita e nenhum de nós finge sua dor. Cada vez que ouço isso, quero dizer à pessoa que fingir dor é um luxo que não tenho. Para cada 'Eu gostaria de poder ficar em casa', há um de nós dizendo: 'Eu gostaria de poder fingir.' ”- Mikki I.
Realidade: a dor, a fadiga, a névoa do cérebro, os distúrbios do sono e outros sintomas comuns entre aqueles com fibrose cística podem ser debilitantes e afetar a capacidade de uma pessoa de realizar tarefas diárias básicas, como tomar banho ou preparar o jantar. Estar limitado por esta doença não significa ser "preguiçoso".
“ Se eu tiver uma 'boa noite de sono', não me sentirei tão cansado amanhã. Eu não estou cansado. Eu tenho um cansaço extremo. Um sintoma de minha doença crônica. Estou muito cansado. " - Amanda JW
“ Que algum dia vou dormir o suficiente para descansar. As pessoas me perguntam constantemente se estou 'melhorando ou dormindo melhor'. Cochilos me sustentam, não me curam porque estou exposto a mais sono. ” - Sara W.
Realidade: a fadiga crônica é apenas isso: crônica. Embora não dormir o suficiente possa certamente agravá-lo, tirar uma soneca ou dormir um dia não fará com que o cansaço desapareça.
“ Pare de me dizer, 'bem, eu ouvi que quanto mais você se move, melhor.' Isso não é verdade, especialmente quando você tem outros problemas que causam sua dor. ” - Sarah C.
“ Quando você pergunta, 'por que você está sempre doente?' com um acompanhamento de 'se você comer direito, beber mais água, se exercitar e sair mais então não vai pensar muito em estar doente'. No entanto, eles realmente não ouvem nem querem dedicar tempo ou esforço para saber exatamente o que é fibromialgia. ” - Vee Vee Y.
Realidade: Embora algumas pessoas possam descobrir que alterar sua dieta ou regime de exercícios as ajuda a lidar com certos sintomas, a fibromialgia não pode ser curada ou “consertada” com mudanças no estilo de vida.
“' Você não precisa de toda aquela medicação. Ninguém sente tanta dor o tempo todo. Você é a razão de termos um problema com drogas. '”- Daniel P.
“ Algumas pessoas presumiram que fui diagnosticado com fibromialgia porque quero que me prescrevam maconha. As pessoas presumem que todas as pessoas com fibromialgia fumam maconha. Umm, não, eu não quero fibromialgia ou maconha. Eu só quero ser capaz de me levantar e tomar um banho sem minhas pernas fraquejarem. ” - CD de abril
Realidade: A dor e os sintomas experimentados por quem tem fibro são legítimos e merecem tratamento médico. Se um paciente fibroso e seu médico decidiram que um determinado medicamento ou medicamento é a melhor maneira de controlar seus sintomas, essa decisão deve ser respeitada, não julgada.
“ Que eu não posso fazer nada! Por favor, ainda nos convide peeps fibro para fazer coisas. Deixe conosco se podemos ou não podemos fazer algo. Não nos convidar para coisas como caminhadas porque você não achou que poderíamos 'lidar com isso' dói emocionalmente. ” - Alison W.
Realidade: as pessoas com fibromialgia podem nem sempre sentir vontade de sair ou participar de planos e atividades, mas isso não significa que devam ser automaticamente excluídas. Às vezes, eles podem dizer "não", mas outras vezes podem dizer "sim". Nunca é demais pedir e deixá- los decidir se querem ou não algo.
“ Eu acho que para mim é sempre super terrível. É claro que durante os surtos eu sinto que fui atropelado por um ônibus, mas nos dias bons é muito mais fácil aceitar a ideia de que 'não é real' ou o que quer que seja, porque me sinto uma fraude. Eu sei que não sou, mas porque há um grande estigma em torno disso, pode ser difícil não sentir que estou sendo dramático demais. ” - Kayla S.
Realidade: Assim como qualquer pessoa, saudável ou não, as pessoas com fibromialgia podem ter dias “bons” e dias “ruins”. Mesmo que a fibromialgia seja uma doença crônica (e, portanto, sempre presente), não significa que alguns dias não sejam melhores do que outros.
Fibromialgia, uma doença crônica com três sintomas principais - dor generalizada, fadiga crônica e problemas cognitivos. A fibromialgia é uma doença complicada que não é bem compreendida. No passado, era caracterizado como um transtorno de saúde mental . Ainda hoje, alguns médicos descartam os sintomas de fibro como sendo "tudo na sua cabeça". Este não é o caso. Leia o guia completo do The Mighty sobre fibromialgia aqui.
