Seja Bem Vindo ao Universo do Fibromiálgico

A Abrafibro - Assoc Bras dos Fibromiálgicos traz para você, seus familiares, amigos, simpatizantes e estudantes uma vasta lista de assuntos, todos voltados à Fibromialgia e aos Fibromiálgicos.
A educação sobre a Fibromialgia é parte integrante do tratamento multidisciplinar e interdisciplinar ao paciente. Mas deve se estender aos familiares e amigos.
Conhecendo e desmistificando a Fibromialgia, todos deixarão de lado preconceitos, conceitos errôneos, para darem lugar a ações mais assertivas em diversos aspectos, como:
tratamento, mudança de hábitos, a compreensão de seu próprio corpo. Isso permitirá o gerenciamento dos sintomas, para que não se tornem de difícil do controle.
A Fibromialgia é uma síndrome, é real e uma incógnita para a medicina.
Pelo complexo fato de ser uma síndrome, que engloba uma série de sintomas e outras doenças - comorbidades - dificulta e muito os estudos e o próprio avanço das pesquisas.
Porém, cientistas do mundo inteiro se dedicam ao seu estudo, para melhorar a qualidade de vida daqueles por ela atingidos.
Existem diversos níveis de comprometimento dentro da própria doença. Alguns pacientes são mais refratários que outros, ou seja, seu organismo não reage da mesma forma que a maioria aos tratamentos convencionais.
Sim, atualmente compreendem que a síndrome é "na cabeça", e não "da cabeça". Esta conclusão foi detalhada em exames de imagens, Ressonância Magnética Funcional, que é capaz de mostrar as zonas ativadas do cérebro do paciente fibromiálgico quando estimulado à dor. É muito maior o campo ativado, em comparação ao mesmo estímulo dado a um paciente que não é fibromiálgico. Seu campo é muito menor.
Assim, o estímulo dispara zonas muito maiores no cérebro, é capaz de gerar sensações ainda mais potencialmente dolorosas, entre outros sintomas (vide imagem no alto da página).
Por que isso acontece? Como isso acontece? Como definir a causa? Como interromper este efeito? Como lidar com estes estranhos sintomas? Por que na tenra infância ou adolescência isso pode acontecer? Por que a grande maioria dos fibromiálgicos são mulheres? Por que só uma minoria de homens desenvolvem a síndrome?
Estas e tantas outras questões ainda não possuem respostas. Os tratamentos atuais englobam antidepressivos, potentes analgésicos, fisioterapia, psicoterapia, psiquiatria, e essencialmente (exceto com proibição por ordem médica) a Atividade Física.
Esta é a parte que têm menor adesão pelos pacientes.
É dolorosa no início, é desconfortante, é preciso muito empenho, é preciso acreditar que a fase aguda da dor vai passar, trazendo alívio. Todo paciente precisa de orientação médica e/ou do profissional, que no caso é o Educador Físico. Eles poderão determinar tempo de atividade diária, o que melhor se adequa a sua condição, corrige erros comuns durante a atividade, e não deixar que o paciente force além de seu próprio limite... Tudo é comandado de forma progressiva. Mas é preciso empenho, determinação e adesão.

TRADUTOR

quinta-feira, 31 de maio de 2012

PARA QUEM TEM DOR DE CABEÇA CRÔNICA


NOTÍCIA IM POR TAN TE !!!!!!!
PARA QUEM TEM DOR DE CABEÇA CRÔNICA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

31/05/2012 às 07h48min - Atualizada em 31/05/2012 às 07h48min

Mutirão atenderá pacientes com dor de cabeça crônica em 11 Estados

As pessoas que sofrem com dor de cabeça crônica podem fazer uma consulta neurológica gratuita, com especialistas, neste fim de semana (1º e 2 de junho).

Organizado pela Sociedade Brasileira de Cefaleia, o mutirão será realizado em 11 Estados. No ano passado, em um único dia 150 foram atendidos em Fortaleza e outras 200 agendaram consultas posteriores.

O objetivo do mutirão é garantir atendimento aos portadores da doença, que muitas vezes ficam fora do prestado pelo sistema de saúde pública.

