Seja Bem Vindo ao Universo do Fibromiálgico

A Abrafibro - Assoc Bras dos Fibromiálgicos traz para você, seus familiares, amigos, simpatizantes e estudantes uma vasta lista de assuntos, todos voltados à Fibromialgia e aos Fibromiálgicos.
A educação sobre a Fibromialgia é parte integrante do tratamento multidisciplinar e interdisciplinar ao paciente. Mas deve se estender aos familiares e amigos.
Conhecendo e desmistificando a Fibromialgia, todos deixarão de lado preconceitos, conceitos errôneos, para darem lugar a ações mais assertivas em diversos aspectos, como:
tratamento, mudança de hábitos, a compreensão de seu próprio corpo. Isso permitirá o gerenciamento dos sintomas, para que não se tornem de difícil do controle.
A Fibromialgia é uma síndrome, é real e uma incógnita para a medicina.
Pelo complexo fato de ser uma síndrome, que engloba uma série de sintomas e outras doenças - comorbidades - dificulta e muito os estudos e o próprio avanço das pesquisas.
Porém, cientistas do mundo inteiro se dedicam ao seu estudo, para melhorar a qualidade de vida daqueles por ela atingidos.
Existem diversos níveis de comprometimento dentro da própria doença. Alguns pacientes são mais refratários que outros, ou seja, seu organismo não reage da mesma forma que a maioria aos tratamentos convencionais.
Sim, atualmente compreendem que a síndrome é "na cabeça", e não "da cabeça". Esta conclusão foi detalhada em exames de imagens, Ressonância Magnética Funcional, que é capaz de mostrar as zonas ativadas do cérebro do paciente fibromiálgico quando estimulado à dor. É muito maior o campo ativado, em comparação ao mesmo estímulo dado a um paciente que não é fibromiálgico. Seu campo é muito menor.
Assim, o estímulo dispara zonas muito maiores no cérebro, é capaz de gerar sensações ainda mais potencialmente dolorosas, entre outros sintomas (vide imagem no alto da página).
Por que isso acontece? Como isso acontece? Como definir a causa? Como interromper este efeito? Como lidar com estes estranhos sintomas? Por que na tenra infância ou adolescência isso pode acontecer? Por que a grande maioria dos fibromiálgicos são mulheres? Por que só uma minoria de homens desenvolvem a síndrome?
Estas e tantas outras questões ainda não possuem respostas. Os tratamentos atuais englobam antidepressivos, potentes analgésicos, fisioterapia, psicoterapia, psiquiatria, e essencialmente (exceto com proibição por ordem médica) a Atividade Física.
Esta é a parte que têm menor adesão pelos pacientes.
É dolorosa no início, é desconfortante, é preciso muito empenho, é preciso acreditar que a fase aguda da dor vai passar, trazendo alívio. Todo paciente precisa de orientação médica e/ou do profissional, que no caso é o Educador Físico. Eles poderão determinar tempo de atividade diária, o que melhor se adequa a sua condição, corrige erros comuns durante a atividade, e não deixar que o paciente force além de seu próprio limite... Tudo é comandado de forma progressiva. Mas é preciso empenho, determinação e adesão.

TRADUTOR

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Fibromialgia poderia ser uma doença ambiental?

Doenças ambientais resultam da acumulação de poluentes ambientais orgânicos e inorgânicos no corpo humano. Resultando em processos inflamatórios, alérgicos ou tóxicos crônicos. Um grande número de doenças crônicas, funcionais, inflamatórias e dolorosas têm sido associadas a um aumento da presença de substâncias químicas nos organismos das pessoas que vivem em grandes centros urbano e regiões industrializadas ou em processo de industrialização.


Medicina ambiental é o campo da medicina aonde essa hipótese vem sendo estudada.

Doenças alérgicas, inflamatórias,auto-imunes, degenerativas e malignas tem aumentado tanto sua ocorrência na população mundial que a OMS usa o termo epidemia para descrever essa ocorrência no mundo. Estudos e pesquisas têm relacionado essa epidemia de inflamação a um aumento da exposição do ser humano a produtos químicos, resultantes da atividade industrial.
Produtos que são usados na casa,na escola no trabalho, escritório, agricultura e nas fábricas. Tais como pesticidas, agrotóxicos e solventes orgânicos, conservantes, aromatizantes, estabilizantes,antioxidantes, corantes, branqueadores, amaciantes, perfumes, cosméticos, medicamentos usados de forma abusiva ou sem controle médico, mofo de parede, ar poluído das grandes cidades, todos esse fatores somados representariam a carga total de poluentes a qual está submetido um individuo que vive em centros urbanos industrializados. Essas toxinas ambientais contidas na água que bebemos, alimentos que comemos e ar que respiramos, precisam ser gerenciadas pelo corpo. Ou seja, ao entrar no corpo precisa ser eliminada o mais rápido possível e, o corpo tem um sistema de desintoxicação, que se eficaz, nos permite viver nesse mundo poluído sem que se tenhamos grandes problemas de saúde.
Entretanto, indivíduos sensíveis, com falhas no processo de desintoxicação, com deficiências nutricionais de minerais ou vitaminas, ou por exposição prolongada ou maciça a químicos podem sofrer um processo de acumulação de toxinas tão intenso que resultará em processos inflamatórios.
Esse é o mecanismo de produção de doenças ambientais - acúmulo de toxinas ambientais no organismo resultando  e disfunção.
O modelo criado por um dos fundadores da medicina ambiental. Dr Willian Rea é a metáfora do Barril. “Quando o barril fica repleto ele transborda, esse transbordamento é o que chamamos de doença, que classificamos pelo conjunto dos sintomas”. Partindo desse ponto, todas as doenças de origem ambiental terão seus sintomas melhorados se for reduzida a Carga Total dos poluentes as quais ela está submetida.
Existem dois caminhos a seguir: o evitamento de exposição pelo reconhecimento dos fatores ambientais, dominantes em cada caso individual e o favorecimento da redução pela intensificação dos mecanismos de eliminação do corpo.
Nesse escrito vou me ater a desintoxicação como forma de tratamento complementar para pacientes cuja fibromialgia tenha relação com acúmulo de químicos no organismo. Em especial as mulheres são mais suscetíveis de acumular químicos em demasia no organismo por várias razões como: uso de cosméticos, perfumes, material de limpeza, manejo de pesticidas, dificuldade de drenagem linfática (em especial nas sedentárias), cirurgias, além de ter uma maior resposta inflamatória.

