Seja Bem Vindo ao Universo do Fibromiálgico

A Abrafibro - Assoc Bras dos Fibromiálgicos traz para você, seus familiares, amigos, simpatizantes e estudantes uma vasta lista de assuntos, todos voltados à Fibromialgia e aos Fibromiálgicos.
A educação sobre a Fibromialgia é parte integrante do tratamento multidisciplinar e interdisciplinar ao paciente. Mas deve se estender aos familiares e amigos.
Conhecendo e desmistificando a Fibromialgia, todos deixarão de lado preconceitos, conceitos errôneos, para darem lugar a ações mais assertivas em diversos aspectos, como:
tratamento, mudança de hábitos, a compreensão de seu próprio corpo. Isso permitirá o gerenciamento dos sintomas, para que não se tornem de difícil do controle.
A Fibromialgia é uma síndrome, é real e uma incógnita para a medicina.
Pelo complexo fato de ser uma síndrome, que engloba uma série de sintomas e outras doenças - comorbidades - dificulta e muito os estudos e o próprio avanço das pesquisas.
Porém, cientistas do mundo inteiro se dedicam ao seu estudo, para melhorar a qualidade de vida daqueles por ela atingidos.
Existem diversos níveis de comprometimento dentro da própria doença. Alguns pacientes são mais refratários que outros, ou seja, seu organismo não reage da mesma forma que a maioria aos tratamentos convencionais.
Sim, atualmente compreendem que a síndrome é "na cabeça", e não "da cabeça". Esta conclusão foi detalhada em exames de imagens, Ressonância Magnética Funcional, que é capaz de mostrar as zonas ativadas do cérebro do paciente fibromiálgico quando estimulado à dor. É muito maior o campo ativado, em comparação ao mesmo estímulo dado a um paciente que não é fibromiálgico. Seu campo é muito menor.
Assim, o estímulo dispara zonas muito maiores no cérebro, é capaz de gerar sensações ainda mais potencialmente dolorosas, entre outros sintomas (vide imagem no alto da página).
Por que isso acontece? Como isso acontece? Como definir a causa? Como interromper este efeito? Como lidar com estes estranhos sintomas? Por que na tenra infância ou adolescência isso pode acontecer? Por que a grande maioria dos fibromiálgicos são mulheres? Por que só uma minoria de homens desenvolvem a síndrome?
Estas e tantas outras questões ainda não possuem respostas. Os tratamentos atuais englobam antidepressivos, potentes analgésicos, fisioterapia, psicoterapia, psiquiatria, e essencialmente (exceto com proibição por ordem médica) a Atividade Física.
Esta é a parte que têm menor adesão pelos pacientes.
É dolorosa no início, é desconfortante, é preciso muito empenho, é preciso acreditar que a fase aguda da dor vai passar, trazendo alívio. Todo paciente precisa de orientação médica e/ou do profissional, que no caso é o Educador Físico. Eles poderão determinar tempo de atividade diária, o que melhor se adequa a sua condição, corrige erros comuns durante a atividade, e não deixar que o paciente force além de seu próprio limite... Tudo é comandado de forma progressiva. Mas é preciso empenho, determinação e adesão.

TRADUTOR

Mostrando postagens com marcador sintomas da fibromialgia. Mostrar todas as postagens
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segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Vamos colaborar com as pesquisas dos estudantes brasileiros!


Vamos colaborar com as pesquisas dos estudantes brasileiros.
Desta vez é para o curso de Medicina da Unochapecó
Para acessar o questionário click no link abaixo.
Está garantido o anonimato.

 https://forms.gle/1TCbdsq1MHoLkWgaA

Todas as informações estão na imagem feita pelos integrantes do estudo.

Agradecemos a colaboração de todos.
https://forms.gle/1TCbdsq1MHoLkWgaA

domingo, 10 de fevereiro de 2019

Fibromialgia e Dieta

Mudar sua dieta ajudará você a lidar com a fibromialgia?

domingo, 7 de outubro de 2018

FIBROMIALGIA

Talvez para alguns, falar sobre FIBROMIALGIA, seja um tema repetitivo.
Não é!
Vale lembrar:
✓ Todos os dias novos pacientes são diagnosticados, e merecem orientações recentes;
✓ Há alguns pacientes com problemas para falar sobre a Fibromialgia aos familiares, amigos, colegas de trabalho;
✓ Precisamos atualizar informações;
✓ Mostrar que nossa luta, para que a FIBROMIALGIA não seja esquecida pela mídia, está obtendo sucesso.
Então, abaixo vamos trazer um texto, do laboratório Pfizer, que descreve esta Síndrome.
Garantimos boa leitura.
Aproveitamos para sugerir que, você cadastre seu endereço de e-mail, na coluna à sua esquerda, para receber nossas próximas publicações. É fácil!
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A fibromialgia é uma doença crônica que tem como principal sintoma dor constante por todo o corpo. A complicação ainda não tem causa conhecida e atinge, principalmente, mulheres entre 30 a 55 anos. Mas homens, pessoas idosas, crianças e adolescentes também podem ter a doença. Ao todo, 3% dos brasileiros sofrem com o problema.
Estudos mostram que o cérebro de quem tem fibromialgia interpreta os estímulos de forma mais intensa, o que aumenta a sensação de dor. Mas a condição também pode causar:
  • Fadiga;
  • Sono não reparador;
  • Alterações na memória e na concentração;
  • Depressão;
  • Ansiedade;
  • Formigamentos;
  • Dores de cabeça;
  • Tontura;
  • Alterações intestinais.