Recomenda-se agendar antecipadamente o horário. Veja os locais:

DIA 1º DE JUNHO

SÃO PAULO/SP
Data: 1/6, das 9h às 16h30
Local: Hospital São Paulo Unifesp, Setor de Cefaleia
Endereço: R. Napoleão de Barros, 771, térreo, balcão 5 da Neurologia
Agendamento: tel. (11) 5084-6339 , com Vanessa, entre 10h e 18h

BELO HORIZONTE/MG
Data: 1/6, início às 13h
Local: Unifenas BH
Endereço: R. Libano, 66
Agendamento: tel. (31) 3201-4577

DIA 2 DE JUNHO

SÃO PAULO
Data: 2/6, das 9h às 17h
Local: Clínica de Cefaleia e Neurologia Endereço: A. Eusébio Matoso, 366
Agendamento: tel. (11) 3812-1267

RIBEIRÃO PRETO/SP
Data: 2/6, início às 8h
Local: Ambulatório da Santa Casa
Endereço: R. Goias, 635 esquina com a R. São Paulo
Agendamento: tel. (16) 3979-3575

SALVADOR/BA
Data: 2/6, das 9h às 17h
Local: Instituto do Cérebro
Endereço: R. Deocleciano Barreto, 10
Sem necessidade de agendamento
Informações: tel. (71) 4009-8888

VALENÇA/BA
Data: 2/6, das 9h às 13h
Local: Centro comunitário Rosas Vermelhas
Endereço: R. Dalmo Dias, s/n

FORTALEZA/CE
Data: 2/6, das 8h às 17h
Local: Hospital Geral de Fortaleza
Endereço: R. Avila Goulart, 900, 1º andar, Ilha da Neurologia
Atendimento: Serão atendidos os primeiros cem pacientes portando uma solicitação de consulta por cefaleia de um posto de saúde e o documento de identidade com foto

VITÓRIA/ES
Data: 2/6, das 13h às 17h
Local: Emescam
Endereço: Av. Nossa Senhora da Penha, 2190
Atendimento: Os interessados deverão comparecer com carta de encaminhamento do Posto de Saúde, com identificação legível do médico solicitante, para onde e para quem serão reencaminhados com formulário preenchido e proposta de conduta.
Os interessados não precisam agendar.

BARBACENA/MG
Data: 2/6, das 8h às 17h
Local: Hospital Escola
Endereço: R. José Francisco Paes, 320

CAMPINA GRANDE/PB
Data: 2/6, das 8h às 17h
Local: Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande
Endereço: Av. Senador Argemiro de Figueiredo, 1901
Informações: tel. (83) 2101-8885

RECIFE/PE
Data: 2/6, das 8h às 12h
Local: Hospital Oswaldo Cruz (Santo Amaro)
Endereço: R. Arnóbio Marques, 310, dentro do campo da Universidade Federal de Pernambuco
Agendamento: tel. (81) 3184-1239 ou
(81) 3184-1318

TERESÓPOLIS/RJ
Data: 2/6, das 8h às 14h
Local: Clínica Dr. Hélio Pancotti Barreiros
Endereço: R. Francisco Sá, 336 sala 402
Agendamento: tel. (21) 2742-2996

CURITIBA/PR
Data: 2/6, das 8h às 12h
Local: Centro de Especialidades Santa Felicidade
Enderereço: Av. Toaldo Tulio, 2500
Agendamento: tel. (41) 3370-1575

FONTE: http://www.jornalfloripa.com.br/brasil/index1.php?pg=verjornalfloripa&id=21865

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Exercício físico melhora qualidade de vida em mulher com fibromialgia



