Foi formada por pacientes e profissionais voluntários que, trazem informações e orientações de credibilidade a quem queira conhecer mais e melhor a Fibromialgia - CID 11 - MG30.01
Começamos em 2007 no antigo Orkut, encerradas as atividades em março/2023.
IMPORTANTE:
NOSSAS MATÉRIAS NÃO SUBSTITUEM, SOB QUALQUER PRETEXTO, A CONSULTA MÉDICA.
Seja Bem Vindo ao Universo do Fibromiálgico
A Abrafibro - Assoc Bras dos Fibromiálgicos traz para você, seus familiares, amigos, simpatizantes e estudantes uma vasta lista de assuntos, todos voltados à Fibromialgia e aos Fibromiálgicos. A educação sobre a Fibromialgia é parte integrante do tratamento multidisciplinar e interdisciplinar ao paciente. Mas deve se estender aos familiares e amigos.
Conhecendo e desmistificando a Fibromialgia, todos deixarão de lado preconceitos, conceitos errôneos, para darem lugar a ações mais assertivas em diversos aspectos, como:
tratamento, mudança de hábitos, a compreensão de seu próprio corpo. Isso permitirá o gerenciamento dos sintomas, para que não se tornem de difícil do controle. A Fibromialgia é uma síndrome, é real e uma incógnita para a medicina. Pelo complexo fato de ser uma síndrome, que engloba uma série de sintomas e outras doenças - comorbidades - dificulta e muito os estudos e o próprio avanço das pesquisas. Porém, cientistas do mundo inteiro se dedicam ao seu estudo, para melhorar a qualidade de vida daqueles por ela atingidos. Existem diversos níveis de comprometimento dentro da própria doença. Alguns pacientes são mais refratários que outros, ou seja, seu organismo não reage da mesma forma que a maioria aos tratamentos convencionais. Sim, atualmente compreendem que a síndrome é "na cabeça", e não "da cabeça". Esta conclusão foi detalhada em exames de imagens, Ressonância Magnética Funcional, que é capaz de mostrar as zonas ativadas do cérebro do paciente fibromiálgico quando estimulado à dor. É muito maior o campo ativado, em comparação ao mesmo estímulo dado a um paciente que não é fibromiálgico. Seu campo é muito menor. Assim, o estímulo dispara zonas muito maiores no cérebro, é capaz de gerar sensações ainda mais potencialmente dolorosas, entre outros sintomas (vide imagem no alto da página). Por que isso acontece? Como isso acontece? Como definir a causa? Como interromper este efeito? Como lidar com estes estranhos sintomas? Por que na tenra infância ou adolescência isso pode acontecer? Por que a grande maioria dos fibromiálgicos são mulheres? Por que só uma minoria de homens desenvolvem a síndrome? Estas e tantas outras questões ainda não possuem respostas. Os tratamentos atuais englobam antidepressivos, potentes analgésicos, fisioterapia, psicoterapia, psiquiatria, e essencialmente (exceto com proibição por ordem médica) a Atividade Física. Esta é a parte que têm menor adesão pelos pacientes. É dolorosa no início, é desconfortante, é preciso muito empenho, é preciso acreditar que a fase aguda da dor vai passar, trazendo alívio. Todo paciente precisa de orientação médica e/ou do profissional, que no caso é o Educador Físico. Eles poderão determinar tempo de atividade diária, o que melhor se adequa a sua condição, corrige erros comuns durante a atividade, e não deixar que o paciente force além de seu próprio limite... Tudo é comandado de forma progressiva. Mas é preciso empenho, determinação e adesão.
Você sabia que cerca de 60 milhões de pessoas sofram com problemas
reumáticos e de dor crônica no país, aquele mal que persiste ou recorre
por mais de três meses?
Dores nas juntas, inchaço e febre são alguns dos sintomas que atingem
grande parte da população e um grande vilão para que o incômodo aumente
consideravelmente é o inverno por conta da contração e rigidez da
musculatura.
Algumas das patologias mais conhecidas e culpadas por essas dores são
a artrite, a artrose e a fibromialgia. De acordo com o doutor
Jean-Pierre Pelletier, professor de Medicina e diretor da Unidade de
Pesquisa em osteoartrite na Universidade de Montreal (CA), 41% do
reumatismo e das dores crônicas atingem os joelhos, 30% nas mãos e 10%
no quadril, os pontos certeiros para eliminar a qualidade de vida e
tirar a paz dos pacientes.
Para atenuar efeitos das doenças e amenizar essas dores, é essencial
que diagnóstico seja descoberto cedo, pois quando a dor se torna
crônica, os sintomas dificultam um controle mais efetivo. Outra maneira,
que é dita repetidamente por todos os médicos é a prática de exercícios
físicos. Os pacientes devem se movimentar, aumentar a resistência
muscular com alongamentos e caminhadas que fortaleçam os tecidos ósseos.
Os exercícios liberam a endorfinas, substância de ação analgésica e
essencial para facilitar as articulações do corpo. A fisioterapia, a
prática regular de exercícios/preparo físico, métodos para alívio de
estresse (como massagem e técnicas de relaxamento) são, também,
indispensáveis no combate às doenças.
Tentando ajudar os pacientes, a Caminhada Pare a Dor é movimento que
desde 2009 reúne especialistas no combate a dor em diversas cidades do
Brasil – São Paulo, Belém, Curitiba, Natal e Florianípolis. Com o lema
‘A dor para a vida das pessoas – Pare a Dor’, as caminhadas semanais
reúnem pessoas com um objetivo em comum: combater a dor e aumentar a
qualidade de vida.