A fibromialgia juvenil primária (FJP) é uma doença caracterizada pela dor musculoesquelética crônica e difusa, associada a múltiplos pontos dolorosos (tender points) previsíveis, sendo descrita pela primeira vez em 1985 por Yunus e Mazi. Em 2021, foi publicada por Coles e Uziel, na revista Pediatric Rheumatology, uma revisão sobre o tratamento e prognóstico dessa doença. Os aspectos mais relevantes desta publicação serão expostos a seguir.
O objetivo principal do tratamento da FJP consiste em garantir qualidade de vida através do alívio da dor e da melhora da funcionalidade.
O tratamento inicial deve ser não farmacológico, sendo a base terapêutica os exercícios físicos.
Deve-se sempre reconhecer que a dor do paciente é real, com duração indeterminada e sem cura imediata, porém enfatizar que esta não acarreta riscos e possui tratamento.
Fisioterapia
O benefício dos exercícios, que inclui treinamento aeróbio, de força e resistência ou terapias baseadas em movimento (como tai chi e ioga), foi demonstrado em estudos para tratamento de adultos com fibromialgia. A recomendação para crianças é de, pelo menos, 30 minutos de exercícios moderados a vigorosos por 2 a 3 vezes na semana.
Apesar de recomendado, a aderência a longo prazo aos exercícios na fibromialgia juvenil primária é baixa, já sendo demonstrado que crianças com dor crônica são fisicamente menos ativas. Alterações neurobiológicas estão associadas ao aumento da dor em pacientes com fibromialgia, de forma que a intensificação desta após os exercícios pode desencorajar o engajamento.
Adolescentes com fibromialgia juvenil primária possuem alterações biomecânicas de marcha, postura e equilíbrio, que os tornam mais propensos a lesões durante o exercício.
Além disso, a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) isoladamente, apesar de sua melhoria na funcionalidade e no enfrentamento da dor, não demonstrou eficácia na adesão a atividade física. Assim, recomenda-se associar o TCC a outras intervenções adicionais para melhorar a adesão à terapia física. Resultados promissores foram observados em intervenções que combinam TCC com treinamento neuromuscular, como Fibromyalgia Integrative Training for Teens (FIT-Teens). Ademais, existem outras formas de abordagem personalizada de treinamento neuromuscular, modificadas a partir de protocolos de prevenção de lesões baseados em evidência da medicina esportiva pediátrica.
Propõe-se ainda que formas menos extenuantes de exercícios físicos e modificações de estilo de vida podem melhorar a aderência a longo prazo.
Terapias psicológicas
Psicoterapias, em especial a TCC, representam as terapias com maior evidência no tratamento da fibromialgia juvenil primária. TCC mostrou melhora na incapacidade funcional e na capacidade de lidar com a dor entre adolescentes. Foi observado que maior déficit funcional inicial e maior capacidade de enfrentamento aumentaram significativamente a resposta a TCC.
Muitos pacientes com fibromialgia juvenil primária apresentam comorbidades psiquiátricas, especialmente ansiedade e depressão, sendo benéfico o encaminhamento a um psiquiatra.
Tratamento farmacológico
A evidência dos tratamentos farmacológicos para fibromialgia juvenil primária é limitada. Ensaios clínicos de larga escala estão sendo conduzidos para avaliação de tratamentos medicamentosos.
Analgésicos não-opioides e anti-inflamatórios
Analgésicos tópicos ou sistêmicos, bem como anti-inflamatórios não esteroidais, são usados para tratamento de fibromialgia e FJP, porém não mostraram efetividade, possivelmente pela sua ação periférica, uma vez que o mecanismo de dor nesses pacientes é de origem central. Prednisona também não se mostrou efetiva em adultos.
Anticonvulsivantes
Gabapentina e pregabalina mostraram-se eficazes no tratamento de Fibromialgia em adultos, com boa tolerância. Um ensaio clínico randomizado e duplo cego de 2016 não mostrou eficácia clara em adolescentes com FJP e evidenciou um perfil de segurança levemente pior em comparação com adultos.
Antidepressivos
Inibidores de receptação de serotonina e noradrenalina, com duloxetina e milnacipran, mostraram benefício no alívio das dores em adultos. Os dados são limitados na população pediátrica. Estudo recente em adolescentes mostrou redução da dor com uso de duloxetina em comparação com placebo, sem problemas relacionados à segurança da medicação.
Os inibidores seletivos de receptação de serotonina, como fluoxetina e paroxetina, possuem menos evidências de eficácia em adultos com fibromialgia. Estudo exploratório e aberto avaliando uso de fluoxetina em FJP demonstrou redução na dor e melhora global, porém as doses toleradas foram baixas por efeitos adversos.