Agência USP
Estudo realizado no Hospital das Clínicas (HC) da USP comprova a elevação da qualidade de vida em mulheres portadoras de fibromialgia submetidas a um programa de condicionamento físico. A pesquisa, realizada pela médica cardiologista da DMR, Lívia Maria dos Santos Sabbag, foi premiada no 4º Congresso Mundial da Sociedade Mundial de Medicina Física e Reabilitação, realizado na Coréia do Sul.
Piora um pouco, depois melhora
"Há piora da dor nos três primeiros meses, mas após esse período a recuperação é significativa, com melhora da capacidade funcional e da qualidade de vida", destaca Lívia. "Já se sabia que o condicionamento físico é benéfico, mas não havia um estudo predeterminando como deveria ser, freqüência, intensidade, duração dos treinos e a partir de quando o benefício seria notado". Com a pesquisa, confirmaram-se os benefícios e padronizou-se um protocolo de treino.
Dolorimetria
As pacientes tinham em média 46 anos de idade, e durante o programa não tomaram nenhuma espécie de medicamento. No início do condicionamento físico, e a cada três meses, as mulheres foram submetidas a teste de esforço cardiopulmonar, avaliação da dor pela escala analógica visual e por dolorimetria (aparelho que mede a intensidade da dor), além da avaliação da qualidade de vida. A qualidade de vida foi avaliada pelo questionário técnico SF-36, analisando a vitalidade, dor, aspectos sociais e físicos.
Esforço cardiopulmonar
O condicionamento foi realizado na DMR, durante um ano, três vezes por semana, por uma hora. Os exercícios, supervisionados pelo educador físico, foram predominantemente aeróbios e a intensidade foi determinada pelo teste de esforço cardiopulmonar. Foram avaliadas, inicialmente, 25 pacientes, mas ao final, permaneceram 18, em função do aumento da dor no período inicial. As demais prosseguiram e tiveram melhora.
Tratamento de fibromialgia
Com o estudo, a DMR adotou, para o tratamento de fibromialgia, o procedimento de prescrição de medicamento associado à acupuntura e psicoterapia, no período inicial de exercícios monitorados, para que o paciente possa suportar a dor decorrente do esforço físico e perseverar no programa.
Prêmio internacional
A pesquisa Efeitos de um programa de condicionamento físico supervisionado sobre a capacidade funcional, dor e qualidade de vida de indivíduos com fibromialgia recebeu distinção, com o certificado "Best Poster", no 4º Congresso Mundial da Sociedade Internacional de Medicina Física e Reabilitação, ocorrido de 10 a 14 de junho, em Seoul, na Coréia. O trabalho faz parte da tese de doutorado de Lívia Maria dos Santos Sabbag, orientada pelo professor Carlos Alberto Pastore, do Instituto do Coração (Incor).
O estudo contou com a participação dos médicos Paulo Yazbek Jr e Margarida Harumi Miyazaki, da DMR, Helena Hideko Seguchi Kaziyama, do Ambulatório de Dor do Instituto de Traumatologia e Ortopedia (IOT) e do Instituto de Neurologia do HC, e do educador físico Adilson Gonçalves, da DMR. A apresentação do trabalho na Coréia foi feita por Linamara Rizzo Battistella, diretora excutiva da DMR, que também participou da pesquisa.

Exercício físico melhora qualidade de vida em mulher com fibromialgia

terça-feira, 29 de maio de 2012

TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO NA FIBROMIALGIA


Os pacientes com fibromialgia devem ser orientados a realizarem exercícios musculoesqueléticos pelo menos duas vezes por semana (grau de recomendação B). Programas individualizados de exercícios aeróbicos podem ser benéficos para alguns pacientes (grau de recomendação C, nível de evidência IIb), que devem ser orientados a realizar exercícios moderadamente intensos (60%-75% da frequência cardíaca máxima ajustada para a idade [210 menos a idade do paciente]) duas a três vezes por semana (grau de recomendação A), atinga aeróbicos indo o ponto de resistência leve, não o ponto de dor, evitando, dessa forma, a dor induzida pelo exercício.

O programa de exercícios deve ter início em um nível logo abaixo da capacidade aeróbica do paciente e progredir em frequência, duração ou intensidade assim que seu nível de condicionamento e força aumentar. A progressão dos exercícios deve ser lenta e gradual (grau de recomendação D) e se deve, sempre, encorajar os pacientes a dar continuidade para manter os ganhos induzidos pelos exercícios (grau de recomendação B). Programas individualizados de alongamento (grau de recomendação D) (Grupo I SBR) ou de fortalecimento muscular também podem ser benéficos para alguns pacientes com fibromialgia (grau de recomendação C, nível de evidência IIb). Outras terapias, como reabilitação e fisioterapia ou relaxamento, podem ser utilizadas no tratamento da fibromialgia, dependendo das necessidades de cada paciente (grau de recomendação C, nível de evidência IIb).

“Todas as pessoas precisam fazer alguma forma de exercícios para manter um condicionamento físico com as atividades que exerce. Na fibromialgia os exercícios são particularmente úteis. No entanto os pacientes com fibromialgia ficam desencorajados de fazer alguma atividade física, poupando os movimentos nos locais dolorosos, por temerem um agravamento de seus sintomas. Esse raciocínio é completamente errôneo, pois por meio dos exercícios físicos pode-se promover um relaxamento nos locais de dor, bem como, a melhora dos sintomas e da qualidade de vida.