A hipótese da medicina ambiental é que se reduzirmos a carga total de um organismo inflamado por acumulação ou sensibilização aos químicos ou alimentos alérgicos obteremos redução do processo tóxico, inflamatório e remissão dos sintomas de dor, fadiga e distúrbio do sono. E quando se consegue fazer isso de forma adequada e contínua obtemos uma remissão da doença e um menor uso de medicamentos.

Dentro dessa concepção a fibromialgia, assim como outras doenças ambientais seria o resultado de uma sobrecarga de produtos químicos acumuladas no organismo, em especial na conexão entre nervos e músculos, um local chamado de placa motora. Ao se reduzir essa sobrecarga se obtêm a melhora dos sintomas.
A seguir as medidas usadas para obter a desintoxicação em pacientes com doenças ambientais, e que tem um grande potencial de ajudar pessoas portadoras de fibromialgia. O melhor ambiente para colocar em prática essas medidas é aquele supervisionado por profissionais de saúde, que atuam de forma integrada para obter um resultado - a restituição da saúde do nosso paciente.

Dieta

1- Durante 4 dias exclua de sua dieta todos os alimentos que você come todos os dias.
Ex: Café, leite de gado, trigo, arroz, feijão, carne de gado,açúcar...Substitua cada alimento por algo correspondente em termos nutricionais. Ex: chá, leite de soja,batata, grão de bico, peixes, stevia*.
stevia

Uma nutricionista poderá lhe ajudar a fazer uma dieta chamada rotatória na qual,você não repete o mesmo alimento em um intervalo de tempo menor que 4 dias. No quinto dia reintroduza cada alimento uma vez por dia pelo menos 2x dia, duas boas porções. Observe e anote como fica seu corpo, sua mente e sua energia.Em caso de alguma reação desagradável em geral está relacionado ao sintoma da sua doença suspenda o alimento da dieta. Espere um dia e reintroduza o outro alimento da mesma forma. Faça isso com todos os alimentos excluídos.

O nome desse método é Exclusão e Desafio. Atenção! Esse teste não deve ser feito com alimentos que reconhecidamente se saiba serem nocivos à saúde. Não deve ser realizado por quem tem alergias anafiláticas ou durante crises de asma ou qualquer outro tipo de alergia. O ideal é que seja acompanhado por médico, nutricionista e fisioterapeuta integrados.
Após ter desafiado seu corpo com os alimentos e tendo registrado cuidadosamente os fatos acontecidos, você estará apta a excluir os alimentos que lhe provocaram sintomas. Por um período de 3 meses quando se recomenda reintroduzir, não mais que duas vezes o alimento ofensivo na semana. Caso tolere passe a usá-lo duas vezes por semana. Caso haja intolerância suspenda por mais 3 meses e tente novamente. Em caso de persistência mais três meses, até que consiga reintroduzir o alimentos na dieta . É bom dizer que 2% dos pacientes que tenho atendido, não conseguem reintroduzir o alimento ofensivo, que tem que ser banido da dieta, às vezes por toda a vida, como é o caso de pessoas que reagem com fibromialgia por intolerância ao glúten.

2 - Passe a usar alimentos orgânicos, com isso diminuiu a taxa de pesticidas e fungicidas que você está ingerindo. Um grande número de pacientes melhora bem dos sintomas com esse tipo de conduta, bem simples para quem vive em locais com facilidades para esse tipo de consumo consciente.

3 - Evite inalar solventes orgânicos e químicos eles afetam a medula óssea e são irritantes aos nervos, por se depositarem nas bainhas de mielina, na porção oleosa da membrana.
Frequentemente renove o ar de seu quarto, seu local de trabalho, garanta ventilação onde permanecer por muito tempo. Prédios novos ou reformados, moveis embutidos industriais liberam uma grande quantidade de químicos, assim como carpetes e estofados produzidos industrialmente liberam formol, um potente irritante dos nervos do aparelho respiratório. Suspenda o uso de perfumes, aromatizantes e pesticidas busque outras formas de desodorizar o corpo recomendo: leite de colônia fórmula Dr. Studart, Sabão de Côco nas roupas e na casa. Água sanitária, pinho sol e eucalipto evitar.
Limpeza não quer dizer cheiro forte perfumado.
Muita atenção e cuidado com fungos e mofo de paredes, eles produzem microtoxinas que afetam o sistema nervoso central, o sistema imunológico e, tem sido implicado em pacientes com processos inflamatórios crônicos.

4 - Caso tenha Fadiga Crônica, um cansaço incapacitante, inale oxigênio 6 litros por minuto 2 horas por dia 21 dias. Fazer isso somente com supervisão médica. Medir a pressão do oxigênio venoso PVO2 antes, durante e depois da terapia. Medir a taxa de ácido láctico. Em geral na primeira semana do tratamento de Von Ardenne (esse é o nome da técnica de oxigenação) os pacientes percebem uma grande melhora da fadiga. O oxigênio oxida os solventes do corpo favorecendo a eliminação pela expiração e ao mesmo tempo estimula o funcionamento da mitocôndria (o motor que fica dentro de todas nossas células do corpo) que passam a voltar a funcionar.

5 - Suplementar a dieta com magnésio e/ou receber injeções ou soros com magnésio e outras vitaminas e/ou nutrientes. O magnésio neutraliza os efeitos tóxicos dos pesticidas e agrotóxicos na inserção dos nervos nos músculos (Placa motora), sede da dor da fibromialgia. Relaxando os nervos, diminuindo a sensibilidade e relaxando os músculos. O magnésio é uma das terapêuticas mais essenciais numa síndrome como a fibromialgia.


Fontes de Magnésio


6 - Sauna sêca sem cheiros (Perfumes, material de limpeza,aromatizantes, solventes orgânicos) ou sauna Infrared essa última é a melhor para os portadores de fibromialgia; pois além de favorecer a depuração pelo suor dos poluentes ambientais, agrotóxicos, pesticidas, metais pesados e solventes orgânicos tem ação anti-inflamatória extensivamente comprada. A eliminação pelos poros reduz a carga total de poluentes sem sobrecarregar o fígado e os rins.

7 - Drenagem linfática suave após a sauna. O sistema linfático fica repleto de moléculas inflamatórias que foram drenadas dos órgãos e da gordura corporal. A drenagem feita com óleo de côco extra virgem, sem odores artificiais, tem uma resposta anti-inflamatória rápida de se perceber.
Drenagem Linfática



8 - O uso de suplementos como Omega 3, Antioxidantes*, ácido alfa-lipóico*, silimarina*, vitamina C são recomendados:

Antioxidantes
                                                                               Silimarina
Ômega 3


















Ácido-Lipóico - Azeite de Oliva


9 - Água alcalina com Ph igual o maior que 8 favorece a formação de aglomerados de moléculas de água adquirindo propriedades antioxidantes que aceleram o processo de depuração do organismo e acentua os resultados da sauna em especial a infravermelha. No início do tratamento é recomendável que se utilize 4 litros de água alcalina para favorecer a diluição dos químicos no organismo, que irão lavar o sistema.