Para a cinesiologista Mariana Schamas, “além dos muitos benefícios à
saúde, a atividade física é reconhecida como um método não medicamentoso
de grande impacto na melhora da dor, do humor e da qualidade de vida”.
Ela recomenda, pelo menos, a prática de exercício físico diária de 30
minutos, de 3 a 5 vezes por semana. É importante, no entanto, ressaltar
que esses exercícios devem ser orientados por um profissional
qualificado.
A Caminhada Pare a Dor é acompanhada por médicos e
especialistas em dor crônica, enfermeiras e preparadores físicos.
Este texto foi extraído do site www.fibromilgia.com.br
Um dos primeiros a abordar a síndrome.
Sob os cuidados de médicos renomados, membros da Sociedade Brasileira de Reumatologia -SBR e por um grande laboratório farmacêutico.
Esta leitura pode mudar seu modo de pensar!
Abordagem Física.
Efeitos benéficos dos exercícios físicos
Todas as pessoas precisam fazer alguma forma de exercício para manter um condicionamento físico compatível com as atividades que exerce. Na fibromialgia os exercícios são particularmente úteis. No entanto nota-se que muitas pessoas com fibromialgia ficam desencorajadas a fazer atividades físicas, poupando os movimentos nos locais dolorosos por temerem um agravamento de seus sintomas. Esse raciocínio é errôneo pois, por meio de exercícios físicos, pode-se promover um relaxamento nos locais de dor, bem como uma melhora dos sintomas e da qualidade de vida. Os exercícios físicos na fibromialgia, além de promover um melhor condicionamento cardiovascular, atuam sobre o sistema musculoesquelético, ou seja, favorecem a mobilidade de grupos musculares que se encontram em contração prolongada, promovem o alongamento de tendões, melhoram o equilíbrio durante a marcha, enfim, fazem a pessoa sentir-se melhor e mais saudável. É importante esclarecer algumas características dos programas de exercício físico para a fibromialgia. Uma delas é a característica aeróbica, ou seja, os movimentos não podem ser extenuantes porque isso prejudica o metabolismo da fibra muscular e favorece o acúmulo de substâncias que levam à dor. Portanto, trabalhos científicos são favoráveis a exercícios leves, progressivos, em pequena quantidade, mas que sejam realizados diariamente, de modo criterioso, regular e obedecendo a uma seqüência programada de forma personalizada. O limite do que pode ser feito é determinado pela própria pessoa e é influenciado pela idade, presença de doenças concomitantes e limitações do sistema locomotor, que se agravam com algum movimento específico. Além disso, de acordo com as pesquisas os exercícios devem ser praticados no período da manhã, mas os cuidados com a postura devem ser tomados durante o dia todo, no sentido de prevenir sobrecargas e esforços repetitivos. Deve-se ressaltar ainda que a pessoa que pratica exercícios físicos torna-se mais disposta: observa-se melhora do humor, das expectativas e uma postura mental mais positiva. Isso sem falar na melhora da auto-estima.
Efeitos maléficos da falta de exercícios físicos
Pessoas ditas sedentárias, ou seja, aquelas que não se exercitam, apresentam algumas das conseqüências observadas em pacientes que passam longos períodos acamados. É descrita uma tendência à perda do condicionamento muscular, à perda de massa óssea e ao ganho de peso com o passar da idade. Por esse motivo a pessoa com fibromialgia que é sedentária cansa-se mais fácil e apresenta mais sintomas de dor e sono não reparador. As conseqüências são a má postura, a queda no seu desempenho, as atividades diárias parecem mais difíceis de serem efetuadas e a pessoa fica desanimada e angustiada ao se ver em tal condição. Deve-se portanto procurar uma saída nesse círculo vicioso de inatividade, dor e angústia. O que estiver ao alcance do paciente com fibromialgia é válido. Deve-se começar por algum ponto, ou seja melhorar a dor, o condicionamento físico ou a postura mental. Como fazer exercícios é uma medida saudável e seus benefícios duradouros, comece hoje mesmo, com pelo menos uma caminhada diária de 15 minutos. O começo é sempre um desafio....
Programa de Exercícios Físicos para Fibromialgia
Objetivos
Estamos propondo alguns exercícios para pacientes com fibromialgia com os seguintes objetivos:
- Melhorar os sintomas de dor - Evitar contrações dolorosas de grupos musculares - Melhorar a força muscular - Favorecer a coordenação motora para as atividades diárias - Promover uma postura adequada - Melhorar a disposição - Auxiliar no controle do peso - Auxiliar no controle da ansiedade - Melhorar a auto-estima
Etapas do programa
Aquecimento Atua melhorando o aporte sangüíneo para os músculos e tendões, adequando a freqüência cardíaca e respiratória. Com isso melhora a resistência física para os exercícios ou mesmo para as atividades diárias que o indivíduo irá desempenhar.
Exercícios de alongamento São importantes para promover o equilíbrio, coordenação motora e melhorar a condição de dor.
Exercícios de resistência São importantes para o condicionamento cardiovascular, controle do peso, fortalecimento muscular. Relaxamento finalAo final de uma série de exercícios, são feitos alguns alongamentos e exercícios com a respiração que visam “desacelerar” o organismo para retornar à sua rotina. Após esta leitura, esperamos que você, caro leitor, sinta-se incentivado a continuar com seu trabalho físico. E você que ainda teima em dizer "não consigo", mesmo tendo autorização e recomendação médica, perceba que para vencer as próprias dores, exige uma pequena dose de sacrifício inicial; para depois sentir os benefícios.