Os exercícios físicos na fibromialgia além de promover um condicionamento cardiovascular, atuam sobre o sistema musculoesquelético, ou seja, favorecem a mobilidade dos grupos musculares que se encontram em contração prolongada, promovem o alongamento de tendões, melhoram o equilíbrio durante a marcha, enfim, fazem a pessoa se sentir melhor e mais saudável.”1

A terapia cognitivo-comportamental é benéfica para alguns pacientes com fibromialgia (grau de recomendação D, nível de evidência IV). O suporte psicoterápico também pode ser utilizado no tratamento da fibromialgia, dependendo das necessidades de cada paciente (grau de recomendação C, nível de evidência IIb).

Houve consenso em não recomendar a hipnoterapia, o biofeedback, a manipulação quiroprática e a massagem terapêutica para o alívio da dor na fibromialgia (grau de recomendação B).

Outras terapias, como pilates, RPG (reeducação postural global) e o tratamento homeopático, não foram recomendadas para o tratamento da fibromialgia (grau de recomendação D) (Grupo I SBR).

Não existem evidências científicas de que terapias alternativas, como chás, terapias ortomoleculares, cristais, cromoterapia e florais de Bach, entre outros, sejam eficazes (grau de recomendação D) (Grupo I SBR). Não há, também, evidências científicas de que infiltrações de pontos dolorosos da fibromialgia sejam eficazes (grau de recomendação D) (Grupo I SBR).

Fonte: http://www.scielo.br/pdf/rbr/v50n1/v50n1a06.pdf - Consenso Brasileiro do Tratamento da Fibromialgia

1 - www.unifesp.br/grupos/.../Fibromialgia.e.Exercicios.diagnisticos.doc

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Quer explicar a alguém o que é Fibromialgia? Vídeo do Dr. Eduardo Paiva explica!

Se você já navegou pela internet, buscando informações sobre a Síndrome de Fibromialgia, deve ter chegado ao site www.fibromialgia.com.br . Certo?

Neste site você encontra muita coisa sobre nossa síndrome.
A maioria de suas matérias são escritas pelo reumatologista Dr. Eduardo Paiva, que trabalha no Hospital de Clínicas de Curitiba - da Universidade Federal do Paraná. Ele é considerado um dos papas em Fibromialgia. Suas matérias tiram o paciente, recém diagnosticado, da obscuridade de não conhecer sua doença.

No link abaixo você vai assistir a entrevista dada pelo Dr. Eduardo Paiva e a fisioterapeuta Dra. Samara Maria B. Rocha, que também trabalha no Hospital de Clínicas de Curitiba, falando sobre a Síndrome de Fibromialgia.

Quer oportunidade melhor que essa para compreender um pouco mais sobre essa síndrome!

Então assista a entrevista! Aproveite e chame sua família para assistir com você.
Ela tem duração de 40 minutos.
Está em uma linguagem muito simples, própria para pacientes e leigos.

Aproveite! Assim todos passaram a conhecer um pouco mais sobre nossa Síndrome.
E deixaram de lado alguns estigmas, alguns mitos, saberão de algumas verdades... será uma excelente aula sobre esse assunto!

A entrevista foi ao canal da UFPR para o Programa Plural - no dia 18.05.2012.

Nós da ABRAFIBRO queremos agradecer à nossa amiga Viviane Feltrin G. Pazzotti por nos informar sobre a existência desse vídeo.

Valeu Vivi!

Então, estão acomodados?

Bora entender um pouco mais sobre essa tal de "Síndrome de Fibromialgia"...

click na foto e você será automaticamente direcionado para

Pronto!


Janela Aberta - Por Ceiça Sousa - mãe, dona de casa e fibromiálgica)

Embora existam dores, cansaço, decepções, tristezas, etc..
Não podemos desanimar...
Boa tarde à todos!