INADEQUADA. pH 6,79 (Vide o rótulo da 
embalagem da água) Deve ser superior a 8.


10 - Uma vez melhorada a disposição, o sono e as dores tenham reduzido recomenda-se iniciar um programa de atividade física que inclua o alongamento antes, durante e depois dos exercícios que devem ser suaves (Hidro, alongamento, Ioga(Hata), Pilates) e quando o paciente puder e quiser correr em esteira.



11 - Distúrbios inflamatórios crônicos modificam a função neurológica e endócrina muitas vezes sendo necessário fazer ajustes ou reposições endócrinas de melatonina*, progesterona, testosterona sendo que essas são bioidênticas; ou seja, exatamente iguais a humana sendo de origem vegetal. Essa condução deve ser feita por médicos treinados em modulação hormonal.


Essas medidas podem ser usadas pela grande maioria dos pacientes que sofrem de doenças ambientais em especial as síndromes dolorosas, seja qual for o nome da doença.

Essas recomendações não têm intenção de substituir o tratamento e acompanhamento de profissional médico especializado ou substituir qualquer tratamento tradicional ou largamente aceito pelas instituições médicas. Tratam-se de medidas de nutrição e higiene, baseadas em princípios solidamente estabelecido por literatura científica.

Tenho utilizado em pacientes com doenças inflamatórias dolorosas crônicas, que têm se revelado eficazes no sentido de reduzir a inflamação, reduzir as dores, melhorar o sono e restituir a energia. Em especial nos pacientes que tem múltiplas queixas e que se revelam intolerantes a alimentos e medicamentos, cheiros fortes, essas medidas se mostram mais eficazes. Então respondendo a pergunta que deu o nome ao texto:


"Assim se a fibromialgia tiver como causa fatores ambientais, existem grandes probabilidades de que pessoa que se submeter a uma desintoxicação tal com foi sugerida aqui, venha a melhorar. E se conseguir manter a redução da carga total de seu corpo a níveis baixos, obterá uma remissão suave e duradoura de sua doença. Com um mínimo uso de drogas sintomáticas."


Dr. Gilberto de Paula
*Médico especialista em Nutrologia, Medicina Ambiental e Imunoterapia.
Presidente da Academia Nacionalde Medicina Ambiental.
Sina-I Sistema de Imunoterapia, NutriçãoClínica, Alergia – Infrared
Diag/Trat.Manaus-Rua Acre 12 sl 301.tel 092-8159.3531/3584.1566.
www.medicinaambiental.net

Glossário:

“Stevia” é um gênero botânico pertencente à família Asteraceae. A stevia é um pequeno arbusto perene que pertence à família dos crisântemos e énativa no Paraguai. Esta planta tem uma extraordinária capacidade adoçante Na sua forma mais comum de pó branco, extraído das folhas da planta, chegaa ser de 70 a 400 vezes mais doce que o adoçantenatural. Estas são as principais características desta planta: -não causa diabete -não contém calorias -não altera o nível de açúcar no sangue -não é tóxica -inibe a formação da placa e da cárie dental -não contém ingredientes artificiais -pode ser usada para cozinhar

"Ácido Alfa-Lipóico" - O mais poderoso antioxidante e antiinflamatório da natureza. Imagine umasubstância tão poderosa que pode mover-se através do corpo humano de forma rápida e indolor, unindo fissuras, acalmandoa inflamação e incentivando o sistema imunológico. Imagine que esta substância realiza estes feitossurpreendentes não apenas dentro do organismo, mastambém na superfície da pele. Assim é o Ácido Alfa-Lipóico.

"Água Alcalina" – Processos metabólicos criam resíduos ácidos, portanto, é necessário restaurar as moléculas alcalinas do corpo. Uma maneira eficaz é consumindo água alcalina. (conforme apresentado).

"Antioxidantes" - São encontrados na natureza em compostos particularmente ricos em hidrogênio e excesso de elétrons. Estes compostos ricos em hidrogênio e elétrons são usualmente visíveis a olho nu, notadamente nos pigmentos que dão cor aos legumes e vegetais. Não apenas os alimentos naturais coloridos estão carregados com antioxidantes, mas, também, os alimentos crus como as azeitonas, abacates, nozes, e sementes.

"Melatonina" - é um hormônio produzido por diversos animais e plantas. Em humanos, a melatonina tem sua principal função em regular o sono; ou seja, em um ambiente escuro e calmo, os níveis de melatonina do organismo aumentam, causando o sono. Por isso é importante eliminar do ambiente quaisquer fontes de som, luz, aroma, ou calor que possam acelerar o metabolismo e impedir o sono, mesmo que não percebamos. Outra função atribuída à melatonina é a de-antioxidante, agindo na recuperação de células epiteliais expostas a radiação ultravioleta e, através da administração suplementar, ajudando na recuperação de neurônios afetados pela doença de Alzheimer e por episódios deisquemia (como os resultantes de acidentes vasculares cerebrais).

"Silimarina" – Na natureza existe uma planta especial chamada Silybum marianum ou cado-mariano, que é a resposta da natureza ao bombardeio constante das substâncias tóxicas ao nosso organismo, devido à vida moderna.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Fibromialgia e Acidentes de Trânsito


