Seja Bem Vindo ao Universo do Fibromiálgico

A Abrafibro - Assoc Bras dos Fibromiálgicos traz para você, seus familiares, amigos, simpatizantes e estudantes uma vasta lista de assuntos, todos voltados à Fibromialgia e aos Fibromiálgicos.
A educação sobre a Fibromialgia é parte integrante do tratamento multidisciplinar e interdisciplinar ao paciente. Mas deve se estender aos familiares e amigos.
Conhecendo e desmistificando a Fibromialgia, todos deixarão de lado preconceitos, conceitos errôneos, para darem lugar a ações mais assertivas em diversos aspectos, como:
tratamento, mudança de hábitos, a compreensão de seu próprio corpo. Isso permitirá o gerenciamento dos sintomas, para que não se tornem de difícil do controle.
A Fibromialgia é uma síndrome, é real e uma incógnita para a medicina.
Pelo complexo fato de ser uma síndrome, que engloba uma série de sintomas e outras doenças - comorbidades - dificulta e muito os estudos e o próprio avanço das pesquisas.
Porém, cientistas do mundo inteiro se dedicam ao seu estudo, para melhorar a qualidade de vida daqueles por ela atingidos.
Existem diversos níveis de comprometimento dentro da própria doença. Alguns pacientes são mais refratários que outros, ou seja, seu organismo não reage da mesma forma que a maioria aos tratamentos convencionais.
Sim, atualmente compreendem que a síndrome é "na cabeça", e não "da cabeça". Esta conclusão foi detalhada em exames de imagens, Ressonância Magnética Funcional, que é capaz de mostrar as zonas ativadas do cérebro do paciente fibromiálgico quando estimulado à dor. É muito maior o campo ativado, em comparação ao mesmo estímulo dado a um paciente que não é fibromiálgico. Seu campo é muito menor.
Assim, o estímulo dispara zonas muito maiores no cérebro, é capaz de gerar sensações ainda mais potencialmente dolorosas, entre outros sintomas (vide imagem no alto da página).
Por que isso acontece? Como isso acontece? Como definir a causa? Como interromper este efeito? Como lidar com estes estranhos sintomas? Por que na tenra infância ou adolescência isso pode acontecer? Por que a grande maioria dos fibromiálgicos são mulheres? Por que só uma minoria de homens desenvolvem a síndrome?
Estas e tantas outras questões ainda não possuem respostas. Os tratamentos atuais englobam antidepressivos, potentes analgésicos, fisioterapia, psicoterapia, psiquiatria, e essencialmente (exceto com proibição por ordem médica) a Atividade Física.
Esta é a parte que têm menor adesão pelos pacientes.
É dolorosa no início, é desconfortante, é preciso muito empenho, é preciso acreditar que a fase aguda da dor vai passar, trazendo alívio. Todo paciente precisa de orientação médica e/ou do profissional, que no caso é o Educador Físico. Eles poderão determinar tempo de atividade diária, o que melhor se adequa a sua condição, corrige erros comuns durante a atividade, e não deixar que o paciente force além de seu próprio limite... Tudo é comandado de forma progressiva. Mas é preciso empenho, determinação e adesão.

TRADUTOR

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Cannabis medicinal (Ponto de Vista de Eduardo S. Paiva - Revista C A P I TA L REUMATO)

 
  
Numa recente viagem, encontrei em um shopping center uma paciente que não via há muito tempo, mas da qual lembrei-me imediatamente: fibromialgia resistente a vários tratamentos, má aderência ao exercício físico. Ela me contou que estava ótima, que estava caminhando regularmente, mas o que realmente havia feito a diferença era a cannabis in natura que ela começara a usar já há algum tempo. Na despedida, ainda me disse que estava entrando com uma ação para tentar plantar cannabis em casa.
Sempre fui um cético em relação a tratamentos alternativos, embora sendo um especialista em fibromialgia (doença em que muitos destes tratamentos são utilizados). Com relação a cannabis em particular, sempre me pareceu estranho fumar uma planta para obter os efeitos terapêuticos desejados. Sempre comparei isso a mascar a casca do salgueiro para obter ácido salicílico! Além disso, tinha a ideia de que os estudos da cannabis, especialmente em dor, ainda apresentavam resultados não muito bons. Ao ver a minha paciente tão bem, fui novamente atrás da literatura para saber como estava a situação da cannabis medicinal no Brasil e no mundo, especialmente no tratamento da dor.
A cannabis é usada há muito tempo (milhares de anos, na verdade) como droga “recreativa”, e hoje está legalizada em vários países como tratamento médico, a chamada cannabis medicinal (CM), termo que usarei daqui em diante. O caminho da CM foi diferente de outras medicações, iniciando por movimentos de pacientes que estavam experimentando a planta para suas doenças, com
uma grande repercussão da mídia tradicional e mídias sociais e finalmente aprovação como medicação em vários países. Muitas vezes, houve a dificuldade de se separar os grupos que defendiam a liberação da cannabis como CM e aqueles que defendiam a liberação para uso “recreativo”. De qualquer maneira, é importante salientar que não houve para a CM um caminho com estudos fase 3, randomizados, duplo cegos, com grande número de pacientes em diferentes indicações, como acontece com outros fármacos. A aprovação da CM sempre seguiu um caminho de pressão social. Pode-se argumentar, com razão, sobre as dificuldades e/ou menor vontade das indústrias farmacêuticas de grande porte de trabalhar com a CM, por motivos regulatórios e legais mais rígidos.

O sistema endocanabinoide, com seus receptores CB1 e CB2 descritos na década de 80 e seus ligantes descobertos mais tarde, está fortemente associado com os sistemas nervosos central e periférico, mas é presente em todo o corpo, incluindo pele, ossos, articulações e o sistema hematopoiético. Ele parece ser responsável por contrabalançar o sistema de estresse agudo (lutar ou fugir), restaurando o sono, o apetite, e modulando dor e inflamação. Interessante notar que os ligantes endógenos do sistema, como anandamida e o 2-AG (2-araquidonil-sn-glicerol) são derivados do ácido araquidônico e liberados em resposta quando há injúria tecidual ou outro gatilho pré-sináptico. Quando estes compostos se ligam ao seus receptores, há redução dos sinais de dor e inflamação1.
A ciência básica (estudos pré-clínicos) realmente aponta de maneira consistente que agonistas canabinoides possuem ação anti-inflamatória e analgésica, inclusive com efeitos modificadores de doença em modelos animais de artrite reumatoide. Um alerta proveniente dos estudos pré-clínicos é a ação do sistema endocanabinoide na maturação do sistema nervoso central, com estudos demonstrando que a administração de canabinoides em animais jovens alteraram a formação de sinapses, com implicações nos animais adultos1.
Antes de passarmos à análise dos estudos clínicos, é importante a melhor definição dos termos utilizados. Canabinoides são compostos que agem no sistema endocanabinoide, e podem ser psicoativos ou não, além de poderem ser extraídos de plantas ou serem sintéticos. O extrato macerado das folhas e flores da Cannabis sativa ou da Cannabis indica é utilizado para obter os principais produtos para aplicação clínica, o delta-9-tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD), mas contém cerca de 400 outros componentes. A Federação Europeia de Dor sugere que o termo cannabis medicinal seja usado quando a planta in natura é utilizada como medicação e “medicações derivadas da cannabis” quando tratar-se de derivados registrados, com concentrações de THC e CBD conhecidas (sintéticos ou não)2.
Além dos países que liberam o CM in natura, compostos aprovados em agências reguladoras, como
medicações incluem o nabiximol, uma mistura 1:1 de THC e CBD, aprovada em apresentação spray para náuseas e vômitos pós-quimioterapia. O dronabinol é um análogo sintético do THC aprovado nos EUA, Canadá, Alemanha, Austrália e Nova Zelândia para anorexia relacionada ao HIV e náuseas e vômitos pósquimioterapia. A nabilona é um canabinoide sintético,também análogo do THC, aprovado nos EUA para náuseas e vômitos pós-quimioterapia, mas usado em outros países, como o Canadá, para dor crônica. Somamse a estes compostos inúmeras apresentações como pílulas, óleos, biscoitos e pastas, com conteúdo variável de THC e canabidiol. As apresentações com alto teor de
canabidiol são utilizadas para epilepsias em crianças e foram os compostos que primeiramente tiveram sua importação aprovada pela ANVISA, principalmente pelo apelo público. A cannabis in natura também pode ter sua concentração relativa de THC e CBD modificadas através de manipulação genética.
Algumas metanálises avaliaram o impacto da CM em diversas condições dolorosas. Um deste artigos3, em 2015, abrangeu efeitos benéficos e malefícios doscanabinoides em diversas condições, selecionando 79 artigos, com somente quatro, com baixo risco de viés. As condições dolorosas e as apresentações de CM foram diferentes entre os estudos, e no geral, houve um efeito modesto na redução de dor em 30% do basal, com odds ratio de 1,41 (IC: 0,99-2,00).
Uma outra revisão sistemática4, um pouco mais recente, também avaliou o efeito da CM em vários tipos de dor. Setenta e cinco artigos foram selecionados, mas considerados pequenos e com falhas metodológicas. A conclusão foi de uma evidência limitada de benefíciosna dor neuropática, especialmente quando usadas as preparações com concentrações pré-definidas de THC e CBD (usualmente na proporção 1:1). Não houve evidência de benefício em outros tipos de dores, como dor associada à esclerose múltipla, câncer e condições dolorosas mistas. Houve uma tentativa de uma análise dos riscos do uso crônico da cannabis, que apontou para um risco aumentado de acidentes automobilísticos, sintomas de psicose e distúrbios cognitivos de curta duração.
Um estudo de 4 braços de “n-de-1” estudou THC, CBD, a combinação de CBD/THC e placebo, em 24 pacientes com dor crônica de diversas causas5. Cada paciente recebeu por uma semana cada tratamento, de maneira cega. A maioria dos pacientes achou a combinação de THC e CBD e o TCH
isolado mais eficazes e controlar a dor, e menor resposta ao CBD isolado.
Um estudo australiano6 acompanhou por quatro anos uma coorte de 1.250 pacientes com dor não-maligna em uso de opioides, para verificar o uso de cannabis ao longo do tempo, que foi de 24,3%. Pacientes que usaram cannabis apresentaram maior gravidade e impacto da dor, baixo enfrentamento e maior gravidade de transtornos de ansiedade generalizada.
A maioria dos estudos e metanálises apontam a dor neuropática como o tipo de dor com maior benefício potencial. Uma revisão Cochrane de 20187 avaliou a utilidade da CM na dor neuropática, com o critério do número necessário para tratar (NNT) para uma redução de dor de 30% e de 50%. Os 16 estudos incluídos analisaram 1.750 pacientes e o nível de qualidade foi de baixa a moderada. A CM utilizada foi o nabiximol com 10 estudos, a nabilona em 2 estudos, dois com cannabis in natura inalada e dois com dronabinol. O NNT, para uma melhora adicional de 30% e 50% foi de 11 e 20, respectivamente. Houve uma taxa alta de abandono por efeitos colaterais e o número necessário para causar dano foi de 25. Não houve evidência de efeitos colaterais graves em relação ao placebo. O autores concluíram que a maioria dos estudos apresentou um número baixo de pacientes e que o benefício da CM pode ser superado pelos seus efeitos colaterais.
O grupo de dor neuropática da IASP (Associação Internacional para Estudos da Dor) considera a CM como terceira linha de tratamento para a dor neuropática, após uma metanálise de 2015, salientando porém, um fraco nível de evidência8.
Em relação a outros tipos de dor, pequenos estudos foram feitos em dor lombar crônica (com nabilona), cefaleia por abuso de analgésicos (nabilona), dor na artrite reumatoide (nabiximol), todos com resultados negativos2.