Janela aberta

Levante a sua cabeça.
Olhe-se além do que reflete seu espelho...
Você é muito mais do que simples aparência.
Exercite os pensamentos positivos e acredite neles.
Faça valer a força que vem de seu interior.
Abra a janela de sua alma.
Faça valer tudo o que há de melhor em você.
Lembre-se de que há momentos na vida em que as únicas coisas que nos SALVAM são: a determinação e o amor próprio... E os dois precisam caminhar juntos.
Chega um tempo em que é crucial nos esquecermos do mundo e primordial lembrarmos a nós mesmos que “existimos”.
E embora, em algum momento a única e disponível opção seja o adiamento dos sonhos, nuca deixe que eles morram ou que de alguma maneira sejam ceifados.
Nada e ninguém têm o direito de roubar os seus sonhos...
Não permita que se perca o sorriso... Não meça esforços para transformá-los em antídoto contra os males e proteção de sua aura...
Isto pode fazer muita diferença em seu caminhar.
Não tenha medo de mostrar o seu Brilho.
Encare a vida como sendo o melhor Presente que poderia ter recebido e suas dificuldades como a mais correta forma de conjugar os verbos: Aprender, Superar e Crescer.
Assim, deixe transparecer toda essência de vida que DEUS lhe concedeu... O quanto, apesar das dores tantas vezes insuportáveis e desanimadoras, ainda traz em si o amor que transborda e contagia.
Revista-se de coragem.
Pondere sobre suas verdades e seu querer e não se esconda por detrás dos seus limites e sim os imponha com respeito e ao respeito.
E o faça antes de tudo por você.
Seja egoísta se for necessário, muitas vezes não nos resta ou não nos deixam outra saída.
Siga em frente e não fuja a luta. Lute, no entanto com dignidade. Alimente sua mente e seu coração com tranquilidade, paciência e sabedoria, entendendo que estas podem ser as aliadas mais poderosas dos grandes vencedores.
Não hesite em buscar a sua felicidade.
Você merece!

(Ceiça Sousa)


quarta-feira, 23 de maio de 2012

Como dar apoio a alguém com Depressão?


Se um amigo, um familiar ou seu parceiro está a sofrer com a depressão, você pode sentir-se confuso e frustrado na forma de lidar com essa pessoa. Eventualmente, por vezes você sente-se também afetado pelo fato de perceber que o seu apoio não está a ter os resultados pretendidos. Instala-se uma sensação como se estivesse pisando em ovos, porque você fica com receio de piorar ainda mais a situação. A probabilidade de você sentir-se perdido é enorme, sem saber que postura adotar. Talvez você já tenha passado pela experiência de dar algum conselho que não foi bem aceite.
depressão é uma perturbação do humor muito insidiosa, que pouco a pouco pode conduzir a pessoa a afastar-se das coisas e das pessoas que mais gosta. E isso pode fazer com que você fique confuso, sem saber como ajudar. Mas, se você quer mesmo ajudar, o seu apoio pode ser muito significativo. O seu apoio não pode substituir a ajuda profissional, nem deve. No entanto, se você aprender formas eficazes de comunicar e dar apoio à pessoa que enfrenta um momento de depressão, certamente facilitará a recuperação desejada.
Apresento em seguida algumas formas e estratégias que o ajudarão a dar apoio a quem enfrenta o problema da depressão:

ESTEJA LÁ   

A melhor coisa que você pode fazer por alguém com depressão é estar lá. É ficar com a pessoa, ao seu lado, reconfortando-a, ouvindo-a. Você pode simplesmente sentar-se junto à pessoa que enfrenta o problema da depressão e fazer-lhe companhia, não dizer nada ou segurar na sua mão. Pode também em momento oportuno, calorosamente dizer algumas frases do gênero:
“Você é tão importante para mim. Estou aqui para ajudá-lo em algo que necessite.  Vamos encontrar uma maneira de ajudá-lo a sentir-se melhor. ”

DÊ APOIO ATRAVÉS DE PEQUENOS GESTOS

Se você está desconfortável com a expressão emocional, se não se sente à vontade com as palavras, pode mostrar o apoio de outras maneiras. Poder deixar um mensagem de apoio no voice mail, ou mesmo enviar um email motivacional. Pode convidar a sair para um jantar. Se for um amigo, pode convidá-lo para ir ao futebol, ao cinema ou a um concerto. Pode ajudar numa tarefa difícil, ou ao invés, colaborar e promover alguma atividade que a pessoa goste de realizar.