Fibromialgia e acidente de trânsito.
A dor generalizada é a manifestação mais freqüente na fibromialgia, podendo ser difusa ou acometer preferencialmente algumas regiões, como o pescoço e os ombros, e então propagar-se para outras áreas do corpo. Geralmente vem acompanhada com distúrbios do sono e co sinais de ansiedade e depressão. É uma condição reumatica mas não acomete as articulações.A fibromialgia é mais freqüente no sexo feminino, cerca de 80% dos casos. Em média, o início da doença varia entre 29 e 37 anos, sendo a idade de seu diagnóstico entre 34 e 57 anos. Os sintomas de dor, fadiga e distúrbios do sono tendem a instalar-se lentamente na vidaadulta, no entanto, 25% dos casos referem apresentar estes sintomas desde a infânciaOs estudos prévios relataram taxas de prevalência de dor crônica generalizada entre 11% e 13% na Alemanha, na Suécia e no Reino Unido.
Gareth Jones e colaboradores reumatologistas da Escola de Medicina da Universidade de Aberdeen, no Reino Unido acompanharam 2.069 participantes do estudo de Epidemiologia de Doenças Funcionais (EPIFUND). Participantes do EPIFUND tiveram seus dados sobre dor musculoesquelética e distúrbios psíquicos associados analisados, em três momentos, ao longo de um período de quatro anos. Os pacientes também foram questionados sobre seis experiências traumáticas recentes: acidentes de trânsito, lesões no local de trabalho, cirurgias, fraturas, hospitalização e parto.Do total de participantes do estudo, 241 pacientes, (12%), reportaram novos sintomas de dor crônica generalizada, com mais de um terço desses indivíduos apresentando propensão a relatar pelo menos um evento traumático durante o período de estudo.
Depois de ajustados dados, como idade, sexo, estado clínico geral e o estado de dor inicial, aqueles que relataram um acidente de trânsito como fator para o surgimento de dores crônicas generalizadas representavam 84% da amostra pesquisada. Não foi observada nenhuma associação do aparecimento de dores generalizadas com hospitalização, cirurgia ou em mulheres que deram à luz.
Fonte :: Arthritis Care Res . 2011 Mar 21

Saiu! A minha primeira matéria de minha coluna no Portal Reumatoguia

O QUE LERÃO É O MINHA PRIMEIRA EXPERIÊNCIA COMO COLUNISTA. INICIEI ESSA EXPERIÊNCIA ABORDANDO A sÍNDROME DE FIBROMIALGIA COLOCANDO O QUE O PACIENTE PRECISA SABER SOBRE A FM, LOGO QUE DIAGNOSTICADO. AOS POUCOS VOU APROFUNDAR MAIS NESSE TEMA!



FALANDO SOBRE A FIBROMIALGIA




Última atualização: 05/09/2011
Olá!
Estou chegando pela primeira vez, e quero contar com a colaboração de cada um (a) de vocês para que, de agora em diante nos tornemos mais próximos(as).
O assunto que vou tratar em minha coluna é relativo à SÍNDROME DE FIBROMIALGIA.

O REUMATOGUIA já me entrevistou e fez um apanhado geral de quem sou; mas aos poucos vocês me conhecerão um pouco mais.

Para começar preciso contar que sou paciente de dor crônica, e depois de alguns anos recebi o diagnóstico da Síndrome de Fibromialgia.
Tomei um “baita” susto, porque nunca havia ouvido falar nada sobre essa síndrome.
Sobre a fibromialgia existe muito a explicar, algumas dúvidas ficarão sem respostas, vou dar algumas dicas de minha vivência diária, tudo no intuito de elevar a qualidade de vida do paciente acometido pela Fibromialgia – que agora passaremos a chamar só de FM.
Agora vamos esclarecer porque chamamos de Síndrome e não de doença.
O que é Síndrome?
 Segundo o Dicionário Escolar da Língua Portuguesa por Francisco da Silveira Bueno síndrome é definida como sendo "a reunião de sinais e sintomas provocados por um mesmo mecanismo e dependentes de causas diversas". Isso significa que as patologias definidas como síndromes são doenças originárias de diferentes causas que apresentam diferentes sinais e sintomas. Logo, pensar em síndromes é pensar em patologias que não seguem a lógica de um único fator. Ou ainda, conjunto de sinais e sintomas associados a qualquer processo mórbido e que formam juntos o quadro da doença.
E o que é doença?
Doença se entende como um distúrbio das funções de um órgão, da psiqué ou do organismo como um todo que está associado a sintomas específicos.
É o estado resultante da perda da homeostasia* de um organismo vivo, total ou parcial, estado este que pode cursar devido a infecções, inflamações, isquemias, modificações genéticas, sequelas de trauma, hemorragias, neoplasias ou disfunções orgânicas.
*Homeostase (ou Homeostasia) é a propriedade de um sistema aberto, seres vivos especialmente, de regular o seu ambiente interno para manter uma condição estável, mediante múltiplos ajustes de equilíbrio dinâmico controlados por mecanismos de regulação inter-relacionados.

Agora sim: O que é Síndrome de Fibromialgia?
O termo fibromialgia refere-se a uma condição dolorosa generalizada e crônica. É considerada uma síndrome porque engloba uma série de manifestações clínicas como dor, fadiga, indisposição, distúrbios do sono. No passado, pessoas que apresentavam dor generalizada e uma série de queixas mal definidas não eram levadas muito a sério. Por vezes problemas emocionais eram considerados como fator determinante desse quadro ou então um diagnóstico nebuloso de “fibrosite” era estabelecido. Isso porque se acreditava que houvesse o envolvimento de um processo inflamatório muscular, daí a terminação “ite”. Atualmente sabe-se que a fibromialgia é uma forma de reumatismo associada ao aumento da sensibilidade do indivíduo frente a um estímulo doloroso. O termo reumatismo pode ser justificado pelo fato de a fibromialgia envolver músculos, tendões e ligamentos. O que não quer dizer que acarrete deformidade física ou outros tipos de seqüela. No entanto a fibromialgia pode prejudicar a qualidade de vida e o desempenho profissional, motivos que plenamente justificam que o paciente seja levado a sério em suas queixas. Como não existem exames complementares que por si só confirmem o diagnóstico, a experiência clínica do profissional que avalia o paciente com fibromialgia é fundamental para o sucesso do tratamento.
E como saber se somos portadores ou não da Síndrome de Fibromialgia?
Desde 1980, um corpo crescente de conhecimento contribuiu para a fibromialgia  ser caracterizada como uma síndrome de dor crônica, real, causada por um mecanismo de sensibilização do sistema nervoso central à dor.
Na tentativa de homogeneizar as populações para estudos científicos, o Colégio Americano de Reumatologia, em 1990, publicou critérios de classificação da fibromialgia.Estes critérios foram também validados para a população brasileira.

Dentre os critérios, destacam-se uma sensibilidade dolorosa em sítios anatômicos preestabelecidos, denominados “tender points” ou pontos gatilho, que serão apresentados adiante, na descrição do quadro clínico. O número de tender points relaciona-se com avaliação global da gravidade das manifestações clínicas, fadiga, distúrbio do sono, depressão e ansiedade.