Como lidar com as dores da fibromialgia?
Apesar de não existir cura para a fibromialgia, existem formas de controlar o avanço da doença. Além dos medicamentos, a prática regular de exercícios físicos, por exemplo, ajuda (e muito) não apenas na melhora das dores, mas também na manutenção do bom humor e da qualidade de vida dos pacientes. Porém, antes de começar, é importante passar por uma avaliação médica.
Medicamentos - além de medicamentos para a dor, pode ser necessário tomar antidepressivos. Mas a terapia medicamentosa deve ser feito apenas com indicação e acompanhamento médico, nunca por conta própria.
Exercícios aeróbicos - ajudam a melhorar as dores, os distúrbios de sono, a fadiga, a depressão e ansiedade. Duas boas opções são caminhadas e aulas de hidroginástica.
Exercícios de fortalecimento dos músculos e alongamento -  dependendo do caso, podem substituir os medicamentos na administração dos sinais e sintomas da fibromialgia.
Terapias também ajudam os portadores de fibromialgia
A terapia cognitiva-comportamental é uma aliada importante no controle da fibromialgia. Isso porque as dores causadas pela complicação podem afetar diversos aspectos da vida do portador - trabalho, vida social, relações familiares, autoestima - e a terapia pode ajudá-lo a entender e mudar as atitudes negativas ao lidar com a dor. Há também a terapia ocupacional, que ajuda ajustar a área de trabalho, para minimizar dores e desconfortos.
Fibromialgia e depressão
Cerca de 50% das pessoas com fibromialgia tem depressão, o que agrava ainda mais o quadro de alteração no sono e cansaço - comum em quem tem. O que, por sua vez, também piora a depressão. Portanto, é importante que o médico investigue se o paciente com fibromialgia está com depressão para tratar deste problema o mais cedo possível.
Como é feito o diagnóstico da fibromialgia?
Muitos anos de estudo resultaram em uma evolução importante na forma como é feito o diagnóstico da fibromialgia. Não há exames laboratoriais específicos, mas ela pode ser detectada por meio de um exame clínico simples. Depois de conversar com o paciente sobre as manifestações dos sinais e sintomas da fibromialgia, o especialista fará alguns testes físicos para medir a sensibilidade dos músculos.
Além disso, ele também pode pedir os seguintes exames para descartar outros problemas de saúde, o que ajuda a confirmar o diagnóstico:
Hemograma completo - avalia os níveis dos componentes do sangue;

Taxa de sedimentação de eritrócitos - ajuda a detectar e monitorar inflamações;

Fator reumatoide - ajuda a identificar e diferenciar complicações que têm sinais e sintomas parecidos com os da fibromialgia, como a artrite reumatoide;

Testes de função tireoidiana - avalia a função tireoidiana ou sintomas de hipertireoidismo ou hipotireoidismo.
Referências





sexta-feira, 17 de agosto de 2018

A FIBROMIALGIA NÃO É CULPADA DE TUDO QUE SENTIMOS

Atenção!!!!!!!

Eu Ma Dutra, como portadora de fibromialgia e voluntária da Abrafibro...fico muito preocupada quando vejo pessoas afirmando que tudo é da fibromialgia... uma vez que os pesquisadores estão estudando a Fibromialgia, não existe um diagnóstico fechado e nenhuma relação direta de outras doenças com a fibromialgia... é muito fácil para “os médicos” dizerem que o que você está sentido e da fibromialgia, porque aí ele não terá o trabalho de pedir exames, nem olhar e muito menos aguentar o paciente questionando sobre o que tem e reclamando que está com dor ou que o tratamento não está fazendo efeito... precisamos nos conscientizar de que é a nossa saúde, o nosso corpo que está em jogo, não podemos brincar e deixar que digam que não temos nada, que não estamos com dores... se nosso organismo está emitindo sinal é porque algo não está bem... é necessário que cada um aprenda a identificar seu grau de dor, o que realmente é a fibromialgia, o que é uma crise e o que já não é normal, não temos que ficar em casa sofrendo com dor não, chegou no limite vá pra emergência/ pronto socorro para ser medicado e aliviar, pois senão a coisa só piora e aumentará a crise, os dias serão mais longos... precisamos lembrar que quando estamos com dor precisamos sim de repouso, precisamos nos cuidar, nos amar e nos respeitar... se queremos que as pessoas nos reconheçam e nos aceitem, precisamos em primeiro lugar nos aceitar e respeitar acima de qualquer circunstância... e não deixe que digam que é tudo da “Fibro” porque não é não!

MAIS CONSCIENTIZAÇÃO! SOMOS TODOS FIBROMIALGICOS!