NÃO JULGUE NEM CRITIQUE

O que você diz pode ter um impacto poderoso sobre a pessoa que sofre com a depressão. Você pode ser levado a pensar que tudo não passa de frescura por parte da outra pessoa. E que se ela quisesse só por ação da vontade iria melhorar. A recuperação da depressão está muito para lá de apenas ter-se vontade. É necessário uma intervenção suportada por conhecimento técnico-prático e fundamentado por um profissional qualificado.
Evite dizer frases como:
  • “Você só precisa ver as coisas pelo lado positivo”
  • “Há pessoas que estão bem pior que você”
  • “Eu acho que tudo isso é apenas da sua cabeça.”
  • “Se você se levantasse da cama e fizesse alguma coisa, ficava mais animado. ”
Estas palavras usualmente têm um significado depreciativo para a pessoa que sofre. A leitura e o entendimento que é feito de frases como as anteriores é que a pessoa tem uma escolha na forma como se sente, e que por livre vontade fica deprimido.  Isto pode levar a que a pessoa que está a lidar com a depressão, se isole ainda mais.

NÃO MINIMIZE A DOR DO SOFREDOR

Não dar a verdadeira importância à natureza da dor infligida pela depressão, é o mesmo que alguém ter uma perna partida, ignorar esse fato e dizer à pessoa que caminhe naturalmente, que a dor não é impeditivo que caminhe. Deve levar-se em consideração que a pessoa que está a enfrentar a depressão, efetivamente sofre com isso, a sua dor é grande, e impossibilita-a de perspetivar uma melhoria por si mesma.
Evite dizer frases como:
  • “Você é muito sensível”
  • “Porque cada pequena coisa te incomoda?”
  • “Deixa-te de frescura, bola para a frente.”
  • “Não é só você que tem problemas.”

Frases deste tipo, invalidam e desaprovam a dor que a pessoa está sentindo e  escamoteia completamente o fato de que está a enfrentar um transtorno psicológico grave. Minimizar a dor da pessoa que sofre, não olhando de frente a sua condição psicológica como um transtorno mental, aponta e transmite que ela tem alguma fraqueza ou falha de personalidade.

EVITE DAR CONSELHOS

É muito provável que em algumas conversas com a pessoa que sofre com a depressão você possa ter impulso para dar conselhos, para que ela tente isto ou aquilo. Mas quero dizer-lhe que cada caso é um caso e que cada pessoa é diferente, reage e entende as coisas da forma como olha o mundo. E quando a pessoa está a lidar com a depressão, a visão dela mesmo, dos outros e do mundo fica alterada. Essa alteração é um sintoma da depressão, e como tal os conselhos podem não ser vistos com bons olhos. Não pretenda resolver o problema por si mesmo, não queira corrigir a mágoa da outra pessoa. Sempre que alguém com quem nos preocupamos está tendo um momento difícil, ansiamos para corrigir a sua mágoa, e este ato benevolente pode ser prejudicial.





Embora possa ser verdade que a pessoa deprimida precisa de orientação, afirmá-lo e oferecer-lhe deliberadamente essa ajuda, pode fazer com que a pessoa se sinta ofendida, ou até mesmo sentir-se ainda mais incapacitada.
O que é mais funcional e assertivo, ao invés dos conselhos, é perguntar:
  • “O que posso fazer para ajudá-lo a sentir-se melhor?”
  • “Se necessitar de algo que eu possa ajudar, estarei disponível para colaborar.”
Isso dá a oportunidade à pessoa que está deprimida de pedir ajuda. Quando uma pessoa pede ajuda, está mais receptiva a receber orientação sem sentir-se insultado ou melindrado.



EVITE FAZER COMPARAÇÕES

A menos que você tenha experimentado um episódio depressivo mesmo, dizer que você sabe como uma pessoa com depressão se sente não é útil. Embora a sua intenção possa ser, provavelmente, para ajudar o seu amigo, familiar ou parceiro no sentido de sentir-se mais acompanhado no seu desespero, isso pode interromper a conversa, inibindo o seu apoio.
Mas atenção, mesmo que você tenha superado a depressão e possa entender melhor o sofrimento da outra pessoa, lembro-o que as dores são diferentes, assim como as causas e a forma de lidar com os problemas. Por isso, descreva a sua dor, mas respeite sempre a magnitude da dor do outro.