A amitriptilina é o antidepressivo tricíclico prescrito para tratamento de fibromialgia. Foi observado melhora do sono, da dor e da fadiga. Existem poucas evidências suportando o uso de amitriptilina para fibromialgia juvenil primária, porém apresentam importante função no tratamento de comorbidades psiquiátricas associadas.
Analgésicos opioides
Opioides não são efetivos no tratamento de fibromialgia em adultos. Em crianças, deve-se evitar o uso devido ao risco de dependência e abuso.
Antagonistas de receptor opioide
Baixas doses de Naltrexone podem ser efetivas e seguras em adultos com fibromialgia. Não existem estudos na população infantil.
Relaxantes musculares
A Ciclobenzaprina, relaxante muscular semelhante a tricíclico, tem recomendação fraca para adultos com fibromialgia e distúrbios do sono. Mais pesquisas são necessárias sobre formulação sublingual de liberação lenta, que seriam mais adequadas às crianças pela redução de frequência de administração.
Canabinoides
Podem ser úteis no manejo da fibromialgia devido aos seus efeitos na dor. Alguns estudos recentes mostraram segurança da medicação como terapia adjuvante no tratamento de adultos, mas os dados ainda são escassos. Mais estudos precisam confirmar eficácia e segurança em crianças.
Intervenções dietéticas
Vários estudos sugerem um possível efeito da reposição de vitamina D sobre sintomas musculoesqueléticos, depressão e qualidade de vida em adultos com fibromialgia. A relação causal não é bem estabelecida. Faltam dados sobre a população pediátrica, porém a suplementação de vitamina D pode ser considerada como coadjuvante na terapia.
Mindfulness
Pode afetar a relação dos adolescentes com a dor, especialmente no que diz respeito à catastrofização da dor. Terapia de redução de estresse baseado em mindfulness em paciente pediátrico com dor crônica mostrou aumento da atenção plena, porém apresentou inconsistência nos outros desfechos.
Tai Chi
Em adultos com fibromialgia, Tai chi mostrou melhora dos sintomas, sendo uma opção terapêutica. Faltam dados dessa modalidade para crianças e adolescentes.
Acupuntura
Pode ser efetiva em pacientes pediátricos com dor crônica. Em adultos com fibromialgia, apresenta resultados conflitantes. Estudos adicionais precisam ser realizados antes de serem recomendados para pacientes com FJP.
Imaginação Guiada e Hipnose
Em adultos, a hipnose parece estar associada a redução da dor e do estresse psicológico. Hipnose em combinação com TCC foi superior a TCC isolada na redução de estresse psicológico.
Estimulação nervosa
Estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) mostrou melhora da dor evocada por movimento, fadiga e outros desfechos clínicos. Não há ensaios clínicos em crianças e adolescentes avaliando eficácia.
Técnicas de estimulação cerebral não invasivas podem ser modalidades seguras e viáveis em adultos. Estas técnicas mostraram redução de dor e fadiga, além de aumento de funcionalidade. Estudos maiores em população pediátrica precisam ser realizados antes da aplicação em fibromialgia juvenil primária.
Estudos mostram resultados conflitantes a respeito do prognóstico. Parece que o prognóstico tende a ser pouco favorável, com sintomas psicológicos e físicos crônicos. Foi demonstrado que crianças com FJP exibiram piora da dor e da qualidade de vida ao longo do tempo, independente da modalidade de tratamento ou adesão à terapia. Além do comprometimento físico e emocional, pacientes com fibromialgia juvenil primária não alcançaram o mesmo nível de educação e poucos se casaram comparado com o grupo controle.
O efeito da idade de início no prognóstico é incerto. Pacientes com piora dos sintomas depressivos tendem a apresentar piora da funcionalidade física ao longo do tempo, devendo ter um tratamento mais intensivo. Além disso, os sintomas depressivos tiveram maior associação com ausência escolar, sendo fator de risco para problemas psiquiátricos, econômicos, sociais e conjugais na vida adulta. Sintomas cognitivos, catastrofização da dor e medo de movimentação estão associados a pior prognóstico.
O ambiente familiar também parece estar associado ao prognóstico a longo prazo. Suporte social é um preditor de funcionalidade em adolescentes. Estudos adicionais precisam ser realizados para determinar os fatores prognósticos a longo prazo em FJP.
A fibromialgia juvenil primária é uma doença musculoesquelética crônica que leva a perda de funcionalidade e prejuízos socioeconômicos a longo prazo. O tratamento padrão consiste em uma abordagem multidisciplinar, sendo o exercício físico e o tratamento psicológico as bases. O uso de medicações pode auxiliar no controle de sintomas e o plano de tratamento deve ser individualizado. Estudos de melhor qualidade são necessários para melhor compreensão do tratamento e do prognóstico na população pediátrica.
Autora:
Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) • Pediatra pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) • Reumatologista pediatra pela Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina (UNIFESP/EPM)