Praticar exercícios e reconhecer seus limites ajuda a aliviar os sintomas
Caracterizada
por uma dor intensa que se espalha pelo corpo, partindo principalmente
do tecido mole da nuca, ombros, tórax, região lombar, quadris, canelas,
cotovelos e joelhos, a fibromialgia tem com principais complicações da
doença fadiga, depressão e distúrbios do sono. A doença pode ser
controlada com algumas medidas e mudanças no estilo de vida. Confira as
dicas dos especialistas e veja como amenizar as dores e conviver melhor
com a fibromialgia:
Exercícios, a principal arma contra a doença
"Todo
tratamento da fibromialgia obrigatoriamente terá que contemplar
atividade física", diz o reumatologista Roberto Heymann, do Grupo de
Apoio à Paciente com Fibromialgia, da Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp). O especialista explica que a escolha da modalidade a ser
praticada fica a critério do paciente, segundo seus gostos e limitações.
A atividade aeróbica é mais efetiva dos que as demais, como uma
caminhada de 30 a 45 minutos, cinco vezes por semana. "Ao contrário do
que imaginamos, a inatividade em pacientes com fibromialgia gera mais
dor", afirma o reumatologista Roberto. Por isso, um paciente que está
sentindo dores não está contraindicado para fazer exercícios, mesmo que
essas sejam intensas - nesse caso, tenta-se diminuir sua dor com
tratamento medicamentoso, para que ele suporte a atividade física.
"Deve-se, contudo, analisar a característica da dor para definir se não
há outro problema associado que possa interferir ou piorar com o
exercício", diz o reumatologista Nilton Salles Rosa Neto, membro da
Comissão de Dor, Fibromialgia e Outras Síndromes Dolorosas de Partes
Moles, da Sociedade Brasileira de Reumatologia.
Roberto
explica que no início a dor pode até piorar com a atividade, mas que
ela se faz absolutamente necessária para o bom andamento da doença. O
reumatologista Nilton afirma que os exercícios na água são úteis para
pacientes que não toleram o impacto ou tenham outras comorbidades, como a
artrose. "É importante fixar uma regularidade da prática, sendo
recomendado de duas a três vezes por semana em horário pré-definidos,
porém com realização de atividades físicas não programadas nos outros
dias, como caminhar e subir ou descer escadas."
Medicamentos para controlar dores intensas
As
drogas que podem ser utilizadas durante o tratamento da fibromialgia
são os antidepressivos que atuam aumentando os níveis de serotonina e
noradrenalina cerebral. ?Eles são ministrados primariamente não como
antidepressivos, mas sim porque eles também atuam como analgésicos
cerebrais?, ressalta o reumatologista Roberto. São usadas também drogas
neuromoduladoras, que atuam diminuindo a liberação de glutamato e
substância P nos tecidos cerebrais. ?Estas substâncias atuam aumentando a
sensibilidade dolorosa, por isso é interessante diminuir sua liberação
no cérebro?, afirma Roberto. No entanto, a base do tratamento para a
fibromialgia deve ser exercício físico e acompanhamento psicológico,
sendo a indicação de medicamentos direcionada caso a caso. É importante
ressaltar que os analgésicos simples e anti-inflamatórios em geral não
funcionam para esses pacientes.
Fique atento ao que causa dor
O
paciente com fibromialgia deve ter consciência das atitudes que agravam
o seu quadro, como a posição para sentar e a interação com objetos. "Os
cuidados de ergonomia são fundamentais para que não ocorram lesões que
possam prejudicar o tratamento e a evolução da fibromialgia", afirma o
reumatologista Nilton. Qualquer dor diferente do habitual deve ser
investigada e tratada adequadamente.
Reconheça seus limites
Nos
períodos em que o paciente está sentindo menos dor, ele pode muitas
vezes tentar praticar mais atividades do que o normal, e isso pode
comprometer o tratamento e até agravar os sintomas. "Embora a dor na
maioria das vezes não seja limitante, é importante que o paciente
conheça seus limites e saiba quando interromper os exercícios ou outras
atividades", diz o reumatologista Nilton. Caso esteja com dúvidas, o
melhor é conversar com seu médico e entender o seu quadro e quais os
sinais que indicam que a dor deve ser interrompida.
Cuide do seu sono
O
sono da pessoa com fibromialgia é alterado por conta das dores, sendo
mais difícil atingir o sono profundo, ou então com despertares
frequentes durante a noite. "Esses pacientes apesentam um sono dito não
restaurador, ou seja, eles dormem, mas não descansam, e acordam cansados
pela manhã", explica o reumatologista Roberto. Para que fiquem
descansados, é importante cuidar da higiene do sono - dormir pelo menos
oito horas por noite, manter o quarto tranquilo, evitar alimentos
energéticos antes de dormir e etc - e verificar a necessidade de
medicações para auxiliar no sono. Dependendo do caso, pode ser que o
médico recomende descansos durante o dia, como um cochilo à tarde. Mas o
ideal é que o ciclo do sono seja o mais completo e reparador possível
durante à noite.
