Fibromialgia atinge 9 mulheres a cada homem; gatilho pode ser o estresse
Da Redação com Ascom. Publicado em 26 de fevereiro de 2020 às 11:08
Dor difusa, fadiga, alterações do sono, dor de cabeça, humor deprimido, perda ou diminuição da força física, irritabilidade, dificuldade de concentração. Estes sintomas podem indicar que o indivíduo está com fibromialgia, que, segundo a médica reumatologista do Hapvida em João Pessoa, Fernanda Tavares, trata-se de uma síndrome dolorosa crônica que atinge mais mulheres que homens e que pode ter como gatilho fatores ligados ao estresse.
O transtorno está presente em 2,5% da população brasileira, segundo dados da Sociedade Brasileira de Estudo da Dor (SBED). Famosos como a cantora Lady Gaga, o ator Morgan Freeman, a pintora Frida Kahlo, a cantora irlandesa Sinead O´Connor, a atriz brasileira Dani Valente, entre outras celebridades, sofrem da doença.
“A fibromialgia acomete cerca de nove mulheres para cada homem. Isso porque as mulheres apresentam mais alterações nas vias de modulação da dor, por isso podem ter mais amplificação do estímulo. Mas estudos sobre este aspecto ainda estão sendo realizados”, explica a médica.
A especialista explica que o diagnóstico da doença é eminentemente clínico, não havendo a necessidade de exames complementares que favoreçam o diagnóstico. “Deve-se incluir, na investigação, os seguintes aspectos: dor crônica difusa, pontos dolorosos específicos, distúrbios do sono e cognitivos. Nosso desafio é excluir outras causas de dor crônica, como acontece em algumas doenças auto-imunes e auto-inflamatórias. Este dado não exclui que haja duas doenças concomitantes”, destaca.
A médica ressalta que fibromialgia é decorrente de uma resposta anormal e inadequada do sistema nervoso central aos estímulos periféricos em decorrência de uma hiperexcitabilidade neuronal, causando, no caso da fibromialgia, dor inadequadamente amplificada. Desta forma, o indivíduo tem uma resposta aumentada aos estímulos externos. Podendo existir influência genética e ambiental.
Fernanda Tavares lembra que a fibromialgia pode ter como gatilho fatores de estresse. “Depressão, ansiedade, alterações endócrinas, podem ser um ponto de partida para doença. Boa alimentação, qualidade de sono e atividade física regular são cuidados para uma boa saúde, fazendo assim com que as pessoas possam evitar não só a fibromialgia, mas também uma série de doenças”, alerta.
No que diz respeito ao processo de tratamento da fibromialgia, a médica reumatologista, Fernanda Tavares, explica que é preciso integrar estratégias que utilizem medicamentos e participação ativa da pessoa acometida pela doença. “Exercícios físicos regulares principalmente atividade aeróbica, terapia psicológica e medicações que devem ser prescritas por profissional especializado. Em relação à cura, ainda não há estudos que mostrem a cura da doença”, conclui
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