SAIBA O MÁXIMO QUE PUDER SOBRE A DEPRESSÃO

Você pode evitar os erros acima descritos e mal-entendidos simplesmente procurando informação sobre a depressão. Uma vez que você entenda claramente os sintomas da depressão, e as consequências, fica numa posição mais sustentada para apoiar melhor a pessoa que sofre.
Por exemplo, algumas pessoas assumem que se uma pessoa com depressão tem um bom dia, ela está curada. A depressão não é um transtorno estático. Há um fluxo e refluxo dos sintomas da depressão que muitas pessoas não-deprimidas não entendem. Um adulto que está deprimido ainda pode rir-se de uma piada, e uma criança que está em desespero ainda pode assistir às aulas, tirar boas notas e até parecer alegre.
A verdade é que os sintomas depressivos estão ancorados noutro lugar, escondidos, por isso é importante saber que a depressão tem muitas vezes uma gama de sintomas imperceptíveis. São sintomas mascarados.





SEJA PACIENTE   

A paciência é uma parte fundamental de apoiar a pessoa com depressão. Quando você é paciente com a pessoa deprimida deixa que ela perceba que não importa quanto tempo isso vai levar, ou quão difícil será o período em que predominam os sintomas debilitantes, porque você vai estar lá. E essa paciência tem um resultado poderoso. Com a paciência, vem a esperança. E quando alguém enfrenta a depressão, a esperança pode ser difícil de encontrar.
Às vezes, apoiar alguém com depressão pode levar ao sentimento de estar caminhando numa corda bamba. O que posso dizer? O que não digo? O que eu faço? O que não devo fazer? Mas lembre-se que apenas o fato de estar lá com a pessoa, mostrar o seu apoio e perguntar como você pode ajudar, pode ser uma dádiva incrível.




COISAS QUE VOCÊ PODE DIZER A ALGUÉM COM DEPRESSÃO

deprimida
Então o que pode ser dito a uma pessoa com depressão? Evidentemente, que o que apresento são sugestões baseadas na minha experiência e nos procedimentos terapêuticos que surtem efeito no tratamento da depressão. De maneira nenhuma, as sugestões que apresento substituem a terapia, nem podem ser consideradas terapia. 10 sugestões:

1. POSSO ALIVIAR O SEU STRESS DE ALGUMA FORMA?

Não verbalize apenas o seu interesse, mostre-o. As palavras não são tudo o que uma pessoa que sofre com a depressão necessita. Porque, umas das grandes frustrações sentidas por quem dá apoio, é perceber que a grande maioria das palavras proferidas, caiem em saco roto, ou têm o efeito inverso.  A pessoa que presta apoio à pessoa deprimida, está numa situação vulnerável e muito ingrata, pois grande parte das coisas que sugere podem ser mal interpretadas.
Se você ajudaria um amigo com uma perna partida a subir um lance de escadas, porque razão não pode ajudar um amigo deprimido a fazer o almoço?  Por que não aliviar e facilitar um pouco o dia-a-dia da pessoa que enfrenta um sério transtorno de humor? Materialize o seu apoio.

2. O QUE VOCÊ ACHA QUE PODE AJUDÁ-LO A SENTIR-SE MELHOR?

Esta é uma pergunta muito poderosa, você parte do principio que pode ser possível a melhoria. No entanto, se a resposta for displicente, se a pessoa responder de forma negativa: “Nada me fará sentir  melhor.” Não insista, não contraponha. Reformule a pergunta: “Mas queres sentir-te melhor?” Se a resposta for afirmativa, confirme com um: “Ótimo, pouco a pouco irás sentir-te melhor.”

3. EXISTE ALGO QUE EU POSSA FAZER POR VOCÊ?

Novamente, como o número um, este é um momento de ação, de fazer e não de dizer, e isto é muito eficaz na comunicação de compaixão. Compaixão é ter empatia adicionada de ação. Provavelmente a pessoa deprimida só vai balançar a cabeça enquanto chora, mas certamente ela irá registrar a sua dádiva. Na mente dela irá ecoar: “Esta pessoa preocupa-se comigo.”

4. NECESSITA QUE LEVE VOCÊ A ALGUM LUGAR?

Numa situação mais crítica dos momentos depressivos a pessoa pode estar numa situação bastante incapacitante. No entanto pode necessitar de deslocar-se, de ter de ir a algum local, e certamente não estará em condições de dirigir sozinha, ou andar sozinha. A má condução pode ser uma manifestação de um transtorno de humor. Esta sugestão não é apenas para ajudar seus amigos, familiares ou parceiro deprimidos que talvez precisam de ajuda nas compras, mas também todas as outras pessoas que conduzem na estrada.