Faça um "diário da dor"
Escrever
sobre as situações que causam mais dor, os locais afetados e todas as
informações relevantes sobre o andamento da doença - um verdadeiro
?diário da dor? ? ajuda o médico no impacto da dor no dia a dia do
paciente, encontrando assim o tratamento mais adequado. "O diário ajuda a
identificar situações que possam desencadear crises e permitir que o
próprio paciente tenha maior controle sobre elas", afirma o
reumatologista Nilton. "Também auxilia o médico na avaliação do uso de
analgésicos e anti-inflamatórios pelo paciente, tentando identificar
abusos, bem como na associação de medicações específicas para o controle
da dor."
Fisioterapia para casos específicos
Para
casos em que há a necessidade de correção de vícios de postura ou
pacientes com a fibromialgia grave, pode ser recomendado o
acompanhamento com um fisioterapeuta para reabilitação. "Os exercícios
feitos na fisioterapia devem ser avaliados e orientados conforme as
deficiências e quadro clínico do paciente", lembra o reumatologista
Roberto.
Massagens e técnicas de relaxamento
Apesar
de não serem determinantes no tratamento da fibromialgia, as técnicas
de relaxamento e massagens podem auxiliar na diminuição dos quadros
dolorosos, principalmente aqueles associados à tensão muscular. "No
entanto, elas ajudam em aspectos psicológicos, como estresse relacionado
ao trabalho, que podem interferir de forma negativa no tratamento
instituído", explica o reumatologista Nilton. Mas é importante ressaltar
que essas práticas não influenciam diretamente no tratamento a longo
prazo, sendo apenas um complemento.
Em Palm Springs, na Califórnia, uma análise retrospectiva encontrou dois polimorfismos genéticos com uma associação estatisticamente significativa com a fibromialgia: proteína C-reativa (PCR; rs1205) e proteína tirosina fosfatase, tipo não receptor 11 (PTFN11; rs2301756). De acordo com os pesquisadores, estas descobertas podem contribuir para a descoberta de melhores modalidades de diagnóstico e tratamento para a doença.
"Coletivamente, os nossos resultados mostram que os testes genéticos para PCR e PTFN11 podem ajudar a determinar o risco de fibromialgia", disse Zoie Badura, médico cientista, o principal autor do estudo e pesquisador do Proove Biosciences. "Estes resultados devem ser validados, mas sugerem os testes genéticos que podem ajudar no diagnóstico e, potencialmente, na intervenção de tratamentos com base na determinação de biomarcadores."
Apesar dos avanços na pesquisa e uma melhor compreensão da doença, como Ms. Badura relatou na reunião anual da American Academy of Pain Medicine 2016, a fibromialgia não é diagnosticada em até três de quatro pessoas com a doença.
"A etiologia da fibromialgia é indescritível", disse Natasha Anand, MS, coautora do estudo e pesquisadora da Proove Biosciences.
"Embora o American College of Rheumatology tenha publicado critérios para o
diagnóstico, não há testes de diagnóstico para a fibromialgia, e os
testes laboratoriais padrão não costumam revelar uma razão fisiológica
para os sintomas."
De fato, como explicou Sra. Anand, os pacientes muitas vezes buscam vários médicos especialistas, num esforço para estabelecer as
razões para os seus sintomas e encontrar o tratamento.
A patogênese da fibromialgia permanece igualmente incerta: Ainda não é
clara como variáveis genéticas contribuem para o desenvolvimento da
doença, ou se estas podem ser preditivos de uma pessoa desenvolver a
doença. CRP e PTPN11: Relacionada com a fibromialgia
Este estudo multicêntrico, retrospectivo, de caso-controle foi composto
de 108 pacientes que tinham sido diagnosticados com fibromialgia
(Classificação Internacional de Doenças, nona revisão, o código
Modificação Clínica 729,1) e 104 controles que foram pareados por idade,
raça e sexo.
Os dados foram coletados a partir de setembro 2014 a janeiro de 2015 de
26 locais de pesquisa clínica diferentes nos Estados Unidos, e as
amostras foram genotipados para 128 polimorfismos de nucleotídeo único.Análises de associações e de regressões foram então realizadas para determinar as associações entre cada genótipo e fenótipo dor.
<03c7> testes quadrangulares mostraram que polimorfismos genéticos em oito
genes teve uma associação estatisticamente significativa com
fibromialgia (P <0 span=""> Destes, a significância no entanto, apenas polimorfismos no CRP e genes PTPN11 passou no teste seguinte correção de Bonferroni (P = 0,004). 0>03c7> "Curiosamente", disse Badura ", o CRP C-alelo tem sido associado com maiores concentrações plasmáticas de CRP.
Nossos resultados, que indicam o C-alelo é associado com fibromialgia,
apoiam as conclusões da pesquisa anterior, e indicam que os testes
genéticos podem identificar pacientes com maior risco de níveis elevados
de PCR e fibromialgia ".
CRP é um marcador para a inflamação, disse Badura, o que sugere que os
pacientes com fibromialgia podem ser geneticamente predispostos para
processos inflamatórios. Os pesquisadores também descobriram um "romance" associação significativa e entre PTPN11 polimorfismo e fibromialgia.
Os códigos PTPN11 para a proteína SHP-2, que é amplamente expressa na
maioria dos tecidos, e é responsável pela citocina no sistema
imunológico, bem como modulando a resposta do organismo ao stress
através da indução de inflamação.
"O polimorfismo PTPN11 pode desempenhar um papel ainda inexplorado no
componente inflamatório da fibromialgia,"Sra Anand" observou.
"PTPN11 também está envolvido no intestino diferentes reações de
muitas pessoas com fibromialgia têm doenças do intestino, também, mas
nós ainda não tiver certeza da associação porque esta é uma nova
descoberta."