#prontofalei

Um abraço de algodão 🦋
#cem

* Ma Dutra é voluntária na Abrafibro, na função de Coordenadora da Moderação nos Grupos de Apoio no Facebook, é Administradora do Grupo AbrafibroRS - Grupo de Apoio Virtual filiado à Abrafibro para o Rio Grande do Sul.

terça-feira, 12 de junho de 2018

Fibromialgia é a doença da dor; entenda

Esta síndrome clínica afeta de 2% a 3% da população brasileira, em sua maioria mulheres entre os 30 e 55 anos



© Reprodução
07:20 - 08/06/18 POR NOTÍCIAS AO MINUTO
Dores pelo corpo inteiro, cansaço, insônia, problemas de memória, de concentração, ansiedade, formigamentos e dormências em partes do corpo, tontura, alterações intestinais e depressão. Estes são os sintomas da fibromialgia, síndrome clínica que afeta de 2% a 3% da população brasileira, em sua maioria mulheres entre os 30 e 55 anos.

Para alertar a população sobre a doença, Maio transformou-se no Mês Conscientização e Enfrentamento à Fibromialgia, em homenagem a Florence Nightingale, enfermeira inglesa, pioneira do Movimento Internacional da Cruz Vermelha, que sofria da doença e, mesmo assim, teve papel fundamental no atendimento aos feridos de guerra.
“É uma síndrome que se caracteriza, principalmente, pela ocorrência de dor generalizada. Ela pode ter causa primária, ou seja, se constituir uma doença por si só, ou ser secundária a um conjunto amplo de doenças metabólicas, como o hipotireoidismo, o diabetes; doenças reumáticas, como a polimialgia reumática, por exemplo, ou mesmo uso de medicamentos, por exemplo”, explica o neurologista Rogerio Adas, coordenador do Departamento Científico de Dor, da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).
A fibromialgia pode ser desencadeada por estresse pós-traumático causado por um trauma físico, psicológico ou uma infecção grave. O quadro começa com uma dor localizada crônica e se espalha por todo o corpo. Sabe-se ainda que esses pacientes são mais sensíveis à dor do que as outras pessoas.
“Os principais sintomas da doença são as dores difusas, presença de pontos dolorosos nos membros, tronco e cabeça, fadiga e insônia. É comumente associada a sintomas depressivos, ansiedade e mesmo alterações cognitivas como dificuldades de concentração”, conta o neurologista.
O diagnóstico é feito com exames clínicos, pois não existem testes para detectar a fibromialgia. Para constatar a síndrome, o médico verifica se o paciente apresenta os sintomas da doença e observa a existência de pontos dolorosos nos músculos.
Por ser uma condição crônica, a fibromialgia não tem cura. Entretanto, não é uma doença progressiva, não causa danos aos órgãos, articulações e músculos e não é fatal.
Seu tratamento busca aliviar a dor com medicamentos, atividades físicas e fisioterapia. “Deve envolver fortalecimento muscular, fisioterapia, hidroterapia, acupuntura e outros métodos, como yoga e meditação, por exemplo. A implementação destas práticas deve ser feita caso e caso, a depender do momento da doença e das preferencias pessoais. 
Psicoterapia cognitiva comportamental pode auxiliar o enfrentamento da doença e minimizar a dor. Como é uma doença associada à ansiedade, depressão e insônia, estas condições também devem ser devidamente tratadas”, ressalta Adas.

segunda-feira, 31 de julho de 2017

É Stress ou Fibromialgia?

O estresse, ou stress, é uma condição cada vez mais comum [infelizmente] na nossa sociedade atual. Para quem tem fibromialgia, assim como eu, muitas vezes fica difícil de separar quais sintomas são provenientes do estresse por si só, ou da fibromialgia, ou se o estresse intensificou algum sintoma da fibromialgia. Ai, que confusão!

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O fato é que estresse e fibromialgia são doenças distintas, mas que precisam igualmente de cuidado e atenção. Aqui abaixo descrevo alguns sintomas de estresse:

Físicos: alterações na alimentação, enjoo, tontura, nó na garganta, arrepios, sonhos excessivos, coração acelerado, tensão muscular, agitação, sensação de cansaço mesmo após dormir, fadiga
Emocionais: ansiedade, medo infundado, irritação, baixa autoestima, raiva repentina, sensação de estar sozinho, sensação de estar perdido, culpa, alteração de humor, frustração, apatia
Psicológicos e comportamentais: pensamento confuso, preocupação constante, dificuldade em se concentrar, lentidão mental, lapsos de memória, postura negativa, dificuldade em resolver problemas, alteração no desempenho sexual, vontade de ficar sozinho

E aí, se identificou com algum(s) dele(s)?

Possuir alguns destes sintomas não necessariamente significa que você se encontra em uma condição de estresse grave, mas havendo a presença de muitos destes sintomas, é ideal procurar um médico e fazer uma avaliação mais detalhada. O estresse é uma condição prejudicial e deve ser tratada adequadamente.

Quando o estresse permanece por um período muito prolongado, pode acarretar em condições mais graves, como aumento da pressão arterial, dor no peito, trombose, depressão, enxaquecas, úlcera, alergias, câncer, desordens emocionais, problemas para dormir, entre outros.