 
E a fibromialgia? Em uma revisão Cochrane de 20169, apenas dois estudos foram incluídos, com risco moderado de viés e de baixa qualidade. Ambos os estudos foram com nabilona comparada com amitriptilina ou placebo. Houve discreta melhora do sono, mas sem impacto na dor ou qualidade de vida. Após esta metanálise, um estudo randomizado em pacientes com fibromialgia foi publicado, comparando 4 tipos de variedades de cannabis in natura com teores diferentes de THC e CBD (altos níveis de THC, níveis equilibrados de THC/CBD, altos níveis de CBD e uma variedade placebo sem THC ou CBD). Vinte pacientes, de maneira randomizada, fizeram uma única vaporização de cada variedade e tiveram vários parâmetros dosados nas três horas seguintes, como limiares de dor por pressão e elétricos, escores de dor espontânea, e o nível de “barato” pela medicação. Um maior número de participantes relatou uma melhora na dor induzida por pressão com a variedade de níveis equilibrados de CBD/THC (90% versus 50%, p=0,01). O nível de resposta apresentou correlação positiva com a intensidade do “barato”. Não houve diferença nas notas de dor espontâneas. Houve diferença quanto às variedades contendo THC em relação ao placebo nos limiares dor por pressão. A
maioria dos pacientes não gostou da sensação de “barato” após a inalação.

A segurança do uso de CM a longo prazo foi avaliada11 em 216 pacientes com dor crônica que foram orientados a usar um preparado com 12,5% de THC de uma maneira sistemática, e comparados com um grupo de 216 pacientes de dor crônica não maligna, não usuários de cannabis. O estudo não era
cego, e não foi possível comparar a ação da CM nestes pacientes; não houve diferença entre eventos adversos graves entre os grupos, mas sim um aumento do risco de efeitos adversos não graves.  Importante notar que neste estudo, a maioria dos pacientes do grupo com medicação ativa já era usuário de cannabis.
Em pacientes com dor crônica, o foco do tratamento é a melhora da qualidade de vida e da funcionabilidade. Somente a melhora de uma escala da dor em 30 ou 50%, que é o alvo selecionado das metanálises, não reflete o que se quer para pacientes com dor crônica. Chama atenção um estudo de 201612 em que 1.000 pacientes consecutivos em uma clínica de Reumatologia do Canadá, com diversos diagnósticos, foram avaliados quanto ao uso de CM ou uso recreativo. Trinta e oito pacientes usavam cannabis, mais da metade para osteoartrite. Os usuários tendiam a ser mais jovens,
mais comumente desempregados. com uma saúde global pior do que os não usuários, utilizavam mais
opioides e 40% eram usuários recreativos previamente. Interessante salientar que a avaliação global do médico da gravidade da doença do paciente era semelhante de usuários versus não usuários. Um estudo mais recente aponta para resultados diferentes, com diminuição do uso de opioides e benzodiazepínicos e melhor estado de saúde geral. Porém, este estudo foi feito online somente
com pacientes já usando CM, sem comparação com uma população de dor crônica.
E qual é a situação atual no Brasil? Desde 2015, a ANVISA permite a importação de canabidiol e outras formas de CM, com prescrição médica, para uso pessoal, através de processo específico. Várias empresas e sites oferecem serviços de orientação e até cadastram médicos que estão prescrevendo estes compostos. Em 2017, a primeira medicação à base de CM foi aprovada para comercialização no Brasil, o nabiximol, com indicação em bula somente para espasmos musculares refratários decorrentes da esclerose múltipla. Em 2019, foram realizadas duas consultas públicas pela ANVISA, uma para o registro e monitorização de produtos de CM e outra para a permissão de cultivo de cannabis por parte de empresas farmacêuticas única e exclusivamente para fins medicinais e científicos. Existem vários casos de autorização judicial para o plantio de cannabis por associações e pacientes.
Como ficou minha opinião após esta breve revisão? Parece-me que a CM será cada vez mais disponível no Brasil, como está acontecendo em vários países. Infelizmente, estaremos em uma posição desconfortável, em que teremos que informar aos pacientes da baixa evidência científica do uso da CM, e às vezes, negar tratamento, quando ao mesmo tempo, agências reguladoras liberariam o seu uso. Uma posição elegante da Sociedade Canadense de Reumatologia14, onde a CM é liberada, aponta que o Reumatologista deve manter uma postura de procurar sempre o benefício para seus pacientes, mantendo uma posição sem julgamentos, respeitosa e empática em relação aos pacientes com dor crônica. E ao mesmo tempo assegurar a segurança dos pacientes e da sociedade. Isto é relevante, pois há evidências que a CM aumenta o risco de acidentes de trânsito e no trabalho.
A Federação Europeia para Dor2 orienta que quando utilizada a CM, a qualidade de evidência é maior para produtos orais e submucosos, seguidos de extratos por via oral e por fim, a cannabis inalada (não fumada). Deve-se evitar prescrever CM com conteúdo de THC maior do que 12,5%. Não mais que uma inalação quatro vezes ao dia deve ser utilizada, e uma triagem para o abuso de substâncias ilícitas e álcool e para a presença de ansiedade e depressão deve ser realizada, assim
como um “contrato de tratamento” formal.
Minha opinião é que o Reumatologista deve apoiar pesquisas melhor realizadas com os componentes da CM, e que o acesso a laboratórios de grande porte à matéria prima deve ser aprovado, para obtenção de componentes isolados ou em combinação. Estes, então, seriam utilizados em ensaios clínicos fase 1, 2 e 3 como qualquer componente farmacêutico. Muito me preocupa o plantio de cannabis em domicílio, pelo fato da extração dos componentes não ser feita de maneira correta e um
maior uso através de cigarros, o que não é recomendado.