Sra. Anand e seus colegas continuam a avaliar possíveis
associações entre polimorfismos genéticos e fibromialgia, a fim de
descobrir marcadores terapêuticos e desenvolver instrumentos
diagnósticos objetivos.
"Se continuarmos a analisar genes e a genética das pessoas, acho que é possível ser capaz de diagnosticar as pessoas que têm fibromialgia e talvez as
pessoas que têm algo mais a serem diagnosticadas," Sra. Anand concluiu.
VICTOR DE SCHWANBERG/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images
Por Adrienne Dellwo - Avaliado por um médico credenciado. Atualizado em 15 de janeiro de 2016
A névoa no cérebro (também chamado de disfunção
cognitiva) é uma das queixas mais comuns das pessoas com fibromialgia
(SFM) e síndrome da fadiga crônica (SFC). Para muitos, pode
ser grave e pode ter um impacto tão grande sobre suas vidas como
dor ou fadiga. Na verdade, algumas pessoas dizem que a névoa do cérebro é
mais uma deficiência do que um dos sintomas físicos.
O que provoca a Disfunção Cognitiva?
Ainda não se sabe exatamente o que causa esta disfunção nessas
condições, mas temos um monte de teorias sobre possíveis fatores
contribuintes, incluindo:
Falta de sono reparador
Fluxo sanguíneo anormal ou volume craniano;
Anormalidades Cerebrais;
Envelhecimento Cerebral Prematuro;
Distração mental devido à dor.
Na SFM, a disfunção cognitiva geralmente é pior quando a dor é pior. Em
ambos os SFM e SFC, pode ser exacerbado quando você está ansioso,
apressado, ou lidar com a sobrecarga sensorial.
A depressão, que é comum em SFM e SFC, também está associada à
disfunção cognitiva. Alguns estudos, no entanto, mostram que a gravidade
da névoa no cérebro não se correlaciona com os sintomas de depressão.
Uma série de medicamentos comuns para SFM e SFC podem contribuir para a disfunção cognitiva também.
Os sintomas
Os sintomas de confusão mental podem variar de leve a grave. Eles frequentemente variam de dia para o outro, e nem todos têm todos eles. Os
sintomas incluem:
Uso da palavra - Dificuldade em recordar palavras conhecidas, uso de palavras incorretas, recuperação lenta de nomes.
Problemas de Memória a Curto Prazo - Esquecimento, incapacidade de lembrar o que leu ou ouviu.
Desorientação Direcional - Não reconhece o ambiente familiar, facilmente sente-se perdido, tem dificuldade em lembrar onde as coisas estão.
Dificuldades para multitarefas - Incapacidade de prestar atenção a mais de problemas para processamente de informação, facilmente são distraídos.
Dificuldades com a matemática ou números - Dificuldade para realizar operações matemáticas simples, lembrando
sequências, transpondo números, dificuldade em lembrar números.
Algumas pessoas também podem ter outros tipos de disfunção cognitiva.
A pesquisa
Os pesquisadores estão aprendendo mais sobre os problemas cognitivos o tempo todo.
Um estudo de 2015 (Schmaling) sugeriu que as pessoas com ambos - SFM e SFC tinham comprometimento cognitivo mais do que aqueles com SFC sozinho. A memória verbal apareceu ligado a dor. Problemas com a
percepção visual, por sua vez, foi ligada a aqueles com casos graves de SFC e sem SFM.
Outro estudo de 2015 (Ickmans) nessas condições de união (SFM e SFC) encontraram
uma ligação entre a capacidade do cérebro para sintonizar a dor (chamada
inibição da dor) e sua capacidade de desligar-se dos outros estímulos externos
(chamados de inibição cognitiva.) Inibição da dor é uma característica
conhecida da SFM. Inibição cognitiva pobre pode significar, por exemplo,
que o paciente não pode seguir uma conversa, enquanto a TV está ligada, porque
o seu cérebro não consegue filtrar o ruído de fundo.
No mesmo estudo, os pesquisadores observaram também que a dor maior
autorelatada apareceu ligada aos tempos de reação mais lentos na SFC somente.
Uma equipe de pesquisa (Coppieters) explorou a ligação entre a
capacidade cognitiva e sensibilização central - um sistema nervoso
central excessivamente sensível - que se acredita ser uma característica
fundamental subjacente da SFM, SFC e outras condições
relacionadas. Eles encontraram:
comprometimento cognitivo apareceu ligado a sensibilização;
desempenho cognitivo apareceu significativamente relacionada ao
processamento prejudicado da dor, hiperalgesia, e menor qualidade de saúde
da vida.
Muitas pessoas com estas condições se queixam de que têm
dificuldades para encontrar palavras. Um estudo de 2014 (Leavitt)
mostrou que pessoas com SFM foram mais lentos na lembrança das
palavras do que outras pessoas com déficits de memória. Aqueles no grupo com SFM, mostrou problemas de apuramento da palavra também tiveram déficits
em 10 das 12 medições cognitivas, enquanto aqueles com problemas de
apuramento de palavra no grupo de déficit de memória só mostrou
em 8.
Lembrar o que ouvem também é difícil para muitos com essas
condições, e pelo menos um estudo (Choi) corrobora esta afirmação. Os
pesquisadores descobriram deficiência na forma como a informação
auditiva é processada no cérebro de pessoas com SFM.