  

Já os sintomas da fibromialgia, pelo menos os mais comuns, são: dores generalizadas e crônicas, em músculos, articulações, tendões e outros tecidos moles, sem causas aparentes; distúrbios de sono, fadiga durante o dia, dores de cabeça, rigidez matinal, dificuldade de concentração, problemas de memória, dormência e formigamento das mãos ou pés, palpitações, distúrbios intestinais, entre outros. Também é comum encontrar depressão e ansiedade nesses pacientes.

Imagem relacionada

Percebeu como existem sintomas semelhantes?

Portanto, se você é portador de fibromialgia, é muito importante se atentar ao seu nível de estresse e de equilíbrio emocional, que pode agravar os sintomas da fibromialgia ou mesmo confundi-lo sobre a real situação da doença. Busque ferramentas para tranquilizar sua mente!


Lívia Teixeira   |   Coaching de vida para fibromiálgicos


Paciente de fibromialgia e Idealizadora do programa De Bem Com a Fibro

* imagens da internet.

sábado, 9 de julho de 2016

Fibromialgia: a doença que traz sintomas muito além das dores

  • Fonte/Autor por:  MAPA Comunicação Integrada
  • Publicado em Saúde
Patologia causa grande impacto na vida dos pacientes, restringindo o contato social, causando conflitos de papéis, perdas e baixa autoestima
A síndrome fibromiálgica (SFM) caracteriza-se como dor difusa e espontânea nos dois lados do corpo - acima e abaixo da cintura com maior incidência nos pés, perceptíveis por fatores como alterações da qualidade do sono, fadiga, rigidez matinal de curta duração e estresse psicológico em meio a uma ampla constelação de sintomas associados. Estes podem ser desencadeados por uma grande variedade de estressores biológicos ou psicossociais como, infecções, insatisfações pessoais, doenças autoimunes, traumatismos físicos e anormalidades psicológicas que, dentre outros, contribuem para a percepção e o agravamento da dor.
De acordo com o médico e especialista em neurocirurgia funcional, Manoel Jacobsen, a patologia ocorre mais frequentemente nas pessoas do sexo feminino de 35 a 44 anos, mas também atinge muitos atletas. “Um fator agravante da síndrome fibromiálgica é o grande impacto causado na vida das mulheres que ficam restritas o contato social e alienadas aos conflitos de papéis, perdas e à baixa autoestima. Esses fatores só pioram o diagnóstico e o sucesso do tratamento”, ressalta o especialista.
Jacobsen acrescenta que, atualmente, o número de pacientes com fibromialgia ultrapassa a quantidade de doentes com artrite e artrose que já é muito alto no Brasil. A prevalência da SFM na população em geral variam de 1,5% a 4,4% e em até 40% dos doentes avaliados em centros terciários especializados no tratamento da dor.
E como tratar? O tratamento consiste da eliminação dos fatores agravantes - redução do repouso, regularização da glicemia, da função da glândula tireóide, do sono e das anormalidades psicológicas e psiquiátricas - e ainda pode ser realizado com o uso de antidepressivos duais ou tricíclicos, miorrelaxantes de ação central, alguns anticonvulsivantes de síntese recente, agonistas da dopamina, analgésicos simples e procedimentos de medicina física, reabilitação e psicoterapia.
Exercícios para fortalecimento muscular ou treinamento de força ou musculação assim como para condicionamento cardiorrespiratório ou treinamento de aerobiose podem ajudar. Corrida, ciclismo, indoor ou outdoor e esportes de endurance em geral, desde que feitos em intensidade moderada são alternativas. Em casos menos intensos da síndrome a hidroginástica pode ajudar a amenizar as dores. Técnicas de alongamento e relaxamento para prevenir espasmos musculares., reeducação alimentar e restrição de carboidratos e mudança de hábitos nutricionais e diários para melhorar a qualidade de vida e reduzir o estresse são outas opções.
O especialista ainda alerta que “como em qualquer condição de saúde, a adesão ao tratamento é essencial e que menos de 50% dos doentes com dor crônica fazem adesão aos programas terapêuticos destinados ao tratamento, especialmente aos relacionados à medicina física e reabilitação”.


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Dor que não cessa

Alterações na transmissão neural dos sinais dolorosos estão na base da fibromialgia, mas traços de personalidade, traumas e stress crônico ajudam a deflagrar a síndrome que afeta principalmente as mulheres


“Afinal de contas, o que eu tenho, doutor?” Durante muitos anos essa foi uma pergunta sem resposta para a advogada Sandra Kaufmann, 55 anos, que nos últimos 20 anos visitou dezenas de consultórios médicos em busca de um diagnóstico para suas dores crônicas e generalizadas. Na verdade, recebeu vários, até mesmo o de hipocondria, úlcera do estômago e acidente vascular cerebral. E não raras foram as vezes em que os médicos, depois de pedirem baterias de exames, concluíram que sua dor era “psicológica”. 