Eduardo S. Paiva
Professor Adjunto Disciplina
de Reumatologia da UFPR
Diretor Científico da
Sociedade Brasileira de
Reumatologia

Referências bibliográficas
1. Fitzcharles MA, Eisenberg E. Medical cannabis: A forward vision for the clinician. Eur J Pain. 2018; 22: 485-491.
2. Häuser W et al. European Pain Federation (EFIC) position paper on appropriate use of cannabis‐based medicines and medical cannabis for chronic
pain management. Eur J Pain. 2018;22:1547–1564.
3. Whiting PF. Cannabinoids for Medical Use - A Systematic Review and Meta-analysis. JAMA. 2015;313(24):2456-2473.
4. Nugent SM et al. The Effects of Cannabis Among Adults With Chronic Pain and an Overview of General Harms. Ann Intern Med. 2017;167:319-331.
5. Notcutt W et al. Initial experiences with medicinal extracts of cannabis for chronic pain. Anaesthesia. 2004; 59:440–452.
6. Campbell G et al. Effect of cannabis use in people with chronic non-cancer pain prescribed opioids. Lancet Public Health. 2018;3: e341–50.
7. Mücke M et al. Cannabis-based medicines for chronic neuropathic pain in adults. Cochrane Database of Systematic Reviews. 2018;3.
8. Finnerup NB et al. Pharmacotherapy for neuropathic pain in adults. Lancet Neurol. 2015; 4:162–73.
9. Walitt B et al. Cannabinoids for fibromyalgia. Cochrane Database of Systematic Reviews. 2016;7.
10. Van de Donk T et al. An experimental randomized study on the analgesic effects of pharmaceutical-grade cannabis in chronic pain patients
with fibromyalgia. PAIN. 2019;160:860–869.
11. Ware MA et al. Cannabis for the Management of Pain: Assessment of Safety Study. J Pain. 2015;16:1233-1242.
12. Ste-Marie PA et al. Survey of herbal cannabis (marijuana) use in rheumatology clinic attenders with a rheumatologist confirmed diagnosis.
PAIN. 2016;157:2792-2797.
13. Boehnke KF. Pills to Pot: Observational Analyses of Cannabis Substitution Among Medical Cannabis Users With Chronic Pain. J Pain.
2019 Jul;20(7):830-841.
14. Fitzcharles MA et al. Position statement: a pragmatic approach for medical Cannabis and patients with rheumatic diseases. J Rheumatol.
2019; 46(5):532–538.
15. Hazlewood GS et al. Cannabis for rheumatic pain: hope or hype? Clin Rheumatol. 2019: Jul 5 (Epub ahead of print).

texto copiado da revista Capital Reumato, páginas 9 à 13
https://drive.google.com/file/d/1o2PGj5YZ195zJPo_OU3oDiZ2pXxKj3ZA/view?usp=sharing

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

PESQUISA: IMPACTO DA QUARENTENA NO CONTROLE DA FIBROMIALGIA

Olá! Somos Isabela, Pedro e Daniel, alunos de medicina da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (Curitiba-Pr) e, estamos realizando uma pesquisa com pacientes portadores de fibromialgia para avaliação de como o isolamento social no período da pandemia interfere no comportamento da doença e sintomas

Você, PORTADOR DE FIBROMIALGIA,  pode responder esse rápido questionário para colaborar com a pesquisa? Uns minutinhos do seu tempo são suficientes!
É só acessar o link abaixo:  

Você, que CONHECE ALGUÉM QUE TENHA FIBROMIALGIA, poderia encaminhar essa mensagem para essa pessoa?

Cada resposta a mais colabora muito com a pesquisa e com melhores resultados!  
Ao acessar o link do formulário, você encontra nossos contatos caso precise esclarecer qualquer dúvida, referente ao trabalho. 

Agradecemos desde já o espaço cedido pela Associação e a todos os participantes!

Criciúma contará com serviço de atenção à pessoa com fibromialgia na Unesc


Criciúma contará com serviço de atenção à pessoa com fibromialgia na Unesc
Iniciativa está sendo desenhada pela Unesc, Câmara de Vereadores e Secretaria Municipal de Saúde; Mais de seis mil pessoas convivem com a síndrome na região (Fotos: Leonardo Ferreira)

Pacientes de fibromialgia terão na Unesc um espaço de referência para tratamento desta síndrome, presente na vida de mais de seis mil pessoas em Criciúma. Na tarde desta terça-feira (4/8), a Universidade, representada pela reitora Luciane Bisognin Ceretta, a Câmara de Vereadores, representada pelo seu presidente Tita Belolli (PSDB), e Secretaria Municipal de Saúde, representada pelo secretário Acélio Casagrande, encaminharam a concretização de um serviço de atenção à pessoa com fibromialgia

A proposta, que deve ser desenvolvida dentro do CER (Centro Especializado em Reabilitação), é única no Sul catarinense, e poderá usufruir da estrutura e expertise da Unesc em todas as etapas do tratamento - Fisioterapia, Nutrição, Psicologia e outras áreas. “O número de acometidos por este transtorno é mais comum do que sabemos, e pode ser equiparado ao de problemas como a diabetes. A Universidade já conta com boa parte da capacidade e expertises para tirar este projeto do papel. A partir deste momento o objetivo é encaminhar as demandas necessárias, entregando à sociedade um serviço de alta qualidade, que será referência nacional”, evidenciou Luciane

A iniciativa partiu do vereador Tita Belolli. Procurado na Câmara de Vereadores por cidadãos que convivem com o transtorno, o presidente do legislativo logo percebeu a relevância de se colocar o assunto em pauta. “Não vejo em nossa região um projeto com tamanha importância como este. Foi uma surpresa quantas pessoas sofrem deste mal na cidade de Criciúma, e que em breve contarão com um local adequado para buscar tratamento. É um momento muito feliz para nossa cidade”, afirmou.

A porta de entrada para o tratamento na Universidade serão os hospitais e as UBS (Unidades Básicas de Saúde). Conforme Casagrande, a Secretaria iniciará um mapeamento da fibromialgia na região, para direcionar a melhor implantação da serviço de atenção. “Vejo este projeto como uma ótima iniciativa, e já trabalharemos para que logo se torne realidade”, frisou.

Após a implementação, com consulta de uma iniciativa similar desenvolvida na USP (Universidade de São Paulo), o serviço poderá ser ampliado, possibilitando a criação de um grupo terapêutico, com especialidades como a terapia ocupacional. 



Cenário da fibromialgia

Conforme a coordenadora do CER e uma das responsáveis por desenhar o serviço de atenção, Mágada Tessmann Schwalm, a estimativa é que 2.5% da população Brasileira, e mais de seis mil pessoas em Criciúma, convivam com o transtorno, que se manifesta com dor em todo o corpo, principalmente na musculatura, cansaço, alterações de memória e atenção, ansiedade, depressão e alterações intestinais.

Leonardo Ferreira - Agência de Comunicação da Unesc

Fonte: AICOM - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing

04 de agosto de 2020 às 16:14

Texto original:

http://www.unesc.net/portal/aicom/blog/48527-criciuma-contara-com-servico-de-atencao-a-pessoa-com-fibromialgia-na-unesc 

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Cadastro para Fibromiálgicos de Paço do Lumiar - MA


Conforme reunião realizada na manhã de 06/08/2020 na Secretaria de Saúde do município de Paço do Lumiar - Ma, juntamente com o Secretário  João Muricy, o vereador Miguel Ângelo e a vice presidente da Abrafibro, Simone Eli Bombardi as carteirinhas de identificação serão confeccionadas para filas preferenciais.

Pedimos a gentileza de encaminhar nome completo, foto do cartão do SUS, cópia do laudo medico, foto 3x4 para @vicepresidenciaabrafibro@gmail.com ou no privado, pois encaminharemos ao setor responsável.

ABRAFIBRO...SEMPRE PERTO DE VOCÊ 🤜

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Carteira de identificação de Paço do Lumiar - MA

Mais uma grande Vitória para a fibromialgia!
Desta vez em Paço do Lumiar - Ma!
Reuniram-se na manhã desta quinta-feira 06/08/2020, a vice presidente da Abrafibro,  Simone Eli Bombardi, o Secretário de Saúde João Muricy e o Vereador Miguel Ângelo para definir a confecção da carteira de identificação do fibromiálgico do município para filas preferenciais.

Tão logo sejam encaminhados os documentos como cartão do SUS, copia do laudo médico,  comprovante de residência e foto 3 x 4 para vicepresidenciaabrafibro@gmail.com as mesmas estarão disponíveis.

ABRAFIBRO...SEMPRE PERTO DE VOCÊ!🤜


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quarta-feira, 5 de agosto de 2020

LIVE FIBROMIALGIA X ATIVIDADE FÍSICA: Motive-se!


Está chegando o dia!

Vai ser sexta-feira, dia 07/08 às 19:00 hs!

Vem com a gente! Estarão presentes a Educadora Física do G.A. Fibromialgia Maranhão, Monirê Maia e a vice presidente da Abrafibro Simone Eli Bombardi @simoneelibombardi , para despertar em você aquela tão sonhada motivação para a atividade física!

Quer saber como??? Então não perca heim!!