Esta é apenas uma amostragem da pesquisa sobre a névoa no cérebro,
muito mais é publicado regularmente. À medida que aprendemos mais,
podemos ganhar tratamentos destinados especificamente a disfunção
cognitiva.
Transtornos de aprendizagem
Até agora, não existem provas de que o distúrbio cognitivo vem de outros distúrbios de aprendizagem conhecidos. No entanto, na SFM e SFC os problemas
são semelhantes aos associados a distúrbios como a dislexia (problemas
de leitura), disfasia (é uma perturbação da linguagem, associada a uma lesão cerebral, que consiste na má coordenação das palavras) e discalculia (dificuldade de aprender matemática /
tempo / problemas espaciais).
Se você acha que tem um distúrbio de aprendizagem
reconhecido, fale com o seu médico. Um diagnóstico pode ajudá-lo a uma adaptação razoável no trabalho ou reforçar reivindicando benefícios para esta disfunção . O tratamento adequado pode ajudar a conviver melhor,
também.
Levantando a névoa
Para algumas pessoas, a névoa no cérebro é resolvida com um tratamento eficaz para a dor ou problemas de sono.
No entanto, nem todos podem encontrar tratamentos eficazes, e faz com que tentem gerenciar esta disfunção cognitiva.
Suplementos são uma escolha comum. Enquanto não temos várias provas
para apoiar a sua eficácia, alguns médicos, e pessoas com estas
condições, dizem ter obtido ajuda através dos suplementos para a função cognitiva. Suplementos comuns para a névoa no cérebroincluem:
5-HTP (aminoácido natural*)
vitaminas do complexo B
carnitina (suplemento alimentar*)
colina (Colina é um catião orgânico, um nutriente essencial que faz parte do complexo B de vitaminas*)
Omega-3 (Óleo de peixe*)
Rhodiola (planta antidepressiva*)
Erva de São João
SAM-e (atua como uma vitamina especialmente para o humor, articulações e fígado*)
teanina (é um aminoácido extraído das folhas do chá verde*)
*Fitoterápicos - Se é natural, não faz mal à saúde. Será mesmo?
Cáscara sagrada e sene para melhorar o funcionamento do intestino, 30 ervas e Caralluma para emagrecer, fitoterápicos
para ansiedade, e mais uma infinidade deles. Com certeza alguém já te
"receitou" algum produto natural para esses e outros problemas.
E
com o pensamento de que "se é natural pode não fazer bem, mas mal também
não faz", muitas pessoas utilizam esses produtos de forma
indiscriminada, sem imaginar os possíveis riscos dessa prática.
Ao contrário do que muita gente pensa, os fitoterápicos podem
provocar efeitos adversos, toxicidade e até mesmo apresentar
contraindicações. Como qualquer medicamento, o mau uso de fitoterápicos
pode ocasionar problemas à saúde, como por exemplo: alterações na pressão arterial, problemas no sistema nervoso central, fígado e rins.
Segundo a ANVISA, eles devem oferecer garantia de qualidade,
ter efeitos terapêuticos comprovados, composição padronizada e segurança
de uso para a população.
Os fitoterápicos industrializados devem ter registro no Ministério da Saúde e ter essa condição presente na embalagem.
Já
as farmácias de manipulação, têm permissão para manipular
fitoterápicos, mas esses produtos não são registrados na ANVISA. Um
fitoterápico pode ser manipulado se for prescrito em uma receita ou se
sua fórmula constar na Farmacopeia Brasileira, no Formulário Nacional ou
em obras equivalentes.
A maior parte dos fitoterápicos são
seguros e eficazes, porém, como todo medicamento, requerem cuidados
especiais no uso. Por isso, antes de ir á farmácia e comprar o produto
que sua amiga indicou, consulte um médico ou nutricionista de forma
presencial.
Somente eles poderão te orientar sobre qual a maneira
correta de utilizá-los, assim como a quantidade, o tempo de
administração e as contraindicações.
O mesmo vale para os chás,
para ter o efeito desejado e não causar problemas à saúde eles devem
ser utilizados nas quantidades e frequência corretas, assim como devem
ser observadas as contraindicações.
**Não há evidências científicas quanto a "mistura" - interação medicamentosa - entre medicamentos e ervas ou chás, o que podem causar.
MEDICAÇÃO É COISA SÉRIA. A AUTOMEDICAÇÃO PODE MATAR.
Alguns médicos recomendam mudanças na dieta para incluir alimentos
"amigos do cérebro", alguns dos quais são fontes naturais dos
suplementos listados acima. Alguns desses alimentos são:
Peixe (Omega3)
Canola ou Óleo de Nozes
Ovos (Cholina)
Frutas e Vegetais
Carboidratos
Treino cognitivo
Os pesquisadores estão aprendendo mais sobre o cérebro e como ele
funciona, e novas informações podem ajudar a entender a névoa no
cérebro. A pesquisa sobre envelhecimento cerebral e algumas doenças
degenerativas dele, mostram que o treinamento cognitivo pode
retardar, parar ou, por vezes, reverter a disfunção cognitiva.
Alguns médicos usam programas de treinamento cognitivo, que muitas vezes
incluem software que você usa em casa. Empresas de jogos de vídeo e
sites oferecem jogos que podem melhorar a função
cognitiva, e enquanto jogos específicos não foram avaliados pela
capacidade, algumas evidências sugerem que os jogos de realidade virtual
melhoram as habilidades de memória e de pensamento crítico.
Porque esta é uma área emergente da ciência, há propensão de saber
mais sobre a cognição e formação cognitiva nos próximos anos.