Os sintomas de Sandra começaram depois do nascimento do terceiro filho: dores difusas e intermitentes em diferentes partes do corpo que, com o tempo, foram se tornando tão intensas que a impediram de trabalhar regularmente. Hoje ela tem um diagnóstico: fibromialgia – o que não significa que suas perguntas foram respondidas.



Por ser uma doença difícil de ser detectada e pouco conhecida, seus dados epidemiológicos fornecem uma idéia ainda imprecisa do quadro. Estudos feitos nos Estados Unidos e na Europa indicam que a doença afeta quase 6% dos pacientes dos consultórios de clínica geral, até 8% dos que se encontram hospitalizados e cerca de 20% das pessoas atendidas por reumatologistas. O problema predomina em mulheres (de 80% a 90% dos casos) com idade entre 30 e 60 anos, embora possa se manifestar também em crianças, adolescentes e idosos. Curiosamente, é mais comum nos estratos sociais e educacionais mais altos.

HIPERSENSÍVEIS

Como não se conhecem as causas da fibromialgia, os especialistas preferem chamá-la de síndrome. Além da dor generalizada, os principais sintomas são fadiga crônica, perturbações do sono, enxaqueca e aumento da sensibilidade tátil, visual, auditiva e olfativa. Alterações de humor, dificuldade de concentração e cólicas menstruais intensas também são comuns. Apesar de tudo isso, não existe um só exame laboratorial ou de imagem capaz de ajudar o médico no diagnóstico, que depende totalmente do seu faro clínico – razão pela qual não são raros os que não dão a devida importância às queixas das pacientes.  Sandra é um exemplo disso. Ela viveu na pele as conseqüências da desinformação médica. “A pior coisa é você estar com o corpo doendo e o médico dizer que é efeito do stress, que eu só precisava de férias”, diz.
Negligenciada por décadas, a fibromialgia começou a ser estudada sistematicamente no fim dos anos 80 e não tardou muito para que os cientistas percebessem alterações nos mecanismos da dor. Estudos mostram que não há nada errado com o corpo dessas mulheres; o problema está no sistema nervoso central. Umas das primeiras evidências vieram da Universidade de Heidelberg, quando o neurobiólogo Siegfried Mense conseguiu induzir em ratos um conjunto de sintomas muito semelhantes do quadro fibromiálgico. Para isso ele inibiu, por meio de resfriamento, a transmissão dos sinais de dor conduzidos pela medula espinhal. Esperava-se que a sensibilidade fosse completamente inibida, mas não foi isso que aconteceu; os roedores ainda sentiam alguma coisa e continuavam se esquivando dos estímulos dolorosos. 
Hoje a idéia mais aceita é a de que a fibromialgia está relacionada a uma maior sensibilidade ou, mais precisamente, a uma redução do limiar a partir do qual um estímulo é capaz de acionar os receptores de dor, que enviam esse sinal ao cérebro, o qual, por sua vez, interpreta a informação como um “Ai!”. 
Estudos conduzidos pelo médico Zoltan Gerevich, da Universidade de Leipzig, mostram que o fenômeno tem como base alterações bioquímicas nos nervos periféricos que chegam à medula espinhal. Neles, determinadas moléculas receptoras regulam, em condições normais, a liberação do neurotransmissor glutamato, cujo efeito é a inibição da transmissão do sinal doloroso. Na ausência desses receptores, porém, sente-se uma dor difusa que parece ter origem nos músculos, ossos e tendões.

No entanto, a curiosidade dos cientistas não se deteve na medula e avançou para dentro do crânio com a ajuda da ressonância magnética funcional (fMRI). As imagens revelaram que o córtex sensorial primário – que recebe os sinais de tato e dor – é mais sensível aos estímulos periféricos nos pacientes com fibromialgia. Mais recentemente, uma revisão feita pela equipe do médico Richard Harris, da Universidade de Michigan, confirmou que, nesses pacientes, tanto as estruturas que transmitem quanto as que codificam a dor estão hiperativas. A genética estaria entre os principais fatores predisponentes, e aspectos emocionais estão, sem dúvida, envolvidos no desencadeamento do distúrbio, segundo os autores.

AUTOCRÍTICA

Depois de muita fisioterapia e diversos medicamentos, que sempre trouxeram alívio por tempo limitado, Sandra começou a fazer psicoterapia em grupo no laboratório de fibromialgia coordenado pelo médico Ulrich Egle, da Universidade de Mainz. Ao lado de oito pacientes ela participou dos debates e dos exercícios que tinham um objetivo específico: lidar melhor com as próprias emoções. Antes de começar a oferecer a psicoterapia, a hipótese de Egle era que as pessoas com essa síndrome poderiam ter passado por experiências traumáticas na infância, como violência física ou negligência. À medida que os grupos se sucederam, sua ideia foi confirmada e ele percebeu que quase todos os pacientes justificavam seu problema como algo “herdado” da família. Isso poderia explicar, segundo o pesquisador, por que a fibromialgia afeta mais as mulheres, uma vez que elas estariam mais expostas que os homens a traumas infantis. Além disso, o ciclo hormonal também poderia contribuir para a oscilação emocional e a susceptibilidade ao stress.