Vai ser no canal da Abrafibro @abrafibro no Youtube:


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POLÊMICA SOBRE A OZONIOTERAPIA

Ozonioterapia, cogitada em Itajaí, é criticada por entidades médicas e tem projeto para regulamentação

Polêmico método com aplicação retal proposto pelo prefeito de Itajaí para pacientes com coronavírus divide opiniões e é autorizado apenas como uso experimental.

A ideia de usar aplicações retais de ozônio para tratar pacientes com o novo coronavírus virou centro de uma polêmica depois que o prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni (MDB), anunciou a adoção do método no município. O método é autorizado apenas para uso experimental por entidades médicas e tem um projeto de regulamentação em análise no Congresso.
Entidades médicas como o Conselho Federal de Medicina (CFM) alertam que a chamada ozonioterapia é uma prática experimental, permitida somente em estudos que sigam critérios definidos e acompanhem a evolução dos pacientes. A prefeitura de Itajaí alega que para adotar o método o município se inscreveu em um estudo da Associação Brasileira de Ozonioterapia (Aboz), que vai analisar o impacto dessa técnica na evolução dos casos positivos de covid-19.

Polêmico método com aplicação retal proposto pelo prefeito de Itajaí para pacientes com coronavírus divide opiniões e é autorizado apenas como uso experimental

Método com aplicação de ozônio foi anunciado pelo prefeito de Itajaí para pacientes com covid-19(Foto: Reprodução G1)

A ideia de usar aplicações retais de ozônio para tratar pacientes com o novo coronavírus virou centro de uma polêmica depois que o prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni (MDB), anunciou a adoção do método no município. O método é autorizado apenas para uso experimental por entidades médicas e tem um projeto de regulamentação em análise no Congresso.

Entidades médicas como o Conselho Federal de Medicina (CFM) alertam que a chamada ozonioterapia é uma prática experimental, permitida somente em estudos que sigam critérios definidos e acompanhem a evolução dos pacientes. A prefeitura de Itajaí alega que para adotar o método o município se inscreveu em um estudo da Associação Brasileira de Ozonioterapia (Aboz), que vai analisar o impacto dessa técnica na evolução dos casos positivos de covid-19.

Fato é que a ozonioterapia já causa polêmica antes mesmo de ter seu uso defendido para pacientes com covid-19. Um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados busca permitir o uso da terapia com ozônio para tratamento de outras doenças, como câncer, doenças virais e dores articulares.

A relatora do projeto é a deputada federal catarinense Carmen Zanotto (Cidadania). Ela explica há muitas divergências entre entidades médicas sobre o uso da ozonioterapia. Isso ficou explícito em audiências feitas sobre o tema e, segundo ela, dificulta até mesmo o avanço da proposta no Congresso.

A deputada catarinense foi uma das que viajou a Portugal para conhecer detalhes do uso da técnica.

– Por lá ela é usada para tratamento de dor crônica em grandes articulações, mas com protocolos muito rígidos, e só em duas unidades hospitalares de referência em dor crônica – afirma a parlamentar.
No mês passado, um debate na Câmara dos Deputados discutiu a possibilidade de uso da ozonioterapia como auxiliar no tratamento contra a covid-19. Novo impasse. Médicos favoráveis alegaram que a prática poderia reduzir o agravamento e o tempo de internação, enquanto entidades críticas, como o próprio CFM, sustentaram que não há comprovação científica da eficácia e que ela seria admitida em trabalhos experimentais.

A deputada catarinense preferiu não opinar sobre a decisão da prefeitura de Itajaí de adotar o uso das aplicações de ozônio contra o novo coronavírus por não conhecer detalhes da proposta do município.

– Esse momento é de muita preocupação com a pandemia. Preciso saber no que o prefeito, que é médico, está se baseando para esse tratamento. E se vai fazer parte do grupo de pesquisa. Porque o uso seria só para pesquisa, e não como tratamento, ao menos pelo que aponta o Conselho Federal de Medicina – pontua.

Para o Ministério da Saúde (MS), a ozonioterapia é classificada como uma Prática Integrativa e Complementar (PIC) – tratamentos que usam recursos terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais. Segundo o ministério ela também pode ser usada como tratamento paliativo para doenças crônicas.
A Associação Catarinense de Medicina (ACM) também informou que considera a prática experimental e que não apoia tratamentos experimentais durante a pandemia de covid-19 por considerar que eles devem ser restritos a centros de pesquisa.

– Acreditamos que existem outras estratégias que podem ser adotadas, e a questão da ozonioterapia precisa ser discutida antes porque é um procedimento experimental – pontua o presidente da ACM, Ademar José de Oliveira Paes Jr.

O Conselho Regional de Medicina (CRM-SC) também se manifestou nesta terça-feira ratificando a posição do CFM, de que o método é apenas experimental.
Para adotar a aplicação retal de ozônio, a prefeitura de Itajaí solicitou inscrição em uma pesquisa da Associação Brasileira de Ozonioterapia (Aboz), que seria aprovada pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa do Ministério da Saúde (Conep).

O presidente da entidade, Arnoldo de Souza, explica que o estudo prevê o uso da técnica para um grupo de pacientes e o acompanhamento de outro grupo que faça somente uso dos tratamentos convencionais. Segundo ele, isso garante a ozonioterapia como uma prática integrativa.

Na prática, o tratamento consiste na aplicação de uma mistura de oxigênio e ozônio no paciente. Arnoldo explica que o efeito do tratamento ocorreria porque o ozônio, ao entrar em contato com fluidos do corpo, transforma-se em um agente anti-inflamatório, que também melhoraria a saturação e o perfil vascular. No caso de Itajaí, seriam feitas 10 aplicações em dias consecutivos.

– Isso tudo ocorre em outras patologias. É em cima dessa atuação que, por analogia, estamos propondo essa intervenção – detalha.

A entidade também aponta que o ozônio é um oxidante natural, com propriedades bactericidas e antivirais, e que a técnica é utilizada também em outros países como Canadá, Estados Unidos e Alemanha.
Um dos pontos que causaram polêmica é a forma de aplicar a ozonioterapia no caso de Itajaí, a aplicação retal. Segundo o presidente da associação, esta forma foi escolhida na pesquisa por ser “tão eficiente quanto as outras” e também mais barata. Segundo ele, o preconceito explica parte da polêmica que cerca a pesquisa, mas ele considera que a repercussão que o assunto ganhou após a fala do prefeito de Itajaí é positiva.

– A questão está no preconceito. Usar via que preconceituosamente as pessoas tratam de forma pejorativa. Mas tirando isso, é bom (a polêmica sobre o tratamento). Nós que defendemos não temos medo do debate. Isso nos atrai porque estamos baseado em fortes substâncias científicas – garante.

A prefeitura de Itajaí informou nesta terça-feira (4) que pretende manter o uso da ozonioterapia e que o estudo recomenda que o método seja adotado em pelo menos 142 pacientes. No entanto, informou que não há prazos para que a pesquisa seja iniciada na cidade. O Ministério Público de SC chegou a recomendar que o município não adote as aplicações de ozônio contra a covid-19.

Fonte: https://www.nsctotal.com.br/noticias/ozonioterapia-itajai-critica-entidades-medicas-projeto-regulamentacao

LIVE: "Saúde: Soluções para a fibromialgia em Jaboatão dos Guararapes - PE

Você perdeu a Live do dia 03 de agosto? Não  tem problema...

A live foi realizada com o vereador Daniel Alvez, do município de Jaboatão dos Guararapes - PE, a vice presidente da Abrafibro, Simone Eli Bombardi e a voluntária Jaqueline Pimentel.

O bate papo ocorreu acerca do projeto de Lei entregue ao vereador, abordando a fibromialgia, as dificuldades enfrentadas com a doença e a importância do projeto para as pessoas acometidas do municipio!

E você..? Tem dificuldades de procurar um parlamentar?
Mande-nos uma mensagem nos comentários e teremos um imenso prazer em ajudá-lo para que possa se beneficiar tambėm. 

Aproveite e se inscreva em nosso canal, ative o 🔔, dê um 👍para acompanhar todas as novidades!

Clique aqui e acompanhe na íntegra:
https://youtu.be/Tn0G49i1sQM

#abrafibro #jaboataodosguararapes #pernambuco #danielalves #fibromialgia #fibromyalgia #dorinvisivel #dor #live #dorcronica

terça-feira, 4 de agosto de 2020

“Agosto Lilás”, campanha de enfrentamento à violência doméstica

Brasil é 5º no ranking da violência contra a mulher [SEEB Santos e ... 
imagem do site https://santosbancarios.com.br/artigo/brasil-e-5-no-ranking-da-violencia-contra-a-mulher

 A história

 “Agosto Lilás”, campanha de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher, foi instituída por meio da Lei Estadual nº 4.969/2016, com objetivo de divulgar a Lei Maria da Penha, sensibilizar e conscientizar a sociedade sobre o necessário fim da violência contra a mulher, divulgar os serviços especializados da rede de atendimento à mulher em situação de violência e os mecanismos de denúncia existentes. A campanha nasceu em 2016, idealizada pela Subsecretaria de Políticas Públicas para Mulheres (SPPM), para comemorar os 10 anos da Lei Maria da Penha, reunindo diversos parceiros governamentais e não-governamentais, prevendo ações de mobilização, palestras e rodas de conversa – e desde então vem se fortalecendo e consolidando como uma grande campanha da sociedade no enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher.



A Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência - Ligue 180 – é um serviço de utilidade pública gratuito e confidencial (preserva o anonimato), oferecido pela Secretaria Nacional de Políticas, desde 2005.
O Ligue 180 tem por objetivo receber denúncias de violência, reclamações sobre os serviços da rede de atendimento à mulher e de orientar as mulheres sobre seus direitos e sobre a legislação vigente, encaminhando-as para outros serviços quando necessário.
A Central funciona 24 horas, todos os dias da semana, inclusive finais de semana e feriados, e pode ser acionada de qualquer lugar do Brasil e de mais 16 países (Argentina, Bélgica, Espanha, EUA (São Francisco), França, Guiana Francesa, Holanda, Inglaterra, Itália, Luxemburgo, Noruega, Paraguai, Portugal, Suíça, Uruguai e Venezuela). Desde março de 2014, o Ligue 180 atua como disque-denúncia, com capacidade de envio de denúncias para a Segurança Pública com cópia para o Ministério Público de cada estado. Para isso,  conta com o apoio financeiro do Programa ‘Mulher, Viver sem Violência’.
Ele é a porta principal de acesso aos serviços que integram a Rede nacional de enfrentamento à violência contra a mulher, sob amparo da Lei Maria da Penha, e base de dados privilegiada para a formulação das políticas do governo federal nessa área.
 No Brasil, ligue para a Central de Atendimento à Mulher: telefone 180.
 

Vitamina D: posicionamento das sociedades brasileiras sobre os novos valores de referência



Atualizado em 30.07.2020
Tempo de leitura: 5 minutos
Daniele Zaninelli
Clínica Médica, Colunistas, Endocrinologia, Medicina Laboratorial, Patologia, Saúde Pública
Manter níveis adequados de vitamina D é fundamental para a manutenção da saúde músculo-esquelética, e possivelmente até para a saúde extra-esquelética, e por isso é importante que pacientes com hipovitaminose D sejam identificados e tratados corretamente.
Por outro lado, apesar da falta de benefícios evidentes para indivíduos que não são deficientes em vitamina D, o entusiasmo pela suplementação da vitamina é generalizado, e estimativas indicam que mais da metade dos adultos norte-americanos tomam um suplemento de vitamina D.
Para evitar a falta de tratamento em pacientes que podem se beneficiar, ou o uso excessivo da vitamina D, é preciso seguir parâmetros definidos à luz do conhecimento científico atual. Levando esses e outros aspectos em consideração, um documento foi desenvolvido por especialistas da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC). Dados deste documento serão apresentados a seguir, trazendo discussões como:
Avaliação crítica da metodologia para dosagem da 25(OH)D;
Definição dos grupos mais suscetíveis à deficiência;
Níveis recomendados de acordo com a situação clínica individual;
Valores do limite superior de 25(OH)D considerados seguros, e os riscos e causas da intoxicação por vitamina D.
A homeostase normal da vitamina D depende de uma interação complexa entre processos ambientais, fotoquímicos e biológicos. As formas originais de vitamina D, colecalciferol (vitamina D3) e ergocalciferol (vitamina D2), podem ser obtidas através da dieta ou de suplementos alimentares. No entanto, a principal fonte de vitamina D para a maioria das pessoas é a produção cutânea de colecalciferol, que é gerado por fotólise da provitamina D3 (7-desidrocolesterol) em previtamina D3, com subsequente isomerização térmica ao colecalcifierol.
Esse processo requer a exposição da pele à radiação UVB (290–315 nm), geralmente da luz solar, e é diminuído pelo aumento da pigmentação da pele com melanina e pelo uso de filtros solares. A vitamina D é então hidroxilada no fígado e nos rins pelo CYP2R1 e CYP27B1, respectivamente, para gerar 1,25-di-hidroxivitamina D -1,25 (OH) 2D -, também conhecido como calcitriol, o ligante para o receptor de vitamina D e o metabólito responsável pela maioria das ações biológicas da vitamina, conforme ilustrado na figura abaixo. (*Acesse o link da fonte para ver as tabelas citadas neste artigo)
Reprodução: Endocr Rev, Volume 34, Issue 1, 1 February 2013, Pages 33–83, https://doi.org/10.1210/er.2012-1012
A 1,25 (OH)2D pode promover a reabsorção óssea, estimular a absorção intestinal de cálcio e fósforo, e inibir a excreção urinária desses íons. A 24,25(OH)2D é o principal produto do catabolismo 25(OH)D, e sua concentração se correlaciona fortemente com a concentração de 25(OH)D.
Aspectos metodológicos da dosagem de 25(OH)D
A dosagem da 25(OH)D é o melhor indicador da reserva de vitamina D no organismo. Devido à meia-vida relativamente longa (2-3 semanas), os níveis circulantes de 25(OH)D mostram pouca flutuação, refletindo a combinação de ingestão alimentar e produção cutânea de vitamina D.
A medição de 1,25(OH)2D é útil apenas em algumas situações específicas, como insuficiência renal, osteomalácia oncogênica, formas hereditárias de raquitismo (hipofosfatêmico, resistente à vitamina D ou associada à deficiência de 1α-hidroxilase), e doenças granulomatosas (sarcoidose e alguns tipos de linfoma).
Apesar dos avanços tecnológicos ocorridos nos últimos anos, ainda existem variações consideráveis ​​nos níveis de 25(OH)D obtidos em diferentes ensaios, o que pode afetar a interpretação clínica dos resultados. Na prática laboratorial, até 20% de variação pode ocorrer entre diferentes métodos devido a uma série de fatores.
Quando indicar a dosagem da vitamina D
Recomenda-se a medição da 25(OH)D plasmática nos grupos com condições de risco para deficiência de vitamina D (listados na Tabela 1). Essas condições clínicas podem ser agrupadas de acordo com a fisiopatologia da deficiência da vitamina.
Produção insuficiente:
Cutânea, hepática ou renal
– Idade avançada
– Obesidade
– Pele escura
– Barreiras físicas (protetor solar, vestimentas, vidro)
– ↓ Exposição solar (gestação, risco câncer de pele, LES)
– Insuficiência hepática
– Doença renal crônica e raquitismo dependente de vitamina D tipo I e II, raquitismo hipofosfatêmico ligado ao X e outras condições associadas ao excesso de FGF-23
B) ↑metabolização/consumo – Medicamentos: anticonvulsivantes, cetoconazol, isoniazida, antirretrovirais, antibióticos
– Condições inflamatórias (LES, AR, tuberculose)
– Hiperparatireoidismo primário
– Tratamento da osteoporose com teriparatide
C) ↓ absorção intestinal – Doenças inflamatórias, doença celíaca, doença de Chron, fibrose cística, insuficiência pancreática.
– Cirurgia bariátrica, ressecção pancreática ou intestinal
– Medicamentos: orlistate, colestiramina
LES: Lúpus eritematoso sistêmico; AR: artrite reumatoide.
Persiste considerável controvérsia em relação ao nível normal de 25(OH)D plasmática. A deficiência de vitamina D tem sido historicamente definida como níveis circulantes de 25(OH)D inferiores a 20 ng/mL, uma referência adotada pelo Instituto de Medicina para atender às necessidades de pelo menos 97,5% da população normal.
Condições onde pode haver benefício de manter níveis de 25(OH)D > 30 NG / ML
Evidências sugerem que as concentrações de 25(OH)D mantidas acima de 30 ng/mL são benéficas em algumas situações clínicas, principalmente para a redução do risco de fraturas.
Tabela 2. Principais grupos e condições clínicas que podem se beneficiar de níveis de 25(OH)D > 30 ng/mL
Grupos – Idosos (>65 anos)
– Gestantes
Condições clínicas – Osteoporose (primária ou secundária)
– Fraturas por fragilidade
– Doenças ósseas metabólicas (osteomalácia, osteogênese imperfeita, hiperparatireoidismo primário)
– Hiperparatireoidismo secundário
– Sarcopenia
– Quedas recorrentes
– Doença renal crônica
– Síndromes mal absortivas
– Insuficiência hepática
– Anorexia nervosa
– Câncer
Valores de referência
Com base em revisão de literatura analisando o impacto dos valores de 25(OH)D nos resultados clínicos em situações específicas, a SBEM e a SBPC recomendam valores de referência de 25(OH)D estratificados de acordo com a idade e características clínicas individuais:
Deficiência: <20 ng/mL;
Adequado para a população em geral <65 anos: entre 20-60 ng/mL;
Adequado para indivíduos com condições vulneráveis *: 30-60 ng/mL;
Risco de intoxicação: >100 ng/mL.
* Recomendado para: idosos, pacientes pós-cirurgia bariátrica, gestantes, indivíduos em uso de drogas que interferem no metabolismo da vitamina D, e os pacientes com osteoporose, hiperparatireoidismo secundário, osteomalácia, diabetes mellitus tipo 1, câncer, doença crônica, doença renal ou má absorção.
Até o momento, não há benefício evidente em manter níveis de 25(OH)D acima de 60 ng/mL em qualquer situação (incluindo resultados ósseos e extra-esqueléticos).
Níveis de 25 (OH) D >100 ng/mL estão associados a risco de intoxicação, levando à hipercalcemia e suas consequências clínicas.
Intoxicação por vitamina D
O excesso de vitamina D aumenta a captação intestinal de cálcio, reabsorção tubular renal e reabsorção óssea, levando a hipercalcemia e sintomas relacionados, como náusea, vômitos, fraqueza, anorexia, desidratação e quadro agudo insuficiência renal.
Suplementação com doses muito altas de vitamina D pode ser prejudicial para idosos e pode potencialmente levar a quedas e fraturas.
Em geral, os valores de 25(OH)D são considerados altos quando acima de 90-100 ng/mL, mas o risco de intoxicação por vitamina D, caracterizada pela presença de hipercalcemia, é maior quando os valores de 25(OH)D estão acima de 150ng/mL. Entretanto valores mais baixos, como 75 ng/mL, foram correlacionados com hipercalcemia leve em crianças com raquitismo, sugerindo que o risco intoxicação por vitamina D em crianças pode ocorrer com valores mais baixos de 25(OH)D.
Um maior número de casos de intoxicação por vitamina D tem sido relatado na literatura internacional, e essa complicação aumentou 7,8% no período últimos 5 anos. A maioria dos casos se relaciona à administração de doses empíricas ou suprafisiológicas de colecalciferol de uso parenteral, como relatado em uma série de 16 casos em que os pacientes usaram injeção intramuscular de suplemento veterinário contendo altas doses de vitaminas A, D e E.
Doses recomendadas para suplementação de vitamina D
A dose habitual para correção da deficiência de vitamina D é de 50.000 UI/semana. Para manutenção, a dose varia de 400 a 2.000 UI / dia, dependendo da idade e condição clínica do paciente.
Considerações finais
É importante ressaltar que as recomendações de alguns diretrizes internacionais diferem das aqui apresentadas. Estas levam em consideração pacientes em situações especiais, para quem a evidência mostra que concentrações mais altas de 25(OH)D podem ser benéficas.
Esta declaração também chama a atenção para o risco de intoxicação por vitamina D, uma condição com risco de vida que ocorre com níveis de25 (OH) de D acima de 100 ng/mL.
Essas medidas devem garantir que os pacientes recebam os benefícios da suficiência de vitamina D sem o risco adicional do tratamento excessivo.
Autora:
Daniele Zaninelli
Daniele Zaninelli
Graduada em Medicina pela UFPR (1998) ⦁ Especialização em Endocrinologia e Metabologia no HC/UFPR ⦁ Título de Especialista em Endocrinologia e Metabologia (2003) ⦁ Mestrado no Serviço de Endocrinologia e Metabologia pelo Departamento de Clínica Médica do HC/UFPR ⦁ Membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia / Membro da Endocrine Society ⦁ Presidente da Associação SEMPR Amigos (SEMPR: Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná)
Referências bibliográficas:
Moreira C.A.et al. Reference values of 25-hydroxyvitamin D revisited: a position statement from the Brazilian Society of Endocrinology and Metabolism (SBEM) and the Brazilian Society of Clinical Pathology/ Laboratory Medicine (SBPC). Arch. Endocrinol. Metab. Epub June 05, 2020.
Billington E.O. et al. Safety of High-Dose Vitamin D Supplementation: Secondary Analysis of a Randomized Controlled Trial. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, Volume 105, Issue 4, April 2020, Pages 1261–1273, https://doi.org/10.1210/clinem/dgz212
Jeffrey D Roizen, Michael A Levine. Vitamin D Therapy and the Era of Precision Medicine. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, Volume 105, Issue 3, March 2020, Pages e891–e893, https://doi.org/10.1210/clinem/dgz120