Se você tem fibromialgia ou síndrome de fadiga crônica e estão
frustrados com problemas de linguagem, você não está sozinho! É comum
para as pessoas com estas condições para encontrar pesquisas de seus
cérebros para as palavras simples que eles simplesmente não conseguem
lembrar. Em outras ocasiões, os indivíduos com esses diagnósticos podem
ter dificuldade para escrever ou mesmo entender linguagem. Com esse
comentário, saber porque as pessoas com esses transtornos muitas vezes
têm problemas com tratamentos de linguagem e possíveis formas para sanar essas
dificuldades.
Os sintomas linguagem imparidade
O comprometimento da linguagem é um sintoma de fibromialgia (SFM) e
síndrome da fadiga crônica (SFC). É parte de um conjunto de
sintomas conhecidos como "névoa fibro" ou fog. Os cientistas não tem provas
de que estas alterações de linguagem estejam ligadas a doenças cerebrais conhecidas,
mas esses problemas são semelhantes aos associados com um distúrbio de
fala chamado disfasia (ou afasia , se é grave).
Algumas pesquisas sobre a
fibromialgia mostram um atraso específico em lembrar o nome, semelhante a
disfasia nominal, que envolve substantivos.
Causas de distúrbios de linguagem
Os pesquisadores ainda não sabem por que as pessoas com fibromialgia ou SFC podem ter distúrbios de linguagem. Disfasia e afasia estão
geralmente ligadas a lesão cerebral ou degeneração, tais como as que surgem a partir
de um acidente vascular cerebral. No entanto, não temos evidência de que
a SFM ou SFC podem causar este tipo de degeneração. Especialistas têm
diversas teorias sobre possíveis fatores contribuintes.
Eles acreditam
que a falta de sono reparador pode levar a esses problemas, bem como
anormalidades de fluxo sanguíneo ou volume. Anormalidades cerebrais,
envelhecimento cerebral prematuro ou distração mental devido à dor podem
todos causar problemas de linguagem.
Tratar distúrbios de linguagem
Sintoma de névoa no cérebro geralmente melhoram quando os níveis de dor e
fadiga são bem tratados. No entanto, se você está tendo problemas de
gestão com sua condição, você tem várias opções para aliviar sintomas.
Consulte seu médico, leia livros de medicina ou
procure em sites confiáveis para obter mais suplementos e informações, mudanças na dieta e na formação cognitiva para pessoas com SFM e SFC.
Impacto em sua vida
Problemas de linguagem podem causar frustração e constrangimento. Eles
tendem a ser imprevisível e podem perturbar a conversa a qualquer
momento.
Eles são muitas vezes pioram quando estamos sob stress. Quando você
não pode se comunicar de forma eficaz, pode ser difícil de manter
relacionamentos ou manter um emprego. Às vezes, as pessoas podem pensar
que você está bêbado, desorientado, ou simplesmente não é muito
inteligente. É possível que se torne temeroso na comunicação, e a ansiedade faz com que piore o problema. É importante gerir os seus
níveis de estresse e aprender a manter a calma quando seu cérebro
vacila.
Lidar com distúrbio de linguagem
Encontrar formas eficazes para lidar com distúrbios de linguagem podem
ajudar a aliviar alguns impactos emocionais e sociais. Por exemplo, se
você achar que é mais fácil escrever do que falar, você pode ter um
tempo mais fácil se comunicar via e-mail ou de texto sempre que
possível.
Tenha certeza de que as pessoas mais próximas à você entendam
este sintoma, para que eles possam ser pacientes ou ajudá-lo quando você
estiver lutando para encontrar uma palavra. No trabalho, você pode
solicitar adaptações razoáveis, tais como a obtenção de instruções, por
escrito, em vez do ordens verbais. Com o tratamento adequado e de
gestão e estratégias de enfrentamento eficazes, distúrbios de linguagem
pode tornar-se "menos de um problema". A chave é continuar a trabalhar e
comemorar cada pequeno passo em frente.
Fontes:
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Com o objetivo de conscientização da população sobre a doença é celebrado em 12 de maio, o Dia Mundial da Fibromialgia. Essa patologia já atinge 10% da população brasileira. Fatores emocionais e físicos como uma infecção, um episódio de gripe ou até um acidente de carro, podem estimular o aparecimento da doença.
A fibromialgia é considerada uma doença dos tempos modernos, sendo a segunda causa mais comum de dor musculoesquelética crônica, perdendo somente para a osteoartrite, um problema degenerativo e inflamatório das articulações. Segundo pesquisas, 80% dos casos de fibromialgia atingem mulheres acima dos 25 anos.
A fibromialgia é considerada uma síndrome porque engloba uma série de manifestações clínicas. Os sintomas da doença podem provocar alterações no humor e diminuição da atividade física, o que agrava a condição de dor.
Devido a esse motivo, entrevistamos o Dr. André Marques Mansano, MD, Ph.D, FIPP, um especialista em dor, da que nos deu algumas respostas de interesse geral sobre essa síndrome tão complexa.
MDM – O que é fibromialgia?
R –O termo fibromialgia deriva de quatro palavras de origens diferentes. *Fibro*, vem do latim, e significa tecido fibroso (relativo a ligamentos e tendões). As outras três palavras têm origem no grego. *Mio *se refere ao tecido muscular, *algos *significa dor e *ia *é um sufixo que designa condição. Em resumo, fibromialgia significa: “condição dolorosa que emana de tendões, ligamentos e músculos” embora atualmente saibamos que tais estruturas estão intactas na doença.