Há ainda outras características comuns nas mulheres com fibromialgia. “Baixa auto-estima, perfeccionismo, autocrítica severa e busca obsessiva do detalhe compõem o perfil psicológico dessas pacientes”, conta Egle. É muito freqüente ouvir delas que as dores começaram após eventos radicais ou repentinos, como desemprego, morte na família e separação.

Outro aspecto que intriga os especialistas é a relação entre fibromialgia e distúrbios do sono. Ninguém sabe o que é causa e o que é consequência. “A maioria dos pacientes diz que dorme mal por causa das dores”, diz o reumatologista Michal Späth, da Universidade de Munique. “Em contrapartida, o tratamento dos distúrbios do sono geralmente traz alívio considerável para os outros sintomas.” 

A fibromialgia geralmente está associada a alterações no estágio 4 do sono de ondas lentas, também conhecido como não-REM, o que se reflete num sono superficial e não restaurador, conforme relatam os pacientes. Experimentos com voluntários nos quais foi induzida privação desse estágio acarretaram fadiga crônica e dores generalizadas. Späth alerta, porém, para o fato de que até 50% das suspeitas de fibromialgia não se confirmam. Isso porque pessoas submetidas a stress crônico parecem desenvolver sintomas semelhantes aos da síndrome, os quais se manifestam ou se intensificam justamente na hora de dormir. 

Psicoterapia

Medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios raramente fazem efeito. As drogas de escolha costumam ser os antidepressivos, mas sua eficácia só é percebida em parte das pessoas em tratamento. Späth não abre mão da psicoterapia para seus pacientes e dá mais atenção ao lado emocional do que propriamente aos sintomas físicos. Entretanto, o reumatologista vê limitações na eficácia de métodos alternativos, como banhos com água quente e fria, acupuntura e massagem. “Embora tragam algum alívio, os resultados não se mantêm a longo prazo”, afirma. Sandra, por exemplo, é tratada com acupuntura há dois anos, mas reconhece que os efeitos já não são tão bons quanto no início. 

O fato é que, apesar dos avanços nas pesquisas sobre essa síndrome nos últimos 20 anos, ninguém tem uma ideia clara sobre suas origens. Para alguns cientistas, o distúrbio do sono é mais causa do que consequência. Outros acreditam que a fibromialgia seja deflagrada por uma infecção viral ou bacteriana, ou por alguma lesão na região superior da medula espinhal. Algumas pesquisas investigam possíveis anormalidades no sistema nervoso autônomo e no metabolismo muscular desses pacientes. 


Já os resultados da terapia em Mainz parecem promissores. De 80 participantes, dois terços reconhecem os benefícios do tratamento e metade ficou quase um ano praticamente livre das dores. Sandra está no grupo dos aliviados: “Antes, quando eu me irritava com as crianças, sentia aquela dor forte, como um puxão”, recorda. “Hoje vivo muito mais relaxada.” Desde então ela voltou a trabalhar meio período, o que melhorou muito sua qualidade de vida e seu relacionamento com a família. Além disso, agora ela consegue enfrentar os problemas do dia-a-dia com mais serenidade, sem se deixar irritar pelas pequenas adversidades. O marido e os filhos são testemunhas da lenta transformação: antes Sandra não suportava ver qualquer coisa suja na pia da cozinha e cobrava deles mais disciplina. Hoje esse tipo de situação já quase não lhe dói mais. 


sexta-feira, 6 de junho de 2014

Especialista esclarece dúvidas sobre Fibromialgia.

Especialista esclarece dúvidas sobre fibromialgia, doença que ataca o sistema nervoso

A doença é associada a uma grande variedade de sintomas, tanto físicos, como fatiga persistente e distúrbios do sono, quanto mentais, como ansiedade e depressão

    Doença é caracterizada por dores no sistema músculo esquelético
    Doença é caracterizada por dores no sistema músculo esquelético (Reprodução/ Internet)
    A fibromialgia é considerada uma das síndromes crônicas mais dolorosas de nosso tempo, com sintomas que podem afetar seriamente a qualidade de vida dos pacientes, pois afeta todo o sistema músculo-esquelético. 
    O termo “fibromialgia”, criado em 1976, deriva da conjunção das palavras “fibro” (fibra ou tecido conjuntivo, em latim) com os vocábulos gregos “mi” (músculo) e “algia” (dor). Mas só foi reconhecida como uma doença pela Organização Mundial de Saúde em 1992.
    A doença é associada a uma grande variedade de sintomas, tanto físicos, como fatiga persistente e distúrbios do sono, quanto mentais, como ansiedade e depressão.
    Embora afete apenas uma parcela mínima da população, nos países onde há um acompanhamento mais próximo dos pacientes, seus efeitos a tornam digna de análise e atenção da comunidade médica.
    O médico Fernando A. Rivera, da Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida, membro do Colégio Médico dos Estados Unidos e docente da Escola de Medicina associada à Mayo, revela o que é verdade e o que é mito sobre esta doença.