Uma vez que ainda não existe algum exame laboratorial que comprove a doença, o diagnóstico tem de ser feito a partir dos sintomas relatados pelo paciente e de um exame clínico que mede a sensibilidade à dor em 18 pontos espalhados pelo corpo. “Para um paciente ser diagnosticado como fibromiálgico, ele precisa se queixar de dor difusa há mais de três meses, ter distúrbios no sono e apresentar sensibilidade em pelo menos 11 dos 18 pontos do exame clínico”, explica Jamil Natour, reumatologista da Unifesp.
Algometro ou dorsímetro – medidor da dor
Quais são os principais sintomas?
Os principais sintomas são dores generalizadas pelo corpo, fadiga crônica, sono não-restaurador, formigamento nas mãos e nos pés, enxaqueca e problemas intestinais.
Como os sintomas da fibromialgia são parecidos com os de outras patologias (de tendinite e gota a lúpus, hipotireodismo e até esclerose múltipla) e como nem todos os médicos conhecem a síndrome, os pacientes podem sofrer anos até obter o diagnóstico.
Não devemos esquecer que toda essa avaliação deve ser feita por médico especialista – reumatologista ou fisiatra. Só o especialista possui experiência e conhecimento suficientes para dar o diagnóstico. Portanto, antes de se sentir “apavorada” procure um especialista.
O que causa a Fibromialgia?
Não existe ainda uma causa única conhecida para a fibromialgia, mas já temos algumas pistas porque as pessoas têm esta síndrome. Os estudos mais recentes mostram que os pacientes com fibromialgia apresentam uma sensibilidade maior a dor do que pessoas sem fibromialgia. Na verdade, seria como se o cérebro das pessoas com fibromialgia estivesse com um “termostato” ou um “botão de volume” desregulado, que ativasse todo o sistema nervoso para fazer a pessoa sentir mais dor. Desta maneira, nervos, medula  e  cérebro  fazem que  qualquer estímulo doloroso seja aumentado de intensidade.
A fibromialgia pode aparecer depois de eventos graves na vida de uma pessoa, como traumas físicos, psicológicos ou mesmo uma infecção grave. O mais comum é que o quadro comece com uma dor localizada crônica, que progride para envolver todo o corpo. O motivo pelo qual algumas pessoas desenvolvem fibromialgia e outras não ainda é desconhecido.
O que não mais se discute é se a dor do paciente é real ou não. Hoje, com técnicas de pesquisa que permitem ver o cérebro em funcionamento em tempo real, descobriu-se que pacientes com FM realmente estão sentindo a dor que referem. Mas é uma dor diferente, onde não há lesão na periferia do corpo, e mesmo assim a pessoa sente dor. Toda dor é um alarme de incêndio no corpo – ela indica onde devemos ir para apagar o incêndio. Na fibromialgia é diferente – não há fogo nenhum, esse alarme dispara sem necessidade e precisa ser novamente “regulado”.
Esse melhor entendimento da FM indica que muitos sintomas como a alteração do sono e do humor, que eram considerados causadores da dor, na verdade são decorrentes da dor crônica e da ativação de um sistema de estresse crônico. Entretanto, mesmo sem serem causadores, estes problemas aumentam a dor dos pacientes com FM, e devem também ser levados em consideração na hora do tratamento.
Nas próximas edições falaremos mais sobre esse tema.
Até lá!

Fontes: www.fibromialgia.com.br/novosite
                www.unifesp.br/grupos/fibromialgia
           www.reumatologia.com.br/diretrizes
                 www.wikipedia.com.br

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O impacto do estresse na Fibromialgia

Estresse

Considera-se como estresse uma resposta temporária a uma situação de emergência, ou seja, a repercussão mental e física de situações que causam angústia, irritabilidade ou excitação. O estresse faz parte da vida, na medida em que está envolvido em seus diversos aspectos, tanto positivos como negativos, ou seja, desde ganhos, mudanças de ambiente, festas, disputas e encontros, até perdas, rotina com sobrecarga de trabalho e frustrações.

Após um estresse positivo, o indivíduo experimenta uma sensação de relaxamento, no entanto, após um estresse negativo o que surge é uma situação de alerta prolongado com diversas conseqüências negativas para o organismo.

Efeitos do estresse crônico sobre o organismo

Quando se está estressado, o aumento da tensão muscular acarreta dor e exacerbação dos sintomas da fibromialgia. A queda no desempenho físico e mental é fonte de grande frustração, estabelecendo-se, assim, um círculo vicioso que engloba a dor, a limitação física e aspectos emocionais, no qual cada um desses aspectos tende a agravar os demais.

Deve-se, antes de mais nada, reconhecer os sinais de estresse no próprio organismo, identificar as suas causas e tentar resolver o que for possível, aceitando o que não for possível de ser modificado. Com a tendência atual de se atribuir tudo a uma doença, nem sempre é fácil reconhecer as manifestações do estresse.

Identificando situações estressantes

Na tentativa de se tentar determinar as situações mais estressantes o indivíduo deve elaborar um diário no qual conste o horário, tipo de atividade e as conseqüências físicas e emocionais a ela relacionadas.

O reconhecimento do estresse e suas conseqüências para o organismo

Dentre os efeitos deletérios do estresse sobre o organismo destacam-se:

- Freqüentes dores de cabeça.

- O indivíduo sente um aumento na tensão e dor na musculatura dos ombros e pescoço
- Muitas vezes tende a cerrar os dentes com força enquanto dorme (bruxismo)

- Distúrbios da digestão.

- Queixas digestivas e perda do apetite podem surgir
- Outras manifestações são gastrite, úlcera e diarréia

- Manifestações emocionais

- Ansiedade, tristeza, nervosismo, depressão, fadiga mental
- Irritabilidade e incapacidade para relaxar
- Dificuldade para tomar decisões e esquecimentos freqüentes
- Dor no peito, boca seca, palpitações, mãos frias e tremores
- Elevação da pressão arterial e outras conseqüências cardiovasculares

- Distúrbio do sono.

- A maior parte dos pacientes acorda com a sensação de não ter dormido à noite
- Em alguns casos ocorre a insônia, em outros a sonolência excessiva
- O fato de dormir mal à noite acarreta sonolência diurna
- O sono superficial acarreta decréscimo da produtividade e alteração da memória

- Outros aspectos a serem considerados.

- Aumento no uso de álcool e medicações
- Aumento no número de acidentes frutos da desatenção
- A queda da imunidade favorecendo a instalação de uma série de doenças

Como lidar com o estresse

O controle do estresse na fibromialgia melhora as manifestações de dor e dos distúrbios do sono, na medida em que diminui o tônus muscular do alerta prolongado, reduz a freqüência cardíaca, a pressão arterial e poupa o desgaste emocional, reduzindo a fadiga.