texto original

Semana de Telemedicina: como orientar um paciente adequadamente em uma teleconsulta?



médica usando telemedicina para orientar os pacientes

Desde o momento em que se entendeu a importância do isolamento social para o controle da pandemia por Covid-19, o acesso dos pacientes a serviços de saúde diminuiu consideravelmente. A fim de evitar o contágio, muitas pessoas deixaram de ir a consultas marcadas para o controle de suas doenças e serviços médicos cancelaram ou suspenderam atendimentos.
Estratégias de atendimento à distância começaram a ser implantadas e regulamentadas para garantir o cuidado dos pacientes, sem expô-los a riscos de se infectar pelo novo coronavírus. Nesse sentido, a telemedicina tornou-se um novo recurso e um valioso instrumento para aproximar médicos e pacientes. No entanto, diferente do que estamos acostumados, essa aproximação não é física e, por isso, é importante que o médico esteja atento para incluir em sua conduta as orientações adequadas para atendimentos desse tipo.

Orientações ao paciente em telemedicina

  1. Em primeiro lugar, é preciso reconhecer que falhas técnicas e de conexão podem ocorrer.
Ainda mais do que em uma consulta presencial, o médico deve se assegurar que o paciente está ouvindo e entendendo as orientações passadas.
  1. Algumas técnicas de comunicação são muito importantes para garantir esse entendimento.
Ao final da consulta, é essencial sumarizar os pontos-chave da conduta, um a um, da maneira mais clara possível. Ao revisar os principais tópicos, garantimos que nenhuma informação possa ter se perdido por algum problema técnico.
Exemplo: “Dona Maria, então na consulta de hoje conversamos: sobre a importância de reduzir o sal na comida; sobre aumentar o remédio da pressão para duas vezes ao dia; e sobre utilizar o buscopan em caso de cólicas menstruais. Ficou alguma dúvida?”.
Perguntar se restaram dúvidas, ou se o paciente ainda precisa de algum esclarecimento ao final da consulta, aliás, também é vital para garantir um bom teleatendimento.

  1. Discutir e combinar o seguimento apropriado também é um ponto que necessita de especial atenção em casos de teleconsultas.
O atendimento por vídeo pode muitas vezes ser mais confortável para o médico e para o paciente, mas nem sempre será o mais adequado. Para essa definição, o primeiro passo é perguntar ao paciente, no final da consulta, se ele se sentiu confortável com a realização da teleconsulta e se sentiria bem de realizá-la novamente. Em caso positivo, esse tipo de atendimento se torna uma opção de seguimento, desde que compatível com o quadro clínico do paciente.
Nesse sentido, o médico deve saber diferenciar, ainda durante o atendimento, qual é a melhor estratégia de seguimento para o paciente, de acordo com suas condições clínicas. É possível, por exemplo, que se indique uma internação hospitalar após uma teleconsulta. Ou que se prefira que o próximo encontro seja presencial. O critério para essa definição deve ser clínico e individualizado.
  1. Além da escolha do tipo da próxima consulta (presencial ou à distância), é importante também que o médico saiba orientar quais tipos de atendimento procurar em casos de descompensação do quadro do paciente, bem como descrever os possíveis sinais e sintomas dessas descompensações.
O médico deve orientar os sinais de alarme para cada doença mais prevalente ou provável para o paciente, com as respectivas orientações de qual serviço procurar (telemedicina, ambulatório, emergência).
Um paciente com diabetes, por exemplo, deve ser orientado a procurar uma emergência em caso de problemas na visão; o ambulatório para casos de feridas nos pés; e uma teleconsulta em caso de dúvidas em relação às suas medicações.
Os sinais de gravidade para as doenças do paciente devem ser cuidadosamente explicadas, bem como efeitos colaterais graves de medicamentos, de modo em que o paciente não perca tempo buscando uma teleconsulta em vez de ir até uma emergência.
  1. Por fim, levando-se em conta o cenário de pandemia, com necessidade de manutenção do maior distanciamento social possível, é essencial que o médico saiba realizar as adequadas orientações a respeito do autocuidado do paciente, bem como as relacionadas à adoção de um estilo de vida saudável.
As orientações dessas medidas preventivas diminuem a chance de adoecimento e de idas à unidades de saúde. As orientações pertinentes para o monitoramento de doenças crônicas (como o controle da pressão arterial em casa, com aparelho próprio), a correta forma de utilização dos medicamentos e os resultados esperados para cada tratamento, bem como o estímulo à prática regular de atividade física, a alimentação balanceada, as práticas de lazer e relaxamento ocupam, hoje mais ainda, um espaço essencial para que os pacientes levem saúde para casa. Seja presencial ou em vídeo.

Baixe e compartilhe as orientações principais com seus pacientes!