    O que é a fibromialgia?
    Rivera – A definição mais aceita atualmente  diz que a fibromialgia é uma dor generalizada, crônica, no sistema músculo esquelético, devido a um transtorno do sistema nervoso central na percepção da dor, ocasionando hiperalgesia e alodinia. Em termos mais simples, a hiperalgesia ocorre quando um estímulo, que normalmente é doloroso, provoca uma dor ainda maior no paciente; a alodinia, por sua vez, significa sentir dor por estímulos que normalmente não deveriam provocá-la.
    A origem da doença é conhecida?
    Rivera – Até agora só se conseguiu saber que o surgimento e a intensificação dos sintomas da fibromialgia podem estar relacionados a fatores estressantes, tanto físicos quanto emocionais.
    Que percentagem da população é afetada pela fibromialgia?
    Rivera – Em nível mundial, diz-se que a prevalência está entre 2% e 3%, ainda que se tenha taxas de 5% a até cerca de 10% em atendimento primário. Nos Estados Unidos, a porcentagem é similar: em torno de 2% da população sofre a doença, sendo mais frequente entre as mulheres, à razão de nove por um em comparação com os homens. Calcula-se que cerca de 10 milhões de norte-americanos têm fibromialgia.
    O que se entende por dor generalizada?
    Rivera – Em 1990, a Sociedade de Reumatologia dos Estados Unidos definiu “dor generalizada” como a que ocorre nos dois lados do corpo, esquerdo e direito, tanto acima quanto abaixo da cintura, além de dor esquelética axial, isto é, afetando a coluna cervical, a parte anterior do tórax, a espinha torácica ou a parte baixa das costas. Além disso, o paciente deve sentir dor em pelo menos 11 de 18 pontos predeterminados, denominados “pontos sensíveis”, que respondem dolorosamente quando apalpados. Entre esses pontos, podemos citar a base do pescoço, o cotovelo, a parte medial dos joelhos próxima à articulação, e os glúteos.
    Que tipo de toque provoca essa resposta de dor?
    Rivera – Quando é aplicada uma força aproximada de 4 quilos. Para um ponto sensível ser considerado positivo à dor, o paciente deve declarar que a palpação efetivamente lhe causou dor, tendo em conta que “doloroso” não é o mesmo que “sensível”.
    Mas pode se tratar de um trauma passageiro?
    Rivera – Não é assim. Pacientes com dor generalizada e sensibilidade em pelo menos 11 dos 18 pontos e que sentem essa dor por um período mínimo de três meses sofrem de  fibromialgia.  O diagnóstico clínico da fibromialgia também não é descartado se o paciente tem um segundo distúrbio clínico – como de origem psiquiátrica, que podem ter efeitos físicos, como crises de pânico, ansiedade, depressão, anorexia nervosa, hipocondria, etc.
    Pode ocorrer um diagnóstico de fibromialgia, no caso de algum outro problema?
    Rivera – Em 2010, a Sociedade de Reumatologia dos Estados Unidos concluiu que, para confirmar o diagnóstico da fibromialgia, o paciente tem que apresentar três fatores:
    a) Ter um índice de dor generalizada de 7 (em escala de 0 a 19) e índice 5, em escala de gravidade sintomática de 9 pontos; ou índice de dor entre 3 e 6, porém com escala de gravidade sintomática de 9 pontos;
    b) Ter tido esses sintomas, na mesma intensidade, por pelo menos três meses;
    c) Não ter algum outro problema que possa ser a origem da dor. A equipe médica deve fazer um diagnóstico diferencial, para descartar outras patologias que possam ser confundidas com a fibromialgia, como a polimialgia reumática, infecções virais, artrite reumatoide em fase inicial, déficit severo de vitamina D, tumores cancerosos malignos, entre outros.
    A fibromialgia tem sintomas associados?
    Rivera – Sim. Por exemplo, a fibromialgia pode causar embaralhamento do cérebro, que consiste em problemas de raciocínio e memória; dores de cabeça ou enxaquecas; hipersensibilidade à luz, aos sons, odores e temperatura; cólon e bexiga irritáveis; dor pélvica, dor na articulação temporomandibular (a articulação entre o osso temporal do crânio e a mandíbula, responsável pela função mastigatória). Também podem ocorrer náuseas, parestesia (sensação de adormecimento e formigamento), perda do equilíbrio e infecções crônicas ou recorrentes, como sinusite ou infecção respiratória alta, a que afeta o trato respiratório superior (nariz, seios nasais, laringe, faringe). Outros fenômenos que causam fatiga no paciente são os distúrbios do sono e a “síndrome das pernas inquietas”, que é, basicamente, sentir dor nas pernas durante a noite e fazer movimentos involuntários para tratar de aliviá-la, o que afeta mais frequentemente pessoas de meia idade e idosos.
    Exames de laboratório podem ajudar o paciente?
    Rivera – Ainda que não haja biomarcadores específicos para indicar a presença da fibromialgia, é útil pedir um hemograma completo, que inclua a velocidade de sedimentação globular e o nível de proteína C reativa. Esta se eleva quando há inflamação no organismo, ainda que não haja indicação de sua localização exata. Também convém pedir outros exames, como teste da função da tireoide, nível da vitamina D, painel metabólico completo, testes-padrão de detecção do câncer (antígeno específico da próstata, por exemplo). Um eletrocardiograma, em caso de fatiga extrema, assim como uma tomografia articular, se houver suspeita de sinovite, ou seja, irritação na membrana que cobre as articulações.
    Se um clínico geral suspeita que um paciente tem fibromialgia, a quais especialistas deve encaminhá-lo, para confirmar ou não o diagnóstico inicial?
    Rivera – Como os sintomas são tão variados, já que não há uma causa específica que desencadeia a fibromialgia, uma vez que não é possível diagnosticá-la por qualquer método laboratorial e clínico, ou radiográfico, é necessário dar ao problema um enfoque multidisciplinar, que inclua informações de reumatologista,  especialista em medicina da dor e também psiquiatra ou psicólogo.
    Como se trata a fibromialgia?
    Rivera – Com terapia não farmacológica e/ou farmacológica. A terapia não farmacológica consiste em educar o paciente para melhorar sua atual condição de vida. Fazer exercícios de baixo impacto (aeróbico, natação) de forma regular, terapia física e terapia cognitivo-comportamental. Deve considerar ainda terapias que envolvem o corpo e a mente, como ioga, tai-chi ou qigong, meditação com respiração rítmica, terapias complementares, como massagens e acupuntura, trabalho criativo (arte, música, dança). Em suma, é preciso fomentar a própria capacidade de cada indivíduo de se recuperar física e emocionalmente, depois de um efeito contrário, traumático ou nocivo.
    A terapia farmacológica considera antidepressivos tricíclicos, como amitriptilina e ciclobenzaprina; inibidores da recaptação da serotonina e norepinefrina, como duloxetina e milnacipran; inibidores seletivos da recaptação de serotonina (não há clareza com respeito a quais; há informações contraditórias); e agentes antiepilépticos, como pregabalina ou gabapentina, que ainda não foram aprovados pela FDA (órgão que controla a comercialização de medicamentos e alimentos nos EUA) para tratamento da fibromialgia.
     Para mais informações em português, visite www.mayoclinic.org/portuguese/.