Algumas opções para desenvolver mecanismos protetores contra as situações estressantes são:

- Ter um animal de estimação
- Dedicar-se a um esporte
- Tocar um instrumento musical - Cultivar o lado espiritual e o social
- Interromper as atividades por uns trinta minutos quando se sentir angustiado e executar uma atividade prazerosa, como ouvir música ou fazer um ritual de relaxamento
- Interromper situações de potencial agressividade, antes que estas se auto-potencializem.

Como evitar o estresse

- Estabeleça metas realistas e tente cumpri-las.

Nada de se sobrecarregar ou superestimar as próprias capacidades
Inclua nas suas metas a atividade física e uma rotina saudável

- Listar as metas de acordo com a prioridade.

Deixe para amanhã o que não se necessita fazer hoje
Questione sempre a necessidade ou utilidade de suas atribuições

Considere prioritário o que lhe dá qualidade e sentido à vida

- Não perca tempo.

Evite perder muito tempo no trânsito
Tente otimizar suas atividades, não se prendendo em detalhes

- Evite sobrecarregar-se.

Antes de aceitar alguma coisa, considere o quanto de trabalho vai dar
Aprenda a dizer não sem sentir culpa

- Nutra pensamentos positivos.

Evite situações nas quais predominam aspectos negativos, angústia ou muita cobrança
Mude a forma de ver as coisas, buscando sempre um valor ou aspecto positivo
Freqüente ambientes que estão de acordo com os seus valores

Técnica de Relaxamento Progressivo

- Assuma uma posição bem confortável, procurando respirar usando só a musculatura abdominal. Feche seus olhos gentilmente.

- Começando o exercício feche sua mão esquerda como se fosse dar um soco, aperte o máximo possível, procure ficar atento para a sensação de tensão procurando memorizá-la. Agora relaxe, deixe a mão confortavelmente apoiada na superfície em que está. Respire calmo(a) e tranqüilo(a), procurando perceber a diferença entre as duas sensações, a da contração e a do relaxamento. Repita este movimento.

- Agora, dobre o pulso esquerdo para cima, elevando a palma da mão, sem movimentar o braço, sinta a contração e procure memorizar esta sensação. Relaxe, deixe a mão apoiada na superfície em que está, procurando comparar e discernir a diferença entre as duas sensações. Respire calmo(a) e tranqüilo(a), use somente a musculatura abdominal. Repita.

- Dobre o pulso para baixo tentando alcançar com os dedos o braço. Contraia o máximo possível. Sinta a contração e em seguida relaxe comparando as duas sensações. Respire tranqüilamente. Repita.

- Dobre o cotovelo, sinta a contração nesta musculatura, memorize-a. Agora, relaxe, acomode o braço confortavelmente, procure senti-la como se não conseguisse movimentar. Respire calmamente, use somente a musculatura abdominal. Repita.

- Repita os mesmos movimentos com o braço direito.

- Agora, concentre sua atenção na sua perna esquerda. Estique o seu pé o máximo possível, levando a ponta do pé o mais distante do seu corpo. Sinta a contração, memorize esta sensação. Agora, solte, relaxe. Compare as duas sensações. Respire tranqüilamente, use apenas a musculatura abdominal. Repita.

- Dobre o pé, trazendo a ponta do pé em direção ao seu corpo. Contraia mais e mais, sinta a contração. Relaxe, compare essas sensações, procure memorizar a diferença entre elas. Respire calma e tranqüilamente. Repita.

- Eleve um pouco a coxa, a perna e o pé. Contraia essa musculatura para a manter elevada, preste atenção na contração. Agora, relaxe, apóie a coxa, a perna e o pé confortavelmente na superfície. Sinta toda a sua musculatura mais e mais relaxada, dando a impressão de não poder mover. Respire pausadamente. Use somente a musculatura abdominal, Repita.

- Repita os mesmos movimentos para a perna direita.

- Agora, contraia ambos os ombros, elevando-os como se fosse encostá-los na ponta das orelhas. Contraia, mais e mais. Relaxe, deixe os ombros apoiados de maneira confortável, sinta a diferença entre a sensação da contração e a do relaxamento. Respire tranqüilamente. Repita.

- Eleve a cabeça como se fosse alcançar com o queixo o peito. Sinta a contração, procure memorizar esta sensação. Agora, solte, relaxe, deixe a cabeça apoiada de forma bem confortável. Compare as duas sensações tentando memorizar a diferença entre elas. Respire pausadamente. Repita.

- Franza a testa e os olhos. Aperte, preste atenção nesta sensação. Agora, solte, relaxe sinta o rosto pesado, os olhos fechados gentilmente.

- Memorize as duas sensações. Respire somente com a musculatura abdominal. Repita.

- Aperte os dentes, os de baixo de encontro com os de cima. Sinta a tensão, e agora compare com a do relaxamento, soltando o seu rosto mais e mais. Respire calmamente. Repita.

- Nos próximos minutos, mantenha o seu corpo todo relaxado, confortavelmente apoiado na superfície em que está, respirando tranqüilamente, use apenas a musculatura abdominal,
deixando o ar entrar e sair gentilmente. Finalizando o exercício, espreguice e abra os seus olhos.


Fonte: http://www.fibromialgia.com.br/novosite/index.php?modulo=pacientes_artigos&id_mat=10&id_mat_mat=12




segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Fibromialgia: Portal EcoDebate