Para ajudar o médico, seja em uma teleconsulta ou em um atendimento presencial, montamos uma seção de Orientações ao Paciente aqui no Portal PEBMED!
Você pode acessá-la aqui, com um cadastro gratuito (pode usar a sua conta do Whitebook também, se você já tiver), buscar pela orientação desejada, fazer o download e enviar para o seu paciente. Não deixe de conferir!

Autor:
Referências bibliográficas:
  • PYGALL, S-A. Triagem e consulta ao telefone: estamos realmente ouvindo? Porto Alegre: Artmed, 2018.
  • GREENHALGH, T.; MORRISON, C.; HUAT, G. K. C. Trad. por Donavan de Souza Lúcio e Silva Costa. Consultas por vídeo: um guia prático. University of Oxford, 2020.
  • SCHMITZ, C. A. A. et al.. Teleconsulta: nova fronteira da interação entre médicos e
    pacientes. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Rio de Janeiro, v. 12,
    n. 39, p. 1-7, jan./dez. 2017.
  • MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Ciência e Tecnologia. Guia metodológico para programas e serviços em telessaúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2019.
 Texto original
https://pebmed.com.br/semana-de-telemedicina-como-orientar-um-paciente-adequadamente-em-uma-teleconsulta/ 

Vai à Câmara projeto que facilita recebimento de benefício do INSS por pessoa com fibromialgia

Plenário do Senado Federal durante sessão deliberativa ordinária.   Em discurso, à tribuna, senador Flávio Arns (Rede-PR).  Foto: Beto Barata/Agência Senado
Da Redação | 05/02/2020, 18h36
Fonte: Agência Senado

Trabalhadores com fibromialgia poderão ser dispensados dos prazos de carência para acesso ao auxílio-doença e à aposentadoria por invalidez pelo INSS. O benefício está previsto no Projeto de Lei (PL) 4.399/2019, aprovado nesta quarta-feira (5) pelo Plenário do Senado. O texto segue para votação na Câmara dos Deputados.
A fibromialgia é uma síndrome caracterizada por dores no corpo, principalmente na musculatura. A doença também está associada a fadiga, sono não reparador, alterações de memória, ansiedade, depressão e alterações intestinais. De cada dez pacientes com fibromialgia, de sete a nove são mulheres entre 30 e 60 anos.
Segundo o relator da proposta na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), por onde o texto passou e foi aprovado, a exigência de carência de um ano para concessão dos benefícios previdenciários em questão “é de uma crueldade exagerada” para os trabalhadores com fibromialgia.
"Em última instância, se poderia dizer que essa regra atenta contra um objetivo previsto na Constituição, que aponta para uma seguridade social com 'universalidade da cobertura e do atendimento'", ressaltou o senador Irajá (PSD-TO).
O PL 4.399/2019 é oriundo de uma sugestão legislativa enviada pelo portal e-Cidadania, do Senado. Originalmente, a sugestão apoiava o reconhecimento da fibromialgia como doença crônica para fins de acesso ao auxílio-doença e à aposentadoria por invalidez, com dispensa dos períodos de carência exigidos pela Previdência Social. Esses segurados também teriam direito a um acréscimo de 25% no valor dos benefícios, destinado à cobertura de gastos com cuidadores. Por fim, garantia a oferta de medicamentos e terapias gratuitas.
O relator da sugestão na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), senador Flávio Arns (Rede-PR), registrou que a legislação brasileira já reconhece a fibromialgia como doença crônica e assegura a seus portadores acesso a medicamentos e terapias pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Diante desse cenário, a CDH acatou a proposta na forma de um projeto determinando apenas a inexigibilidade da carência previdenciária para concessão de benefícios aos segurados com fibromialgia.Período de Carência é o número mínimo de meses pagos ao INSS para que o cidadão, ou em alguns casos o seu dependente, possa ter direito de receber um benefício. A carência começa a ser contada conforme o tipo de atividade exercida bem como a época em que aconteceu a filiação, a inscrição ou a contribuição.
Uma ressalva também foi estabelecida para a conquista da aposentadoria por invalidez: atesto de que a fibromialgia gerou incapacidade do segurado para o trabalho, após perícia realizada por junta médica oficial. Irajá concordou com as mudanças sugeridas por Flávio Arns: “O dispositivo legal vigente que regula os Planos de Benefícios da Previdência Social não garante o direito à aposentadoria por invalidez, mas, sim, à dispensa do período de carência para a concessão de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, para os segurados do Regime Geral da Previdência Social, nos casos em que for constatada a invalidez decorrente das doenças ali elencadas”, observou Irajá.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)


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Definição atualizada da Associação Internacional para o Estudo da Dor (em inglês IASP) destaca nuances e complexidades da dor

22 DE JULHO DE 2020

Definição atualizada da IASP destaca nuances e complexidades da dor

A pesquisa e a compreensão das condições de dor evoluíram nos últimos meio século. Agora, a definição de dor pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (em inglês IASP) também.
Anunciada em um artigo recente na revista da IASP, Pain ( 2020 em 23 de maio. [Doi: 10.1097 / j.pain.0000000000001939 ), a nova definição descreve a dor como mais do que apenas uma experiência resultante de “real ou potencial ao incluir aspectos psicossociais da dor e a incapacidade de alguns pacientes de verbalizar ou expressar dor, a definição agora trabalha para ser mais abrangente na descrição de inúmeras experiências humanas (e até animais, observam os autores).

“[O] IASP e a força-tarefa que redigiu a definição e as notas revisadas o fizeram para transmitir melhor as nuances e a complexidade da dor, e esperavam que isso levasse a uma melhor avaliação e gerenciamento daqueles com dor”, disse Srinivasa N. Raja, MBBS, presidente da força-tarefa da IASP, além de diretor de pesquisa da dor, professor de anestesiologia e medicina intensiva e professor
de neurologia na Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, em um comunicado à imprensa . A dor não é meramente uma sensação ou limita-se a sinais que viajam pelo sistema nervoso, como resultado de danos nos tecidos;, continuou o Dr. Raja.
Com uma melhor compreensão da experiência de dor de um indivíduo, podemos ser capazes de, através de uma abordagem interdisciplinar, adicionar uma variedade de terapias para personalizar seu tratamento da dor.

 Esse entendimento pode ser adotado em todo o mundo, como foi a definição original após seu lançamento no final da década de 1970. A definição anterior foi adotada por agências governamentais e não-governamentais, incluindo a Organização Mundial da Saúde.
A nova definição, agora redigida como uma experiência sensorial e emocional desagradável associada ou semelhante à associada a dano tecidual real ou potencial, também vem com seis pontos-chave para definir melhor a dor:
A dor é sempre uma experiência pessoal que é influenciada em vários graus por fatores biológicos, psicológicos e sociais.
Dor e nocicepção são fenômenos diferentes. A dor não pode ser inferida apenas a partir da atividade nos neurônios sensoriais.
Através de suas experiências de vida, os indivíduos aprendem o conceito de dor.
O relato de uma pessoa de uma experiência como dor deve ser respeitado.
Embora a dor geralmente tenha um papel adaptativo, ela pode ter efeitos adversos na função e no bem-estar social e psicológico.
A descrição verbal é apenas um dos vários comportamentos para expressar dor; a incapacidade de se comunicar não nega a possibilidade de um animal humano ou não humano sentir dor.
Esse entendimento da dor não surgiu do vácuo, mas baseia-se em décadas de pesquisa que incorporam aspectos psicossociais da dor, enfatizando especialmente a natureza individualista da experiência da dor. Por exemplo, em vez de uma escala de dor de 0 a 10, os pesquisadores começaram a quantificá-la com mais frequência através de perda de trabalho ou diminuição da qualidade de vida, observaram os membros da força-tarefa. Eles explicaram que a incapacidade de verbalizar a dor não indica a inexistência da dor.
Os seis pontos enfatizam as três dimensões entrelaçadas da experiência da dor - biológica, psicológica e social, explicou o membro da força-tarefa Milton Cohen, MBBS, professor conjunto, médico de medicina da dor e reumatologista da Escola Clínica da Universidade de São Vicente. da New South Wales Medicine, em Sydney, no comunicado de imprensa, e a natureza pessoal
aprendida dessa experiência.