5. VOCÊ ESTÁ RECEBENDO ALGUM TIPO DE APOIO?

Se a resposta for positiva, ótimo. Você pode reforçar essa decisão, e tentar perceber se existe progresso e o que tem melhorado com o suporte profissional. Se a resposta for pela negativa, você pode voltar a fazer nova pergunta:
“Você acha que necessita de algum tipo de apoio profissional?”
Se a resposta for afirmativa, você pode continuar e incentivar:
“Vamos descobrir uma maneira de obtê-lo. ”
Se a pessoa não pretender qualquer tipode ajuda profissional. Nesse exato momento não insista nesse assunto. Pondere voltar ao assunto mais tarde, descobrindo perguntas alternativas, do género:
“Como acha que você vai superar este período menos bom da sua vida?”

6. VOCÊ NÃO VAI SENTIR-SE ASSIM PARA SEMPRE.

Esta é uma afirmação de esperança, de não crítica e muito poderosa. Transmitir esperança é extremamente importante, é a primeira linha de apoio à pessoa deprimida. A esperança permite criar algum impulso, permite ativar a motivação e quebrar a paralisia da vontade, tão característico das pessoas deprimidas. 

7. EXISTE ALGO QUE VOCÊ JULGUE ESTAR A CONTRIBUIR PARA A SUA DEPRESSÃO?

Esta é uma forma simpática e não ofensiva de conduzir a pessoa para aquilo que à partida ela sabe que está a acontecer para o seu baixo humor. Atenção que saber algumas das causas ou coisas que contribuem para a pessoa ter entrado num estado de humor diminuído, não quer dizer que apenas isso irá resolver o problema. Longe disso. No entanto, permite à pessoa perceber que o seu estado abatido relaciona-se com a sua vida. E assim sendo, a pessoa pode assumir fazer algo para melhorar o seu estado, e que acima de tudo é possível melhorar.
Quando a pessoa perceber o que está acontecendo na sua vida que a impede de ter prazer, que lhe retira energia e vontade, pode lidar com a situação de um forma mais prática.

8. QUE ALTURAS DO DIA OU QUE SITUAÇÕES SÃO MAIS DIFÍCEIS PARA VOCÊ?

Esta pergunta é muito capacitadora. Indiretamente, você está transmitindo à pessoa que sofre de depressão uma mensagem inequívoca: “
“Você não está mal o tempo todo, nem em todas as situações.”
Provavelmente a pessoa deprimida tem extrema dificuldade pela manhã, na hora de levantar-se da cama. Ou ao final do dia quando o cansaço se instala. Estes podem ser períodos mais críticos e a pessoa necessitar de mais apoio. Perceba conjuntamente com ela o que pode ser feito para aliviar o sofrimento nessa alturas mais difíceis. Por vezes, associado à depressão a pessoa sofre de ansiedade. Nessas alturas críticas a ansiedade aumenta. Conseguir descobrir algumas estratégias para diminuir a ansiedade, pode ser muito satisfatório.


9. EU ESTOU AQUI PARA VOCÊ.

É simples. É reconfortante. Esta frase comunica tudo o que você precisa dizer:
“Eu importo-me, eu estou com você, eu realmente não entendo isso, mas eu gosto de você, e torço por você.

10. NÃO FAÇA NADA.

Isso é o mais desconfortável, porque sempre queremos preencher o silêncio com alguma coisa, mesmo que seja falar sobre o tempo. Mas sem dizer nada, e apenas ouvir, às vezes é a melhor resposta, e o mais apropriado.
Tal como nos diz, Rachel Naomi Remen no livro, Histórias que curam – Conversas sabias ao pé do fogão:
Eu suspeito que a forma mais básica e poderosa para conectar-se a outra pessoa está em ouvir. Basta ouvir. Talvez a coisa mais importante que tem de dar-se ao outro é a nossa atenção. E especialmente se for dado de coração. Quando as pessoas estão falando, não há necessidade de fazer nada, mas recebê-las. Ouça o que elas estão dizendo. Preocupe-se com isso. Na maioria das vezes levar a outra pessoa em consideração é ainda mais importante do que entendê-la.
BOM APOIO



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