Fibromialgia: abordagem holística, artigo de Frederico Lobo

Publicado em setembro 5, 2011 por HC
Tags: saúde
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[Liga da Saúde] Semanalmente atendo pacientes com diagnóstico de Fibromialgia. Alguns o diagnóstico foi dado por reumatologista, outros alegam que apenas que um clínico postulou o diagnóstico. Alguns concordam com o diagnóstico, outros já dizem: “Doutor, parece que o que a medicina não sabe o que é, chamam de fibromialgia, na época da minha mãe não existia essa doença…”.
Como filho de um reumatologista, cresci ouvindo essa palavra: Fibromialgia. Sempre pensei que fosse um “bicho de 7 cabeças” já que via meu pai relatando os fracassos em decorrência das poucas opções terapêuticas na reumatologia.
Mas afinal, o que é a Fibromialgia? Seria uma nova doença ou algo antigo mas que antes não era diagnosticado? Seria uma doença ambiental ? Existe tratamento ? Todos os pacientes com fibromialgia são iguais? Todos experimentam a fibromialgia da mesma maneira ? O tratamento é padronizado?
Conceito
A fibromialgia, chamada também de “doença em que tudo irrita”, fibrosite, fibromiosite, síndrome da dor miofascial carateriza-se principalmente por dores do tipo migratória (que “andam”) que não comprometem as articulações e sim as fibras musculares. Podendo estar associada ou não a outros sintomas.
Epidemiologia
É uma patologia músculo-esquelética de tecidos moles, que predomina no sexo feminino (assim como as outras denominadas Mitocrondriopatias), na razão de 5 mulheres para cada homem. A característica básica das mitocrondriopatias é determinada pelo predomínio de DNA mitocondrial, de propriedade exclusivamente feminina, uma vez que o DNA mitocondrial é embutido no colo do espermatozóide e este é desprezado no momento da fecundação.
Acredita-se que 1 a 12% da população seja atingida, havendo uma íntima relação com a síndrome de fadiga crônica. Não há inclinação aparentemente étnica.
Apesar de mulheres de meia idade (30 aos 50) serem mais afetadas, a fibromialgia pode ser vista segundo os especialistas em homens, crianças e idosos.
Encontra-se uma história familiar em 30% dos casos, o que sugere um componente genético.
Não é uma doença nova, mas o interesse sobre a doença tem aumentado e sua incidência também (agrotóxicos, poluição eletromagnética, estresse excessivo, intoxicação por contaminantes ambientais, piora do padrão alimentar).
Só foi aceita como patologia pela Organização mundial de saúde (OMS) em 1992 e na atualidade consiste em um dos diagnósticos mais comuns feito pelos reumatologistas.
Características clínicas
O início dos sintomas pode ser abrupto ou gradual, começando na infância em 28% dos pacientes. Vários fatores podem anteceder o início dos sintomas e geralmente muitas pacientes correlacionam com fatores emocionais (alterações profundas na vida, do tipo: pós separação ou morte de um filho, situação que geram um grande estresse emocional). Entre outros fatores temos:
  • Traumatismo ou ferimento
  • Lesão por esforço repetitivo
  • Estresse físico
  • Exposição a substâncias tóxicas
  • Doenças infecciosas
  • Cirurgias
  • Desenvolvimento de uma outra desordem tal como Lúpus ou Artrite reumatóide

O que tenho percebido na anamnese é que cada paciente abre o quadro com uma sintomatologia. Na maioria das vezes começa com um ponto de dor focal que vai se generalizando, junto a um evento desencadeador, que leva ao desenvolvimento da Fibromialgia, sendo que esse evento pode ser considerado como causador ou catalizador (acelerador) da doença.
A dor varia de intensidade de acordo com o paciente e geralmente é descrita como uma ardência, queimação, picada, latejamento, pontada muscular profunda, pior de manhã, podendo ou não ser associada uma rigidez (o que faz muitos médicos confundirem com artrite reumatóide). Mas essa rigidez não tem comprometimento inflamatório das articulações.
Os pontos principais de dor estão descritos na imagem a seguir. Como o diagnóstico é clínico, a paciente deve apresentar dor difusa ou localizada em 11 dos 18 pontos.
Fibromialgia: abordagem holística, artigo de Frederico Lobo
Associado às dores a paciente pode apresentar:
  1. Alterações emocionais: ansiedade, humor deprimido, labilidade emocional, Irritabilidade, Preocupação constante, Perfeccionismo e exigência excessiva, Incapacidade de dizer não, Sensação de se sentir leal, fiel, Culpa excessiva, Baixa auto-estima, Tendência a isolamento e desinteresse pelo sexo,
  2. Alterações cognitivas: Dificuldade de concentração, entorpecimento mental, falhas na memória,
  3. Alterações do sono: insônia, sono não-reparador e/ou outra alteração do sono,
  4. Fadiga crônica
  5. Sinais e sintomas físicos: Rigidez nas articulações ao acordar mas sem alteração (sinais inflamatórios como dor, vermelhidão, calor ou inchaço das mesmas); Espasmos musculares; Palpitações; Dormências em regiões de face, língua e outras partes,
  6. Alterações no trato digestivo: diarréia, constipação, Síndrome do intestino irritável
  7. Tensão pré-menstrual
  8. Frio ou calor cedo
  9. Tonteira
  10. Dor de cabeça (cafeléia)
Como relatei acima, cada paciente é única e portanto a abordagem deve ser individualizada. É interessante que existem aquelas pacientes com o quadro clássico de fibromialgia, mas algumas negam sintomas ligados ao sono, outras negam as alterações emocionais e muitas vezes correlacionam uma possível ansiedade ou depressão como conseqüência do quadro de dor. Um fato interessante é a associação Hipotireoidismo com Fibromialgia.
Por que dói ?
Não existe fibromialgia sem dor, como o próprio nome diz. A doença atinge principalmente os músculos, porém não existem características inflamatórias e nem processos degenerativos nas biópsias de tecido muscular afetado.
Médicos termografias, além que na Termografia (uma nova modalidade de exame) pode ser visualizada uma alteração na temperatura local (hipertermia generalizada em todo o tronco), principalmente nos pontos afetados.
Fibromialgia: abordagem holística, artigo de Frederico Lobo - Termografia
O fator mais importante, definido até o momento (e o tratamento comprova isso) está vinculado à diminuição na produção de energia (ATP – trifosfato de adenosina) da musculatura afetada, em decorrência de mudanças químicas, morfológicas e neurofisiológicas.
A hipóxia (baixa oferta de oxigênio ao tecido) é uma das explicações mais plausíveis para a dor. Decorre de uma diminuição da produção de ATP e sem dúvida alguma, os fatores que comprometem a atividade mitocondrial são de extrema importância, já que essa organela celular está intimamente relacionada à produção de ATP.
Alguns autores postulam que a elevação de alguns hormônios ou decréscimo de algumas substâncias aumentam a sensibilidade a dor, como por exemplo:
  • Aumento de um hormônio chamado Somatomedina C, no líquido cefalorraquidiano: interrompe o sono e aumenta a sensibilidade à dor.
  • Aumento do Fator de Crescimento neural, que age sinalizando a produção de uma substância denominada Substância P, além de outras proteínas, promovendo a dor.
  • Hiperativação de receptores cerebrais chamados de N-metil-D-aspartato, que supostamente são amplificadores da dor.
  • Queda do hormônio do Crescimento (GH), este é liberado principalmente durante o estágio 4 do sono, como a paciente tende a ter alterações no sono, tal hormônio não é liberado de forma eficaz e com isso aumenta-se a sensibilidade à dor.
  • Deficiência de triptofano, um aminoácido que dará origem a um neurotransmissor (Serotonina) quem tem relação com humor, sono profundo (pois formará melatonina), bem-estar e percepção da dor.
  • Aumento de um neurotransmissor ligado ao humor e à dor (norepinefrina).
  • Outras alterações endócrinas encontradas: Hipotireoidismo; Níveis anormais de estrógenos e progesterona, Baixos níveis de cortisol, DHEA, Oxitocina.
Mas o que poderia estar alterando a mitocôndria ?
Inúmeras são as causas que levam às mitocondriopatias, dentre elas:
  1. Intoxicação por Alumínio, sendo a principal fonte: utensílios de cozinha (panelas, talheres) e desodorantes com Cloridrato de Alumínio. Sabe-se que o Alumínio diminui as concentrações de Magnésio, um mineral importante na produção de ATP. O Alumínio age inibindo uma via metabólica chamada Glicólise que é essencial para a formação da matéria prima para o ATP, além de inibir a Fosforilação oxidativa (o que acarreta a diminuição do ATP na mitocôndria). Portanto é mandatório que toda paciente com diagnóstico de fibromialgia seja investigada através de mineralograma, a fim de se encontrar possível elevação dos níveis de alumínio.
  2. Deficiência de Manganês, que é um oligoelemento que forma uma enzima mitocondrial com importante ação antioxidante: SOD – superóxido dismutase mitocondrial. Mais uma vez, torna-se mandatória a solicitação de um mineralograma, visto que os níveis sanguíneos de Manganês não refletem a realidade nos tecidos.
  3. Deficiência de Magnésio, um mineral essencial para a produção de Energia.
  4. Deficiência de Tiamina (Vitamina B1) e Riboflavina (Vitamina B2), pois tais vitaminas interferem na cadeia respiratória de produção de energia, o que pode gerar sintomas vagos que apresentam os quadros clássicos de fibromialgia.
  5. Deficiência de Coenzima Q10, NADH, L-carnitina, Ácido alfa-lipóico e Vitamina K já que todas essas substâncias são essenciais para a cadeia respiratória mitocondrial.
Tratamento
Alguns autores afirmam que as mitocondriopatias são incuráveis (até o momento) e a ortomolecular concorda com tal afirmação. Geralmente temos bons resultados por agirmos na causa, portanto basicamente:
  • Controle da dor com Metilsulfonilmetano e modulação de neurotransmissores ligados à dor: Fenilalanina, Norepinefrina, Serotonina,
  • “Ressucitamos” as mitocôndrias desses pacientes com uso de coenzimas mitocondriais: Ubiquinol, L-Carnitina (principalmente Intramuscular), Ácido alfa-lipóico, Niacina, Riboflavina, Vitamina D
  • Melhoramos o humor com a modulação dos neurotransmissores, em especial serotonina e norepinefrina,
  • Restauramos o sono através do uso de substâncias que facilitarão a formação de melatonina, além da própria melatonina,
  • Treinamento físico: condicionamento muscular com massagens e prática de exercícios aeróbicos,
  • Acupuntura sistêmica e/ou auriculoterapia,
  • Suporte nutricional: Alimentação 100% orgânica se possível, já que agrotóxicos são altamente deletérios pra função mitocondrial, Retirada de alérgenos alimentares, Dieta antiinflamatória e pró-serotonina, Suplementação de Ácido málico, Magnésio, Triptofano, Ácido fólico.
  • Repouso,
  • Técnicas de relaxamento: meditação transcendental
  • Mudança em alguns hábitos de vida: boa ingestão de água, boa ingestão de fibras, controle do estresse, correção de posturas e mecânica corporais
A acupuntura como terapia isolada