- Equipe da PMN
https://www.painmedicinenews.com/Online-First/Article/07-20/Updated-IASP-Definition-Highlights-Nuances-Complexities-of-Pain/59093
Dentro deste mesmo tema, este foi o comunicado à imprensa, pela IASP
Uma definição revisada de dor: a IASP revisa sua definição pela primeira vez desde 1979
NOTÍCIAS FORNECIDAS POR
Associação Internacional para o Estudo da Dor
16 de julho de 2020 às 12:47 ET
WASHINGTON , 16 de julho de 2020 / PRNewswire / - A Associação Internacional para o Estudo da Dor (sigla em inglês IASP)
revisou a definição de dor pela primeira vez desde 1979, resultado de um processo de um ano que a associação espera levar a
novas formas de avaliar a dor. A definição revisada foi publicada hoje no jornal oficial da associação, PAIN, juntamente com os
comentários associados do Presidente Lars Arendt-Nielsen e da Ex-Presidente Imediata Judith Turner .
Links principais:

Artigo principal:
https://journals.lww.com/pain/Abstract/9000/The_revised_International_Association_for_the.98346.aspx
Comentário associado:
https://journals.lww.com/pain/Citation/9000/Four_decades_later__what_s_new,_what_s_not_in_our.98345.aspx
Infográfico:
http://links.lww.com/PAIN/B101

O IASP e a Força-Tarefa que redigiram a definição e as notas revisadas o fizeram para transmitir melhor as nuances e a complexidade da dor e esperavam que isso levasse a uma melhor avaliação e gerenciamento das pessoas com dor&quot;, disse Srinivasa N. Raja , MD, Presidente da Força-Tarefa da IASP e Diretor de Pesquisa da Dor, Professor de Anestesiologia e Medicina Intensiva,
Professor de Neurologia, Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins .
A dor não é meramente uma sensação ou limita-se a sinais que viajam pelo sistema nervoso como resultado de danos nos tecidos, disse ele.
Com uma melhor compreensão da experiência de dor de um indivíduo, podemos ser capazes de, através de uma abordagem interdisciplinar, adicionar uma variedade de terapias para personalizar seu tratamento da dor, acrescentou.
A definição revisada é:
Uma experiência sensorial e emocional desagradável associada ou semelhante à associada a um dano
tecidual real ou potencial; e é ampliada com a adição de seis notas principais e a etimologia da palavra dor para um contexto valioso adicional:
A dor é sempre uma experiência pessoal que é influenciada em vários graus por fatores biológicos, psicológicos e sociais.
Dor e nocicepção são fenômenos diferentes. A dor não pode ser inferida apenas a partir da atividade nos neurônios sensoriais.
Através de suas experiências de vida, os indivíduos aprendem o conceito de dor.
O relato de uma pessoa de uma experiência como dor deve ser respeitado.
Embora a dor geralmente tenha um papel adaptativo, ela pode ter efeitos adversos na função e no bem-estar social e psicológico.
A descrição verbal é apenas um dos vários comportamentos para expressar dor; a incapacidade de se comunicar não nega a possibilidade de um animal humano ou não humano sentir dor.
Etimologia: inglês médio, do peino anglo-francês (dor, sofrimento), do latim poena (penalidade, castigo), por sua vez do grego poinē (pagamento, penalidade, recompensa).

Uma mudança central na definição revisada, em comparação com a versão de 1979, está substituindo a terminologia que contava com a capacidade de uma pessoa de descrever a experiência para se qualificar como dor.
A definição antiga dizia:
Uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a danos teciduais reais ou potenciais, ou descrita em termos de tais danos. Essa redação foi interpretada como excluindo bebês, idosos e outros - até animais - que não conseguiam articular verbalmente sua dor, disse o Dr. Jeffrey Mogil , diretor do Centro de Pesquisa em Dor Alan Edwards da Universidade McGill e membro da Tarefa. Força.
Os seis pontos que compõem as notas da definição revisada são uma modificação importante.
Eles enfatizam as três dimensões entrelaçadas da experiência da dor - biológica, psicológica e social, e a natureza pessoal aprendida dessa experiência, disse o Dr. Milton Cohen , Escola Clínica de São Vicente , UNSW Medicine, Sydney , e membro da a Força-Tarefa. As notas destacam que a dor pode ter efeitos adversos na função e no bem-estar social e psicológico. Um resultado dessa distinção pode ser que a maneira padrão como uma pessoa descreve a dor - usando uma escala de 0 a 10 - pode ser
atualizada para incluir se a dor de uma pessoa interfere no trabalho, mantendo relacionamentos saudáveis, vida diária e outras medidas psicológicas e sociais , disse o Dr. Bonnie Stevens , Lawrence S Faculdade de Enfermagem Bloomberg, Faculdades de Medicina e Odontologia da Universidade de Toronto e membro da Força-Tarefa.
A definição de dor da IASP de 1979 foi aceita globalmente por profissionais de saúde e pesquisadores no campo da dor e foi adotada por várias organizações profissionais, governamentais e não-governamentais, incluindo a Organização Mundial de Saúde, de acordo com o artigo de hoje na PAIN.
Embora revisões e atualizações subsequentes tenham sido feitas na lista de termos de dor associados ao longo dos anos, a própria definição da IASP de dor permaneceu inalterada até agora. Nos últimos anos, os líderes da área expressaram que os avanços no entendimento da dor, em seu sentido mais amplo, justificam uma reavaliação formal da definição.
Incluímos a etimologia da palavra dor porque ela enquadra todo o nosso ponto de referência; essa palavra em inglês deriva de uma raiz grega que significa punição ou punição, disse Dan Carr , membro da força-tarefa , Programa de Saúde Pública e Medicina Comunitária, Departamento de Anestesiologia e Medicina Perioperatória, Tufts University School of Medicine , Boston, MA.
Outras palavras em uso diário pelos gregos antigos enfatizavam a localização da dor ou o sofrimento que ela poderia causar. Faríamos bem em voltar a pensar na dor como tendo múltiplas dimensões, para que possamos avaliar e tratá-la de forma mais holística.
A definição revisada foi um verdadeiro esforço colaborativo, escrito por uma força-tarefa multinacional e multidisciplinar que recebeu contribuições de várias partes interessadas, incluindo pessoas com dor e seus cuidadores, disse o Dr. Raja.

Os membros da força-tarefa foram:

Presidente:  Srinivasa Raja , MD, Departamento de Anestesiologia e Medicina Intensiva, Universidade Johns Hopkins, Faculdade de Medicina , Baltimore, MD , Estados Unidos

Dan Carr ,  MD, Programa em Saúde Pública e Medicina Comunitária, Departamento de Anestesiologia e Medicina Perioperatória, Escola de Medicina da Universidade Tufts , Boston, MA , Estados Unidos

Milton Cohen , MD,Escola Clínica de São Vicente , Medicina UNSW, Sydney , Nova Gales do Sul, Austrália

Nanna Finnerup , MD, Departamento de Clínica Médica, Danish Pain Research Center, Aarhus University, Aarhus, Dinamarca , Departamento de Neurologia, Aarhus University Hospital, Aarhus, Dinamarca

Herta Flor , PhD, Instituto de Psicologia Cognitiva e Clínica, Instituto Central de Saúde Mental, Faculdade de Medicina de Mannheim,Universidade de Heidelberg , Mannheim , Alemanha
Stephen Gibson , PhD, Caulfield Pain Management and Research Center, Universidade de Melbourne , Melbourne, Austrália

Francis Keefe , PhD, Programa de Pesquisa em Prevenção e Tratamento da Duke Pain, Departamento de Psiquiatria e Ciências do Comportamento,Faculdade de Medicina da Universidade Duke , Durham, NC , Estados Unidos

Jeffrey Mogil , PhD, Departamentos de Psicologia e Anestesia, Universidade McGill , Montreal, QC , Canadá

Matthias Ringkamp , MD, PhD, Departamento de Neurocirurgia, Universidade Johns Hopkins, Faculdade de Medicina , Baltimore, MD , Estados Unidos

Kathleen Sluka , PT, PhD, Departamento de Fisioterapia e Ciências da Reabilitação, Universidade de Iowa , Iowa City, IA , Estados Unidos

Xue Jun Song , MD, PhD, Centro SUSTech para Medicina da Dor, Faculdade deMedicina da Universidade de Ciência e Tecnologia do Sul , Shenzhen , Guangdong, China

Bonnie Stevens , RN, PhD, Lawrence S Bloomberg Faculdade de Enfermagem, Faculdades de Medicina e Odontologia, Universidade de Toronto , Toronto, ON , Canadá

Mark D. Sullivan , MD, PhD, Psiquiatria e Ciências do Comportamento, Universidade de Washington, Seattle , WA, Estados Unidos

Takahiro Ushida , MD, PhD, Centro Multidisciplinar de Dor, Universidade Médica de Aichi, Nagakute, Japão

Sobre o IASP
A Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) trabalha para apoiar a pesquisa, educação, tratamento clínico e melhores resultados dos pacientes para todas as condições de dor, com o objetivo de melhorar o alívio da dor em todo o mundo.
Com mais de 7.000 membros representando 125 países, 96 capítulos nacionais e 24 Grupos de Interesse Especial (SIGs), o IASP promove o intercâmbio de idéias e educação para avançar no campo da ciência da dor. A associação está aberta a todos os profissionais envolvidos em pesquisa, diagnóstico ou tratamento da dor.
SOURCE Associação Internacional para o Estudo da Dor

Fonte: https://www.prnewswire.com/news-releases/a-revised-definition-of-pain-iasp-revises-its-definition-for-the-first-time-since-1979-301094994.html

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