Como lidar com a resistência de idosos que não querem se isolar contra o coronavírus; veja 17 dicas
O ideal é criar uma grade de atividades para preencher a rotina em casa
Por
Mariza Tavares
Jornalista,
mestre em comunicação pela UFRJ e professora da PUC-RIO, Mariza
escreve sobre como buscar uma maturidade prazerosa e cheia de
vitalidade.
–
Eu estou me sentindo bem e só vou
passar no mercado para comprar um mamão, porque o que tem aqui está
acabando!
–
Já
que não posso fazer minha aula de ginástica, quero pelo menos dar
uma volta no quarteirão!
Filhos
preocupados têm enfrentado uma espécie de “rebelião” de pais
que são idosos, mas ativos, e que se recusam a permanecer em casa
para se proteger do novo coronavírus. “Como não se identificam
com a velhice frágil, não acreditam que vá acontecer algo com
eles”, diz a médica geriatra Karla Giacomin, consultora da OMS
para políticas públicas sobre o envelhecimento e ponto focal do
Centro Internacional de Longevidade, o ILC-Brasil.
Para aliviar o isolamento, idosos devem ter uma grade de atividades para preencher a rotina — Foto: Sabine van Erp por Pixabay
Ela
afirma que o ideal é criar
uma grade de atividades para preencher a rotina.
Os filhos podem ajudar os pais a montar um roteiro que preencha
unidades de tempo, cada uma com cerca de meia hora de duração, e
afaste a sensação de isolamento.
“É
uma forma de aumentar a resiliência para enfrentar a situação. Sei
que é difícil convencer uma senhora prestes a fazer 90 anos e que
está bem a não comemorar seu aniversário, mas o que deve ser
enfatizado é que não se trata de uma punição, e sim de proteção”,
explica a geriatra.
Discutir
ou brigar só tende a piorar as coisas.
A psicóloga, psicanalista e especialista em gerontologia Eloisa
Adler reforça a necessidade de valorizarmos o que chama de “nova
ordem mundial”: "temos que mostrar que, hoje, somos todos
solitários solidários. O isolamento é para o bem comum. Ficar em
casa pode também significar oportunidades de descobertas, de
resgatar memórias”, propõe.
Seguem
sugestões que servem como ponto de partida para afastar o tédio do
idoso em quarentena, lembrando que a tecnologia deve ser vista como
uma grande aliada nesse momento.
1) Exercícios:
há inúmeros tutoriais na internet e os professores de academias
também têm criado treinos on-line para seus alunos. Podem ser 20 ou
30 minutos, de manhã e à tarde.
2)
Assistir ao noticiário,
mas com o cuidado de consumir notícias de fontes confiáveis.
3)
Ver programas de TV, filmes e séries.
4)
Jogos: palavras
cruzadas, caça-palavras, quebra-cabeça. Há aplicativos para a
estimulação cognitiva que são divertidos e prazerosos.
5)
Fazer visitas virtuais a
museus.
6)
Leitura,
lembrando que há aplicativos para leitura no celular ou no iPad.
7)
Ouvir música, tocar um instrumento, cantar.
8)
Dançar ao
som das músicas preferidas.
9)
Organizar os
armários e gavetas.
10) Dedicar-se
à higienização
da casa.
11)
Cuidar do animal doméstico.
12)
Criar um diário.
13)
Atividades manuais ou artísticas,
dependendo do talento e interesse de cada um.
14)
Escrever a história da própria vida –
há hoje editoras que fazem a publicação desses relatos em edições
reduzidas.
15)
Fazer cursos on-line.
Há uma gama enorme de opções, muitos deles em português. Para
esses tempos tão duros, os de mindfulness podem ser bem-vindos.
16)
Conversar com os amigos,
por telefone ou aplicativos.
17)
Fazer chamadas com vídeo diárias
para filhos e netos, para matar as saudades. Rever vídeos antigos
também é um bom programa.
texto original
https://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modo-de-usar/post/2020/03/22/como-lidar-com-a-resistencia-de-idosos-que-nao-querem-se-isolar-contra-o-coronavirus-veja-17-dicas.ghtml