Bem, o tema é controverso. Nas últimas pesquisas que realizei na maior base de dados de medicina (http://www.pubmed.com/), encontrei artigos com diferentes conclusões.  A maioria dos artigos elaborado por pesquisadores chineses afirmam que a acupuntura pode e deve ser utilizada para o tratamento da fibromialgia. Alguns estudos publicados nas revistas de reumatologia  também concordam com alguns estudos chineses.
Entretanto a grande maioria das revistas renomadas de reumatologia afirmam que por não existirem ensaios clínicos rigorosos mostrando a eficácia da Acupuntura na Fibromialgia, a mesma não deve ser recomendada como modalidade terapêutica.
Quando fazia o estágio da especialização só podíamos utilizar acupuntura no tratamento das pacientes. Mesmo sendo médico e com conhecido acerca do tratamento da fibromialgia, não podia prescrever medicação. Era muito comum atendermos pacientes portadoras de fibromialgia e muitas delas faziam acupuntura a longa data, melhoravam e retornavam pro ambulatório.
Cada paciente tem uma resposta individual ao tratamento com acupuntura quando se trata de fibromialgia. Algumas pacientes relatam melhora de todos os sintomas, outras relatam apenas melhora do sono e já outras relatam apenas melhora das dores.
Na prática não utilizo a acupuntura de forma isolada, pois percebo que o efeito analgésico da acupuntura não é tão duradouro, e sim temporário. Isso acaba levando à uma decepção com a terapia. Portanto oriento que as aplicações sejam periódicas. Além disso muitas pacientes procuram a acupuntura achando que todos os sintomas serão solucionados, o que nem sempre é verdade.
Embora alguns autores preconizem que a acupuntura melhora o bem estar e o sono dos pacientes portadores de Fibromialgia, acredito que seu papel principal é no manejo da dor. Dores localizadas tendem a responder mais do que a dor generalizada e a técnica funciona melhor quando o paciente apresenta uma área mais específica de dor, em um determinado grupo muscular.
Bibliografia
  1. BERNE, Katrima. Síndrome de Fadiga crônica, Fibromialgia e outras doenças invisíveis. Rio de Janeiro, Qualitymark: 2007.
  2. CARVALHO, Paulo Roberto. Medicina Ortomolecular: Um guia completo dos nutrientes e suas propriedades terapêuticas. 4ªEd. Rio de Janeiro, Nova Era: 2006.
  3. FAVIERE, Maria Inês. Nutrição na Visão da Prática Ortomolecular. Rio de Janeiro, Ícone: 2009.
  4. HAMMERLY, Milton. Fibromialgia: uma abordagem integrativa. São Paulo, Gaya. 2006
  5. LEMOS, Artur. Prevenção e controle das doenlas pela Medicina Ortomolecular. Rio de Janeiro, 2006.
  6. OLSZEWER, Efraim. Clínica ortomolecular. 2ª ed. São Paulo, Roca: 2008.
Dr. Frederico Lobo
Artigo originalmente publicad pelo Autor no blogue Liga da Saúde (A Liga é formada por seis profissionais da área da saúde entre eles Médicos e Nutricionistas)
EcoDebate, 05/09/2011
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