MDM – Quais os sintomas?
R –O principal sintoma é a dor crônica generalizada referida em músculos, tendões e ligamentos, em diferentes partes do corpo. Trata-se de uma síndrome, cujos principais sintomas, além da dor generalizada são: fadiga persistente, rigidez, sono não reparador e estresse emocional.
MDM – Como reconhecer quem tem fibromialgia?
R – O Colégio Americano de Reumatologia (ACR) definiu os dois principais critérios para o diagnóstico da síndrome fibromiálgica. O primeiro é a queixa de dor generalizada (difusa). A respeito deste critério, geralmente, quando perguntado a respeito da localização da dor, o paciente afirma que sente “dor no corpo todo”. O segundo critério é a dor provocada pela compressão digital de pelo menos 11 dos 18 pontos sensíveis (tender points) indicados na ilustração a seguir:
Em 2010, o Colégio Americano de Reumatologia publicou novos critérios para o diagnóstico, que não invalidam os critérios antigos e não se pauta na palpação de tender points. Avalia-se então a presença e a gravidade dos sintomas para determinar o diagnóstico. A alteração se deu principalmente pela inabilidade da maioria dos médicos em realizar a palpação dos pontos de forma adequada.
MDM – Como saber se tenho fibromialgia?
R –Os sintomas da fibromialgia costumam causar um grande impacto na vida dos doentes, restringindo o contato social e interferindo continuamente na rotina dessas pessoas, causando conflitos de papéis, perda de futuras oportunidades e baixa autoestima.
MDM – O que desencadeia essas dores?
R –O mecanismo da fibromialgia ainda é desconhecido, mas acredita-se que há uma disfunção do sistema modulatório da dor. O paciente sente dor mesmo que não tenha uma lesão propriamente dita.
MDM – A causa é psicológica ou é um problema físico?
R –Há uma tendência em dividir mente e corpo, embora saibamos que são “estruturas” indivisíveis. A fibromialgia não é uma dor psicológica, mesmo que o estresse e a ansiedade tipicamente piorem os sintomas. É um problema físico, das vias que são responsáveis pela percepção da dor.
MDM – Quais os tratamentos que existem?
R –É fundamental que o tratamento do paciente com fibromialgia seja multidisciplinar. Alguns medicamentos, entre eles certos antidepressivos e anticonvulsivantes são extremamente importantes para o controle das dores.
Também obrigatórios são os exercícios físicos, os estudos nos mostram que tanto exercícios aeróbicos (ex: caminhadas, natação, etc.) como exercícios de fortalecimento (ex: musculação) são igualmente efetivos.
Não menos importante é o tratamento psicoterápico. Sabemos que esse tratamento tem o mesmo potencial de melhora das dores quando comparados aos medicamentos.
Outros tratamentos como acupuntura também são extremamente úteis.
MDM – Fibromialgia tem cura?
R –É difícil falarmos em cura em uma doença onde não temos a causa estabelecida. Mas é certo que há grandes possibilidades de controle dos sintomas de dor, desde que o paciente siga o tratamento multidisciplinar.
MDM – Exercícios melhoram? Quais?
R –Exercícios físicos são essenciais para promover um melhor condicionamento do corpo. Como já foi dito, tanto exercícios aeróbicos como os anaeróbicos são benéficos. É interessante que o paciente escolha o tipo de exercício de acordo com suas preferências aumentando as chances de uma aderência adequada ao tratamento.
MDM – A dor é real? Porque ninguém acredita?
R –A dor é inequivocamente real. É frequente amigos e familiares duvidarem das dores do paciente com fibromialgia pois não há uma lesão aparente e nenhum exame complementar é capaz e diagnosticar o problema.
MDM – Qual médico do paciente deve se consultar?
R –Para o seu tratamento, é fundamental que haja o trabalho de uma equipe interdisciplinar, com a participação de profissionais de diferentes áreas. Médicos especialistas em dor como anestesiologistas, reumatologistas e fisiatras são os mais indicados.
MDM – Ouvi dizer que tem um novo tratamento, um composto que melhora as dores contendo ácido málico, magnésio quelado, zinco quelado e coenzima q10, essa formula resolve alguma coisa?
R –Alguns pacientes apresentam melhora com esses medicamentos, mas não há nenhum estudo que comprove a eficácia.
MDM – Existe algum tratamento caseiro que resolve?
R –Não, tratamentos caseiros são completamente desaconselhados.
MDM – Tem como melhorar a alimentação de quem tem fibromialgia? Existe uma dieta especial?
R –Sim, atualmente vários estudos relacionam o potencial inflamatório de certos alimentos. Alguns pacientes se beneficiam de uma dieta com restrição ao glúten, mas não são todos.
MDM – Porque quem tem fibromialgia tem dificuldade de memória?
R –Em teoria todo paciente com dor crônica tem impacto nas suas funções cognitivas. Alterações cerebrais já foram documentas até utilizando ressonâncias nucleares magnéticas funcionais nesses pacientes. Esse é mais um motivo pelo qual a dor deve ser exaustivamente tratada.
Entrevistado :
Dr. André Marques Mansano, MD, Ph.D, FIPP
CREMESP 126.976
Área de Atuação em Dor – AMB
Fellow of Interventional Pain Practice – World Institute of Pain
Membro do Comitê de Educação do “World Institute of Pain”
Membro do Comitê Científico da Sociedade Brasileira dos Médicos Intervencionistas em Dor