    sábado, 2 de fevereiro de 2013

    FIBROMIALGIA - O QUE É


    Fibromialgia o que é
    Você sabe o que é fibromialgia
    A doença reumática é associada à sensibilidade diante de um estímulo doloroso, descrita por pacientes como dores pelo corpo. Atinge cerca de 5 milhões de brasileiros e, embora pessoas de qualquer sexo ou idade, inclusive crianças e adolescentes, possam ser vítimas, a incidência é maior em mulheres entre 30 e 60 anos.
    Entre as manifestações clínicas estão dorfadiga, indisposição, distúrbios do sono, ansiedade, depressão, alterações intestinais, entre outras. O coordenador da Comissão de Dor, Fibromialgia e Outras Síndromes Dolorosas de Partes Moles da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) Marcelo Cruz Rezende, esclarece as principais dúvidas.
    Segundo o reumatologista, a fibromialgia é uma síndrome clínica caracterizada por dor difusa e outras sintomas associados como fadiga (cansaço), sono não reparador, alteração de memória, concentração, entre outras.
    "Existe uma associação muito forte com o aspecto psicológico, com quadros depressivos e ansiedade, mas não podemos afirmar que se trata somente de fundo emocional. Hoje, sabemos que é um distúrbio relacionado à alteração nos sistemas de controle de dor, devendo ser considerado como uma síndrome de amplificação dolorosa", explica.
    O principal sintoma da fibromialgia é basicamente dor difusa pelo corpo. Mas existe uma série de comorbidades que normalmente acompanham: distúrbio do sono, cansaço, fadiga, ansiedade, depressão, alterações intestinais como crises de diarreia etc.
    O diagnóstico da fibromialgia consiste em verificar se há é dor difusa por mais de três meses, em conjunto com a presença de 11 de 18 pontos dolorosos específicos.
    Atualmente retira-se a necessidade da contagem de pontos dolorosos e coloca-se um índice de dor generalizado e de grau de severidade de sintomas, mas ainda estão sendo questionados pelos especialistas.
    "Por ser uma condição crônica, a fibromialgia não tem cura. Existe sim um controle da sintomatologia. Entretanto, pode ser confortador saber que, embora não exista cura, a fibromialgia é uma doença benigna, que não leva ao óbito", esclarece Rezende.
    Existem várias medicações com fortes evidências científicas que melhoram os sintomas da fibromialgia. Outras evidências científicas demonstram que o costume de executar exercícios físicos aeróbicos de modo rotineiro (30 minutos por dia ou 45 minutos três vezes por semana) tem grande melhora para a dor, fadiga e sono. Mesmo o Tai Chi Chuan foi colocado como tratamento coadjuvante com boa resposta.
    Como não existe prevenção para a doença, já que a patologia é considerada de ordem genética, é possível apenas controlá-la em busca de uma melhora do quadro.
    O uso rotineiro de exercícios físicos, em especial aeróbios e o uso de algumas medicações como antidepressivos tricíclicos para o sono ou ritalina ou modenafil para fadiga podem ajudar e muito, na qualidade de vida do paciente.
    Por Jessica Moraes